Ídolo nacional, o meia nasceu em uma ilha a 9.000km de Paris, que tem em "Payet" um de seus sobrenomes mais comuns Principal reforço da temporada no Vasco, Dimitri Payet pode estrear contra o Bahia, neste domingo, no Campeonato Brasileiro. Na expectativa da primeira partida do meia francês, o ge foi atrás das origens do jogador, que nasceu na Ilha de Reunião, um departamento ultramarino da França, perto do continente africano e que fica a mais de 9 mil quilometrôs de Paris.
Vasco pode ter a estreia de francês Dimitri Payet contra o Bahia
Payet é uma superestrela em Reunião, mas depende de qual "Payet" estamos falando. O sobrenome do jogador é muito comum na ilha, uma espécie de "Silva" no Brasil, como definiu Olivier de Larichaudy, jornalista local.
- Eu não sei o motivo, Payet é realmente um nome muito comum em Reunião, o equivalente de "da Silva" no Brasil.
Payet nasceu em Reunião, departamento francês, perto da África
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O jogador do Vasco nasceu em Reunião, um departamento da França, assim como Martinica, Guiana Francesa, Maiote e Guadalupe. O idioma oficial é a francesa, mas boa parte da população local fala a língua crioula. A ilha fica a 9 mil quilômetros de distância de Paris, capital do país. O jornalista disse que é um local com características parecidas com o Brasil.
- São antigas colônias, as populações eram miscigenadas e escravizadas para cultivarem cana-de-açúcar e café. As telenovelas popularizaram o Brasil, na ilha, no fim dos anos 90. Também temos o moringue, uma dança de combate que acompanha percussão. É muito parecida com a capoeira.
Ilha da Reunião fica perto da África e a mais de 9 mil km de Paris
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O auge da idolatria de Dimitri Payet foi em 2016. Durante a campanha da Eurocopa, na qual a França chegou até a final, o jogador se tornou uma febre local após ser um dos destaques da seleção francesa na competição, quando marcou três gols e deu duas assistências em sete jogos.
- Em 2016, durante a sua atuação na Eurocopa contra a Romênia, o gol dele salvou a França. Nos classificamos por ele. Foi celebrado como um herói. Ele é uma verdadeira inspiração para as crianças. No auge da sua popularidade, as crianças imitavam o corte de cabelo dele - afirmou Olivier, que completou:
- Muitos reunionenses possuem a sua camisa com o número 10 do Olympique de Marseille. Ou o número 8, quando estava na seleção francesa. Além disso, a imprensa local capta absolutamente tudo o que se passa com ele.
Payet com crianças em Saint Phillipe, em Reunião
Reprodução/L'Équipe
Em 2016, Payet se encontrou com o ex-presidente da França, François Hollande, no vestiário da seleção francesa. O meia registrou o papo nas redes sociais, no qual François lembrou as origens do novo jogador do Vasco.
- A Reunião deve estar orgulhosa - disse o ex-presidente da França a Payet.
Payet em encontro com François Hollande, ex-presidente da França
Reprodução
No mesmo ano, durante as férias do meia, Payet visitou a ilha de Reunião para ser homenageado no estádio da comuna onde nasceu. Centenas de pessoas compareceram ao aeroporto da ilha para receber o astro francês.
Capa do jornal Le Quotidien, local de Reunião, em desembarque de Payet em 2016
Reprodução
Payet segue bastante ativo com o povo de Reunião. No ano seguinte, em 2017, o meia retornou à ilha para um amistoso com os amigos Brice Samba, Maxime Lopez e Julien Lopez, jogadores do futebol francês, contra a seleção de Reunião, que disputa torneios não-oficiais.
O futebol, assim como em toda a França, é o esporte mais popular de Reunião. Os times locais disputam a Copa da França, uma das "competições mais democráticas do mundo. A edição de 2022/23, por exemplo, contou com mais de 7 mil equipes, espalhadas por todos os territórios além da França, como da Reunião e da Guiana Francesa, por exemplo.
Time Payet contra a seleção de Reunião
Reprodução
- Os jogos da primeira divisão não atraem grandes multidões aos estádios, exceto quando se trata de jogos válidos para a Copa da França (competição nacional) - disse Olivier.
Payet nasceu em Saint Phillipe, uma pequena comuna ao sul da ilha, conhecida pela sua cultura de baunilha. Ele deu seus primeiros passos no clube local, com oito anos, e depois foi para o Saint-Pierroise, antes de chegar à França pela primeira vez, na base do Le Havre.
Apresentação de Payet no Vasco
Thiago Ribeiro/AGIF
O meia francês ainda voltou à ilha para jogar profissionalmente, já pelo Excelsior. Depois, passou por Nantes, Saint-Étienne e Lille, até virar ídolo no Marselha. Após passagem no West Ham, da Inglaterra, Payet voltou ao Marselha, equipe com que mais se identificou, antes de ir para o Vasco. O mosaico abaixo, feito pela torcida marselhesa, mostra o meia como um rei e, ao fundo, a bandeira da ilha.
"O Rei": torcida do Marselha prepara mosaico para Payet, com bandeira de Reunião ao fundo
Reprodução
Payet é orgulho da ilha de Reunião, com mais de 850 mil habitantes, ídolo em Marselha e esperança no Vasco para reverter a difícil situação no Campeonato Brasileiro. Há a expectativa da estreia do jogador contra o Bahia, pela 22ª rodada, na Arena Fonte Nova, domingo, às 18h30.
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