Diretor executivo da base do Cruzeiro detalha como foi o primeiro ano de trabalho no setor Cruzeiro estreia, nesta segunda-feira, na Copa São Paulo de Futebol Junior. Se o futebol profissional passou por mudanças devido à chegada da gestão de Ronaldo Fenômeno, a base também andou no mesmo caminho.
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Com um ano completado, o “novo Cruzeiro” vem tendo implementada novas diretrizes, conceitos e políticas para a base do time mineiro. Em uma longa entrevista, o diretor executivo das categorias de base do time mineiro, Roberto Braga, fez um balanço da situação.
ge: Como encontrou a base do Cruzeiro e como ela está agora?
Roberto Braga: Cheguei em 24 de janeiro. O que a gente encontrou foi uma linha de trabalho muito diferente do que a equipe de trabalho do Ronaldo queria implantar. As nossas ações foram muito incisivas, de mudar completamente a forma, de pensar e fazer futebol. Fazendo balanço do ano, o que vejo é que a gente conseguiu colocar essa linha em andamento. Todos aqui têm clareza do que o clube pensa sobre futebol de base, quais as premissas. A gente tem que muito desenvolver. Hoje, todo mundo está alinhado às diretrizes: equipe com poucos jogadores, iniciação dentro da Toca, dar atenção aos meninos de menor idade, ter poucos jogadores por elenco. Focar muito mais na qualidade que na quantidade. A integração do Sub-20 e o processo de transição com tempo um pouco mais longo. Essas premissas já estão todas em andamento. Agora é refinar o processo e fazer isso cada vez melhor.
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Gustavo Aleixo
ge: Por que a escolha de trabalhar com grupos reduzidos nas categorias?
Roberto Braga: Essas coisas sempre andam lado a lado. Conforme você tem muitos jogadores, você também gasta mais, você precisa dar condição de alimentação, moradia. O dinheiro é dispersado. Se você tem 40 jogadores, você dá mortadela no café da manhã. Com 26, como costumo falar, você consegue dar peito de peru e queijo branco. Para ser bem simplista. Você consegue melhorar a qualidade dos processos. Como são menos jogadores, a gente conseguir dar uma melhor atenção. É uma linha tênue, buscar melhores jogadores, mas ser criterioso para a entrada. Quando a gente aprova, a gente está se comprometendo com ele, família e, principalmente, com o Cruzeiro. Temos que ser muito assertivos para hoje.
ge: Como é a avaliação de mercado feita pelo Cruzeiro e o desafio da formação?
Roberto Braga: Nosso desafio é monitorar bem o mercado, acompanhar os jogadores. Estar atento aos movimentos de mercado para, de fato, jogarem no profissional. Nossa avaliação é muito mais se o menino tem projeção de pisar no profissional. É o nosso desafio, não é processo simples, matemático. É quase um exercício de futurologia, porque a gente tem, com as informações agora, prever que daqui três, quatro anos, ele estar apto no profissional. Essa maturidade do clube faz muita diferença. Quanto mais as pessoas entendem com o clube funciona, menos existirão os erros. Erros existem, mas a gente quer diminuir essa margem de erro.
Roberto Braga, diretor executivo da base do Cruzeiro
Gabriel Duarte
ge: Como funciona, na gestão de Ronaldo Fenômeno, o processo de captação de atletas no Cruzeiro?
Roberto Braga: Um dos temas que a gente reorganizou no clube, após 2021. Hoje temos um coordenador de captação, que dá as orientações estratégicas e quem fica por conta das conversas com o mercado. Temos um analista de mercado, responsável por mapear todos os campeonatos que nos interessam, desde o Sub-14 até o Sub-20. Quando necessário, vai in loco com times em potencial, boas escolas de formação, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, nos nortes estratégicos que temos. Temos observadores técnicos ainda mais focados em Minas Gerais. Queríamos um olhar melhor e mais claro de Minas Gerais. Principalmente com categorias menores, temos três observadores que rodam Minas, para que consiga atender os projetos, as escolas de futebol, os clubes menores que gostariam de ter parceria com o Cruzeiro, mas que se distanciaram um pouco. Hoje, a gente faz questão de trazer essas pessoas. Fez edições durante o ano, Copa Futuro celeste, para que possa ser observado, para que possa ter o clube aberto. Agora, nosso passo é ter mais braços de captação, fora do estado, principalmente os que tem fronteira, para ter observadores nesses estados, observando mais jogos e mais equipes.
ge: Há expectativa de aumento no orçamento para 2023 com o acesso do Cruzeiro à Série A?
Roberto Braga: O clube, em todas as áreas, ficou sobrecarregado para tampar um buraco. A gente passou quase todo ano jogando areia para tampar um buraco, para agora começar a construir, mas naturalmente 2023 é um ano muito desafiador. O nível técnico, da primeira equipe, o nível de desafio de mercado, ele aumenta drasticamente. Não é proporcional ao aumento de renda. O Cruzeiro tinha uma das principais folhas da Série B e agora uma das últimas da Série A. Tendo, pela história e desafios, ter que fazer um bom campeonato. Vejo um 2023 ainda muito desafiador para o Cruzeiro. Financeiramente, ainda muito justo, apertado.
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ge: Qual a expectativa para melhorias na estrutura base do Cruzeiro? O que já pode ser feito?
Roberto Braga: Todo dinheiro que entra é para reformas, orçamento e organizações básicas. Estamos fazendo reforma na Toca I, por exemplo, que é básico. É um gasto alto, com algo básico. Não estamos melhorando absurdamente nossas condições, reorganizando o clube. Acredito que 2023 manterá essas características, com 2024, talvez, se mantendo na Primeira Divisão, em 2025, pensar em incremento de receita significativa para a base. Vamos nos pautar pela excelência dos processos, de fazer muito com pouco em vez de um aporte.
ge: O gramado da Toquinha nunca foi trocado. Já foi possível realizar a troca?
Roberto Braga: O gramado ainda não foi trocado. O que acontece é que agora estamos tendo uma manutenção recorrente. A gente está com a mesma empresa que cuida da Toca II, cuida da Toca I. Todas as diretrizes serão replicadas na Toca I. O processo de gestão e operação está sendo replicado. É o principal ganho que a gente tem, a curto prazo, em subida de nível. O que a gente tem feito, na Toca I, é oferecer as condições básicas em bom nível.
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Gustavo Aleixo
ge: Como está a questão dos alojamentos para os garotos da base?
Roberto Braga: O que havia no Cruzeiro. O Cruzeiro tinha um departamento muito forte, que é o de negócios internacionais. Tinha um hotel aqui dentro e que servia muitas vezes ao intercâmbio. Era uma estrutura boa para os intercambistas. Quando chegamos, por causa da pandemia, estava servindo para concentrações ou atividades pontuais. As condições de alojamento dos atletas eram inferiores do que deveria ser. Eram muitos atletas alojados por quarto. Tinha condição de alojamento ao que poderia ser. O que a gente fez, neste primeiro momento. Alinhamos e ele passa a servir a base. Tem estrutura boa, com duas pessoas por quarto, ar condicionado e TV a cabo, ele serve aos jogadores do Sub-17 e Sub-20. E os meninos que são alojados no Sub-14 e Sub-15, eles estão no espaço antigo, em processo de reforma, e com menos jogadores por quarto, o que impacta na qualidade de vida absurdamente. O que a gente fez para crescer foi consultar uma consultoria social, que avalia condições de processo e estrutura, para colocar tudo na lei, como especificações, altura de cama, saída de circulação dentro dos quartos. Fez análise detalhada, e estamos ainda em processo, para garantir que a gente consiga dar suporte aos garotos, em vários detalhes que as pessoas de foram não imaginam. Onde os meninos guardam as malas, como posicionam as roupas. Isso tudo foi avaliado e estamos em processo de remodelação e crescimento constante para que tenham a melhor capacidade possível de viver bem. Rendimento esportivo só vai ser bom se os jovens viverem bem, tiverem um ambiente saudável aqui dentro. Tendo um bom suporte, eles vão poder render em campo, que é o que a gente quer.
Cruzeiro Toquinha
Rodolfo Rodrigues
ge: projeto do Cruzeiro é a longo prazo? Como conviver com o imediatismo das cobranças?
Roberto Braga: Essa é a grande diferença que o Cruzeiro vem fazendo do futebol brasileiro em geral. Todos estão preocupado em criar as métricas, as bases, por onde o clube vai se desenvolver. É recorrente o Gabriel Lima falar que ninguém é maior que o clube. Ninguém tem objetivo de ser o dono do projeto, de ser uma estrela única, de quem dá todas as diretrizes. Nossa força vem justamente fazer com que o clube cresça. Nós temos, muitas vezes, ansiedade, que o processo seja mais rápido. Projeto a longo prazo é fortalecer o clube, que o clube passe por todos os processos, que seja sólido de verdade e não que a gente seja campeão na Série B em um ano e no outro não tenha nada aqui dentro. A meta, todos estão envolvidos.
ge: Quais os desafios na formação da base?
Roberto Braga: Formar jogadores é um processo que tem que ser vivido no dia a dia e saber qual jogador vai chegar (no profissional) é quase um exercício de futurologia. Então, a gente tenta se apegar no mínimo do mínimo detalhe. Quanto mais tem gente olhando o processo, mais chance a gente tem de cometer menos erros. O objetivo do clube é esse: que a avaliação não seja só de uma pessoa, de um processo, se foi campeão ou não campeão. A gente quis mudar porque os treinadores podem estimular um desenvolvimento melhor. É um desafio e preciso fazer uma menção aos treinadores que se mantiveram no clube. Você fala para um treinador que foi campeão Sub-17 e ele vai para o Sub-15, que o treinador do 14 que ele vai ser auxiliar, porque a gente quer o dia a dia dele em outro tipo de frente e ele aceitar, é muito desafiador. Isso mostra perfil do profissional e perfil de treinadores que temos. Eles são de excelência e tem caráter profissional e pessoal absurdo. Não é fácil encontrar isso no mercado de futebol.
ge: Qual política de salário vem sendo trabalhada na base do Cruzeiro?
Roberto Braga: A gente não passa de dois dígitos. Não existe. A gente trava e qualquer discussão para além disso é feita com o profissional. As pessoas, muitas vezes, acham que o jogador de futebol tem salários astronômicos. Muitas vezes tem salário de trabalhador comum, que estão construindo a carreira e almejando a ter salário de três dígitos, de dois dígitos alto. Os nossos salários, em geral, são de um dígito. Isso que a gente quer estimular os meninos. Conforme eles ascendam na carreira, terão salário de dois dígitos, três dígitos. É um processo. Não é porque foi artilheiro do Mineiro, Brasileiro Sub-20, que ele tem que ter salário, que já tem que ter um monte de coisa. Queremos construir um pé no chão com ele. Temos receptividade muito boa, é transparente, e dos próprios representantes, que entendem que é um processo de educação. O objetivo é chegar no profissional. Nós, como clube, temos que criar etapas para isso, passo a passo, que seja feita de maneira sustentável, que eles tenham base sólida para etapas da carreira.
ge: Como é feito o trabalho para reforçar a base, segurar eventuais promessas em virtude da política salarial adotada?
Roberto Braga: Eu vejo que isso exige muito diálogo. Exige muita predisposição em conversar e transparência. Nós não simplesmente falamos que não vamos aumentar. Explicamos o plano do clube, com o que deseja com isso. Explica os objetivos com os atletas. A partir do momento que as pessoas têm noção, fica mais fácil. Claro que nem todas as conversas são agradáveis, mas a maioria é às claras, são de forma transparente, e os representantes acabam entendendo. Hoje, o maior pagamento que a gente pode dar é uma condição de treino, bom suporte, nutrição e serviço social. O melhor pagamento para eles, hoje, é estrutura para se formarem bons jogos. E quando eles entendem que é colocar os jogadores no profissional, negociar jogadores, leva-lo ao altíssimo nível, eles entendem. E aí o representante e o menino entendem o processo. Na hora que vemos, que 22 da base estiveram no profissional em jogos, é isso. A gente começa a ver que o discurso está indo para a prática, que toda semana eles treinam com o profissional, que o Pezzolano sabe o nome e características deles.
Gabriel Lima e Pedro Martins Cruzeiro
Gustavo Aleixo/Cruzeiro
ge: O processo de integração da base, principalmente do Sub-20 com o profissional, vai continuar nos próximos anos?
Roberto Braga: Isso é uma prática do clube. Lógico que ter o Pezzolano, que também acredita nisso, corta caminho. Mas o Pezzolano é escolhido também porque acredita nisso. Clube tem ideia de futebol e contrata profissionais que são capazes de aplicar e melhorar essa ideia de futebol. Pensar e aplicar. Isso a gente tem clareza no Cruzeiro que o caminho está traçado. Integração vai continuar, vai seguir, com desafios que são a Série A, do degrau maior, do que quanto a gente sabe que é difícil subir e dar resultado a curto prazo. O clube, hoje, tem essa filosofia. Tem essa meta. Temos profissionais, além da comissão toda, tem o Vinícius Rovaris, que era auxiliar do Sub-20, agora é do profissional, e diariamente conversa com o Fernando Seabra e com a equipe do Pezzolano. Eles sabem diariamente de tudo. Posso estender isso para a área da performance, saúde, área de goleiros. O nível de comunicação e integração é muito alto. Está dentro do mesmo processo. Não temos que vender o jogador para o próprio clube, levando ele lá para mostrar num amistoso, por exemplo. O processo aqui é longo, com avaliações. Temos ciência que tem coisas boas acontecendo, mas para o que o clube almeja é pouco. Precisamos melhorar muito nas áreas.
ge: Como estão os processos de integração em outras áreas da base com o profissional do Cruzeiro?
Roberto Braga: Existe um conceito que se usa, que a base pode até formar, mas quem revela é o profissional. A base faz parte de toda a formação. Se lá em cima, não tiver alguém para colocar, que sustente, que ajude num momento de desempenho ruim, ajude a continua, situando-se no profissional em um ambiente totalmente diferente. Às vezes, uma mão na cintura na base, ninguém fala. Mas, com Mineirão, com 60 mil, pode fazer a diferença na carreira do menino. O departamento de futebol do clube tenha esse plano de revelar, de contribuir que o jogador esteja no profissional. Essa função, hoje, lógico que o treinador é o líder e quem fica mais evidência, mas existe uma gama absurda por profissionais por trás. A métrica nossa na saúde e performance são as mesmas do profissional para o Sub-20. Essas discussões são feitas em conjunto. Os profissionais do 20 com o profissional vão discutir e falar que determinado jogador está precisando de um determinado treino a mais, está com uma deficiência, de um auxílio da nutrição. Então, assim, as diretrizes são as mesmas. O treinador pode gostar do jogador, mas se o atleta não conseguir desempenhar no profissional, ele vai ter dificuldade. Esse processo aí, o Cruzeiro tenta antecipar, nesse nível de discussão, que determinado menino é novo, não atingiu porque tem lastro de treino deficiente ou porque teve lesão grave. O processo acontece de forma ampla, que o treinador escale por consequência de um jogador bem treinador, e pode ser decisivo e mais um em corrente toda, para cumprir como o clube deseja um plano estratégico.
Toca da Raposa I é utilizada pelas categorias de base do Cruzeiro
Reprodução/TV Globo
ge: O Cruzeiro, hoje, tem investimento menor que outros grandes do país. Qual é o plano para conseguir ser competitivo e voltar, daqui a um tempo, ficar de igual para igual?
Roberto Braga: A nossa linha de prática é exatamente essa. Ter um projeto diferente da média. Temos desafios e não vamos, antes de três anos, cinco anos, mais dinheiro que a base do Palmeiras e do Flamengo. Se tivermos a mesma prática que eles, nós vamos ter resultados inferiores, porque eles vão ter jogadores melhores e mais dinheiro. Nós temos que nos apoiar em práticas diferentes que possam encurtar esse caminho. Exatamente nisso que a gente está apostando e muitas vezes o mercado, os atletas e representantes acabam apostando também. Preferem apostar numa ideia do que em outra prática. Nossa busca hoje é deixar claro para todo mundo. Se a questão é salarial, não é aqui. Se a gente oferecer x, o clube do lado vai oferecer 2x, porque esses clubes têm mais poder econômico que a gente. Se você quiser fazer hoje que o seu atleta ganhe mais e muito novo, aqui não é o lugar. Logicamente vamos perder o atleta de um bom nível por isso, talvez não vamos ter resultados no curto prazo porque perdemos atletas que estavam mais prontos no curto prazo para dar esse retorno. Mas a gente acredita que, com essa linha, a gente pode ser mais eficiente, na realidade do Cruzeiro. A gente busca ser mais eficiente, que o Cruzeiro tenha eficiência maior, das nossas discussões e buscas, não é para competir com o rival do lado, não é ser melhor que ele em tal categoria, e sim como a gente deixa o Cruzeiro melhor. Na nossa ideia, isso vai fazer com que a gente tenha mais resultado, ter mais jogadores no profissional, ser vencedor nos torneios. A gente acredita que isso é uma consequência e não o contrário.
ge: Quais os motivos para fazer as mudanças no comando técnico da base?
Roberto Braga: Foi uma reestruturação muito discutida. Nos últimos meses, devemos ter falado com 50, 60 profissionais do mercado, exatamente para buscar profissionais que entendam a forma de pensar do Cruzeiro, que estejam dispostos a sacrificar um desempenho de curto prazo, pensando na formação, o que reflete na percepção do trabalho dele. A gente precisa de profissionais alinhados a isso, porque todos nós temos anseios pessoais e profissionais. Então, é por isso que a gente estressou muito, conversou com muita gente. O que queremos fazer é ter profissionais adequados para as categorias, mas profissionais com visão do todo.
ge: Como é essa a visão do todo?
Roberto Braga: Nosso objetivo é que o treinador do Sub-17, por exemplo, esteja no ano que vem no treino do 15, do 11, o auxiliar do 15 contribuindo com o menino da iniciação. A gente quer que os profissionais que estejam aqui dentro sejam responsáveis pela formação de todos os jogadores. E não eu monto o meu time, sou campeão, o jogador vai para outra categoria e não é mais responsabilidade. Se a gente conseguir atingir isso, vamos ter muito mais cabeça tentando eliminar os pontos cegos do processo, porque é natural um treinador do Sub-15, vendo jogadores que desempenham melhor, outros que não, e aí o rendimento deles caem, que não é bom o bastante para servir o Cruzeiro, e a gente acaba dispensando o jogador. E aí tem muito mais olhares para fazer esse contratempo na formação. Porque um treinador pode gostar de uma característica, e outro treinador de outra característica. E um pode sugerir a outro, já tentou fazer isso, já tentou aquilo. Esse nível de discussão que a gente quer quer seja no dia a dia do clube.
Ronaldo e Paulo Pezzolano; Cruzeiro
Eduardo Brock
ge: Qual é a principal preocupação neste processo de implementação das ideias da gestão do Ronaldo nestes primeiros anos?
Roberto Braga: O clube é muito rígido com o crescimento sustentável. A gente prefere dar passos firmes e sólidos, mas talvez menores, que vão contra a nossa ansiedade, mas que faz com que a gente não volte para trás, que em 2022 a gente suba, mas que 2003, a gente volte, e tenha que voltar três casas porque algo não deu certo. A gente quer ser sólido nos passos. Nossa auto cobrança é muito alta em relação a ser sustentável e ter trabalho de excelência. Não faço se tiver mais. Faço melhor com o que tenho. Esse é o desafio que o Ronaldo nos impõe.
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