Sozinho, Lautaro Martínez tem valor de mercado 2,6 vezes maior que todo o elenco australiano, que conta com seis jogadores que atuam em clubes de segunda divisão Em uma Copa de resultados surpreendentes na fase de grupos, talvez a maior zebra tenha vindo do Grupo D, com a classificação em segundo lugar da Austrália, à frente da Tunísia e, principalmente, da Dinamarca. Agora, os Socceroos serão colocados à prova no duelo mais "desequilibrado" das oitavas de final, neste sábado, às 16h (horário de Brasília), contra a Argentina.
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Lautaro Martínez, atacante da Argentina, tem valor de mercado superior a todo o elenco da Austrália
Arte: Infoesporte
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Das 16 seleções classificadas à próxima fase, a da Austrália é a que tem o menor valor de mercado, de acordo com o CIES Football Observatory, e o terceiro menor entre as 32 equipes da Copa de 2022, à frente apenas do Catar e da Costa Rica.
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Do outro lado, estará a Argentina, uma das favoritas ao título e dona do nono elenco mais valioso do Mundial de 2022, no avaliação do CIES. A soma dos valores dos 26 argentinos convocados é de 748 milhões de euros (R$ 4 bilhões), quase 20 vezes acima dos 38 milhões de euros (R$ 207 milhões) do elenco australiano. A diferença em valor de mercado é de incríveis 710 milhões de euros (R$ 3,8 bi).
Jogador mais caro da Argentina, avaliado em 99 milhões de euros pelo CIES (R$ 539 milhões), o atacante Lautaro Martínez, da Inter de Milão, vale sozinho 2,6 vezes a soma dos 26 atletas da seleção adversária nas oitavas. O jogador com maior valor de mercado da Austrália é o camisa 10 Ajdin Hrustric, do Hellas Verona: 7 milhões de euros (R$ 38 milhões).
Lautaro Martínez em ação contra a Polônia pela Argentina
REUTERS/Jennifer Lorenzini
Seis australianos atuam na segunda divisão
O CIES avalia cada jogador de acordo com idade, duração do contrato, experiência, momento atual e o clube que defende. Por este último critério, a seleção australiana também confirma a fama de surpresa das oitavas: os 15 jogadores convocados que atuam na Europa defendem apenas clubes medianos. Oito jogadores atuam em times australianos, dois no Japão e um nos Estados Unidos. Dos 26 convocados, seis vêm de times que disputam atualmente a segunda divisão em seus países.
Dos que jogam na Europa, apenas dois jogadores disputaram na atual temporada a fase de grupos da Champions League, o goeliro Mat Ryan, do Copenhagen, e o meia Aaron Moy, do Celtic - os dois clubes terminaram em último lugar nas suas chaves e não irão sequer para a Liga Europa.
Austrália comemora contra a Dinamarca
Wolfgang Rattay/Reuters
O único jogador com um título relevante recente é o meia Hrustic, campeão da Liga Europa com o Eintracht Frankfurt na temporada passada, antes de se transferir para o Hellas Verona. Nenhum deles jamais conquistou um título de primeira divisão em alguma das seis principais ligas nacionais da Europa (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha, França e Portugal).
Já a Argentina alinha no time titular astros internacionais como Ángel di María, da Juventus, com passagens vitoriosas por Real Madrid e Paris Saint-Germain; Lautaro Martínez campeão italiano com a Inter de Milão em 2021; e um camisa 10 chamado Lionel Messi, que dispensa apresentações.
Messi comemora vaga da Argentina às oitavas de final
Reuters
Argentina só tem dois convocados fora da Europa
Mesmo em processo de renovação, o técnico Lionel Scaloni conta com jovens promissores como o atacante Julián Álvarez, de 22 anos, do Manchester City; o zagueiro Lisandro Martínez, de 24, do Manchester United; e o volante Enzo Fernández, de 21, do Benfica. Dos 26 convocados, apenas dois não atuam em uma das seis principais ligas europeias: o goleiro Franco Armani, do River Plate, e o meia Thiago Almada, do Atlanta United, dos Estados Unidos. Ambos reservas.
A Argentina, apesar do susto na estreia, quando perdeu por 2 a 1 de virada para a Arábia Saudita, se recuperou vencendo México (2 a 0) e Polônia (também por 2 a 0), avançando em primeiro lugar no Grupo C e confirmando o favoritismo. Desde a Copa da Alemanha-1974, a Argentina só não passou da fase de grupos uma vez, no Mundial da Coreia do Sul e do Japão, em 2002.
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Goodwin: "Gostamos de ser azarões"
Já a Austrália, que também estreou perdendo (4 a 1 para a França), venceu na sequência Tunísia e Dinamarca, ambas por 1 a 0, conseguindo pela primeira vez duas vitórias em uma edição de Copa do Mundo. Os Socceroos repetem no Catar sua melhor participação em seis Copas do Mundo disputadas, voltando às oitavas de final 16 anos após o Mundial da Alemanha-2006. Agora, tentarão ir ainda mais longe, sem se importar com o papel de azarão, algo a que os jogadores já estão acostumados.
- Cada equipe australiana na história foi subestimada, sempre será assim e assim sempre será no futuro. É algo que eu acho que nos ajuda, nós gostamos de ser os azarões - comentou, antes da vitória histórica sobre a Dinamarca, o atacante Craig Goodwin, que marcou o gol australiano na derrota para a França, na estreia, e fez o cruzamento para Mitchell Duke garatir a vitória sobre a Tunísia, na segunda rodada.
Goodwin comemora gol da Austrália contra França
REUTERS/Kai Pfaffenbach
Diferença grande também no ranking da Fifa
Na última atualização do ranking masculino da Fifa antes da Copa, a Austrália aparecia em 38º lugar, à frente de apenas seis equipes do Mundial 2022: Canadá (41), Camarões (43), Equador (44), Qatar (50), Arábia Saudita (51) e Gana (61).
Na comparação com as seleções do seu grupo, estava oito posições atrás da 30ª colocada Tunísia e bem atrás das favoritas Dinamarca (décima) e França (quarta). Rival das oitavas, a Argentina é a terceira no atual ranking da Fifa.
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