Fernando Santos coloca o craque português no banco pela primeira vez em um jogo de Copa do Mundo. E mostra que está certo. O time foi mais leve, fluído e produtivo sem o camisa 7 Portugal fez o seu melhor jogo nesta Copa do Mundo na vitória por 6 a 1 contra a Suíça. Leve. Sem peso. Com toques rápidos, muitas chances criadas e vitória fácil. Está nas quartas de final pela terceira vez em sua história. Tudo isso sem Cristiano Ronaldo.
Fernando Santos se impôs e deixou o maior jogador da história do futebol português no banco de reservas pela primeira vez em um Mundial. Ignorou os milhares de torcedores no Lusail que levavam o nome de Ronaldo às costas e estavam ali só para vê-lo. E achou uma formação que faz Portugal sonhar. Mostrou que está certo.
Sem Cristiano Ronaldo.
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Esse dia parecia que nunca chegaria. Mas, aos 37 anos, Cristiano Ronaldo vê seu espaço na seleção portuguesa dá lugar aos moleques. Abre caminho para João Félix, de 23 anos, que jogou como não consegue jogar no Atlético de Madrid. Para Gonçalo Ramos, de 21 anos, o autor do primeiro hat-trick da Copa do Mundo.
A classificação portuguesa contra a Suíça será um marco na história do futebol português. É um antes e depois. É o começo do fim de uma era. A atuação não deixa dúvidas de que o time vai melhor sem Cristiano Ronaldo. E foi bem sem João Cancelo, outra presença no banco que chamou atenção.
Portugal pareceu jogar sem a responsabilidade de ter que servir sempre o seu camisa 7. João Félix pela esquerda, Bernardo Silva por todo o meio, e Bruno Fernandes na direita foram máquinas de criar espaços. Especialmente o camisa 11, que há muito tempo não se sentia tão à vontade.
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Rolex dela Pena/EFE
Félix pareceu ter se realizado como há muito tempo não conseguia. Sob a mão de Diego Simeone no Atlético de Madrid, o ex-Benfica parece se sentir amarrado. Na seleção portuguesa, faltava ter esse brilho. E assim deu duas assistências para Gonçalo Ramos.
Sem Cristiano, Portugal criou e fechou espaços. Foi mais veloz na pressão e não deixou a Suíça jogar. Goleou uma seleção reconhecida pela sua poderosa defesa. E poderia ter feito mais que seis. Parece contraditório, mas a seleção que tinha um dos maiores goleadores da história precisava de um goleador. E hoje, no time de Portugal, ele é Gonçalo Ramos.
Cristiano Ronaldo nunca vai se acostumar com essa condição. Não consegue mais ter o protagonismo técnico de anos atrás. É coadjuvante. Mas nunca vai se comportar como tal. Portugal mostrou que pode ser campeão e precisa de seu líder. Mesmo que sentado no banco de reservas.
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Reprodução/Fifa