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Ex-Flamengo, professor Muniz se divide entre gols importantes e aulas para crianças: "Mais jogador"

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Por Virtual Rondônia em 01/03/2025 às 09:48:15
Com gols quatro gols nos últimos cinco jogos, centroavante tem sido peça fundamental no Fulham, mas nas horas vagas ele ensina a palavra de Deus a jovens Rodrigo Muniz brinca com o "familiar" João Gomes após vitória: "Fiquei por cima"

O dever de Rodrigo Muniz é marcar. Gols e o coração de jovens com a palavra de Deus. Na atual temporada, tem cumprido a dupla missão com louvor. Nos últimos cinco jogos, balançou as redes quatro vezes. E quando o futebol dá uma tempinho, o mineiro de 23 anos vai à Igreja Batista London dar aulas de religião a crianças e adolescentes.

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A temporada tem sido de menos oportunidades no time titular - começou em nove de 29 jogos, enquanto no ciclo 2023/2024 iniciou 23 de 33 partidas. Isso, porém, não tem diminuído o faro de gol. São oito anotados, dois a menos do que fez entre o verão europeu de 23 e o inverno de 24.

- Claro que quero jogar todos os jogos. Só que, por ter os números que tenho, eu me sinto mais jogador do que eu era no ano passado. Me sinto mais confiante e mais tranquilo nas decisões que tomo em campo. Me sinto mais experiente do que no ano passado. Para as coisas entrarem no trilho, é só ter paciência e esperar. E continuar trabalhando - afirmou, em entrevista ao ge.

Rodrigo Muniz foi eleito o melhor em campo em Wolverhampton 1x2 Fulham

Divulgação/Fulham

O último gol foi muito bonito e importante. Com um toque de cobertura, garantiu a vitória por 2 a 1 sobre o Wolves e provocações ao amigo João Gomes, que também fez um golaço no duelo.

- Bom, nessa temporada eu não tenho começado muito os jogos, tenho entrado mais no final, o Raúl (Jiménez, mexicano que é o titular da posição) está fazendo um temporada muito boa. Tive a oportunidade de começar e fui feliz com o gol da vitória. Brinquei com o Gomes que os dois fizeram gols, só que eu fiquei por cima (risos).

No domingo, pelas oitavas de final da FA Cup, Rodrigo Muniz tem grandes chances de ser titular. Dos quatro jogos de copas (da Liga Inglesa e da Inglaterra) na temporada, começou em três e fez mesmo número de gols. O desafio é contra o Manchester United, que vive ano irreconhecível e em constante crise sob direção do português Ruben Amorim.

+ Com golaço de Muniz e assistência de Andreas, Fulham vence o Wolves

- O Manchester é um dos maiores clubes da Inglaterra, se não for o maior. A gente tem um grande respeito por eles. O nosso momento é muito bom, só que a gente pensa jogo a jogo. É um jogo muito importante, e a gente está olhando como uma final. A FA Cup é uma copa muito difícil, mas vamos para essa partida em busca da classificação - emendou Muniz, que é o terceiro maior artilheiro

Confira abaixo a íntegra da conversa, em que Muniz fala da nova função como professor na igreja, bastante de futebol e das coisas que têm saudade do Brasil.

Como surgiu essa história de ser professor de religião para crianças?

Rodrigo Muniz revela que tem dado aulas de religião para crianças e adolescentes

- Isso tudo tem a ver com a minha esposa, porque ela se batizou aos 13 anos na nossa cidade, São Domingos do Prata. Desde quando a chegou aqui, a gente vai na Igreja Batista London, que é brasileira e tem o pastor Xavier, que é brasileiro e mora aqui há muito tempo.

- Desde que a gente começou a ir lá, a gente sempre ajudou muito, e o pastor chamou a minha esposa e perguntou qual seria a possibilidade de ser professora dos adolescentes. Ela aceitou. Eu me batizei dois anos atrás, lá também, graças a Deus. E comecei a buscar mais os caminhos de Deus. Minha esposa tem sido benção para mim. Nesse ano, o pastor me chamou para dar aula também. E nos chamou para sermos líderes dos adolescentes. A gente dá aula para eles. São crianças que moram aqui na Inglaterra e que frequentam a nossa igreja.

A troca com esses pequenos te faz bem?

- Me faz bem, me ajuda muito, e é muito bom porque te traz um pouquinho mais de responsabilidade, porque eu não posso dar aula para criança, falar sobre Deus e não ser um exemplo para eles. Procuro ser um exemplo para que eles me vejam como uma pessoa certa e que busca os caminhos de Deus.

De volta ao futebol, a pergunta que fica é: mesmo com muitos gols, as oportunidades não são mais as mesmas. O que acredita que precisa fazer para voltar a ser titular?

- Acho que, comparando com a última temporada, na atual eu me sinto mais confiante e como jogador de Premier League mesmo. Tenho treinado bastante à espera da oportunidade. Comecei em nove jogos e tenho oito gols na temporada. Acho que os números estão bons. Claro que tenho que começar mais os jogos, só que isso não cabe a mim ou ao Raúl. Quem decide é o Marco Silva.

- Eu tenho mostrado nos treinos que mereço, o Raúl está vivendo uma temporada muito boa, os dois têm os números bons. É uma dor de cabeça para o treinador.

Você estipulou alguma meta pessoal? E coletivamente: onde o Fulham pode chegar?

- Nosso treinador é muito ambicioso, desde que chegou mudou a mentalidade do clube. Com certeza a gente tem a meta de brigar por uma coisa maior, porque o clube merece. E o Rodrigo tem a meta específica dele de fazer mais que 10. No ano passado, fiz 10, e esse ano espero fazer mais.

Rodrigo Muniz estipula meta de gols pelo Fulham na temporada 24/25

Na atual temporada, você fez gols contra City, Chelsea e Liverpool. Acredita que está se consolidando como um jogador de jogos grandes?

- Em umas das últimas vitórias da Premier, contra Newcastle e Wolves, vencemos por 2 a 1, e eu fiz os gols da vitória também. Você citou os grandes clubes, só que também marquei contra Wolves e Newcastle, que são grandes clubes também. Isso vem de muito trabalho. Sou um moleque que desde que cheguei aqui trabalho bastante para fazer gols e ajudar a minha equipe.

Quem tem te ajudado muito a marcar é o Andreas. Contra o Newcastle, você disse a ele que precisava de uma chance. Ele bateu a falta na medida, e você fechou no primeiro pau para fazer o gol. Prometeu e cumpriu. Como é essa sua conexão com ele?

- O Andreas tem sido um irmãozão meu aqui, tem me ajudado bastante, tanto nessa quanto na última temporada. Ele conversa muito comigo sobre o meu dia a dia. Fala que eu tenho que continuar treinando bem e entrando bem nos jogos, porque isso coloca um pulguinha atrás da orelha do treinador e joga a pressão para ele.

- Esses toquezinhos dele têm me ajudado bastante, e a gente leva essa relação para fora de campo. Saímos para jantar juntos, para jogar paddle, vamos para o clube juntos. Levamos isso para dentro do campo. Isso faz bastante diferença para mim e tenho certeza que para ele também.

Rodrigo Muniz dança com o amigo João Gomes após gol no Carioca de 2021

André Durão

Já que o assunto é irmão, diga uma coisa: a vitória sobre o João Gomes ficou só na provocação ou teve aposta?

- Só provocação mesmo, porque a gente viajou um dia antes, só que não deu para ele ir no hotel para ficar na resenha com a gente. A gente ficou conversando mais depois do jogo.

- A relação que a gente tem é muito boa, tanto individual quanto em família. A minha mãe e a mãe dele têm uma relação muito boa. A família dele foi meio que uma família para mim no Rio. Minha família em Minas, eu ficava sozinho às vezes, e eles me chamavam direto para ficar na casa deles, lá no Piscinão.

João Gomes e Rodrigo Muniz no treino do Flamengo

Alexandre Vidal/Flamengo

Não deu uma dorzinha no peito de tirar pontos de um amigo de quem você é tão próximo há tanto tempo?

- Dá nada, ele fez gol e também está feliz (risos).

Zoação sobre até para companheiro em gol contra João Gomes

- Foi uma jogada muito top em que o Adama (Traoré) acertou o passe. Brinquei com ele e falei que foi cagada. Fui feliz porque eu já tinha pensado esse gol. A gente tem treinado muito essa movimentação do atacante, eu brinco com o Adama e falo: "Adama, quando você dá assistência, você não quer. Você dá o passe de qualquer jeito". Brincadeira à parte, foi um grande parte dele, e eu fui feliz na finalização.

O que o Rodrigo Muniz do Flamengo mudou para o Muniz da Premier League?

- Acho que o Rodrigo da época do Flamengo era um pouco mais ágil, talvez porque a marcação aqui é diferente. Aqui o Rodrigo virou um Rodrigo forte fisicamente, porque a Premier pede isso dos atacantes, para segurar bem a bola. Eu me adaptei a isso, mudei um pouco o estilo de jogo, mas continuei com o faro de gol, que é o mais importante.

Muniz, sobre a Premier League: "Mudei o estilo de jogo, mas continuei com faro de gol"

Sonhos de Muniz na Europa: já pensa em transferência ou em fazer primeiro uma história no Fulham?

- Espero terminar a temporada bem, deixei essa questão de contrato com o meu empresário, mas tenho, sim, o sonho de disputar a Champions e a Europa League. Tenho certeza que se eu continuar fazendo meu trabalho e ajudando o Fulham, as coisas vão acontecer. Pode até acontecer esse ano. Se a gente continuar bem, a gente pode beliscar uma Europa ali.

Além do Andreas, você agora tem a volta do Willian? Qual a importância disso e que outros amigos tem aí na Inglaterra?

- O Willian, desde quando chegou aqui, dispensa comentários. Me ajudou muito ano passado e agora que ele voltou também. A gente mantinha a conversa em dia nas férias. Ele é muito experiente e trouxe algumas coisas que me ajudaram. No mais, de amizade é mais o pessoal da igreja. Consigo não esquecer o futebol, mas tenho uma rotina diferente ajudando na igreja, algo que me ajuda muito.

O que sente mais falta do Brasil?

- É mais a energia do brasileiro e do pessoal que ficava perto de mim. Aqui não tem resenha, resenha do clube. Fora do clube, somos só eu e Andreas. Willian voltou agora, tem o Vini (Carlos Vinícius) também. Quando eu estava em Minas, a gente marcava de ir na casa de alguma pessoa ou de fazer churrasco. Churrasco aqui é quase impossível, é dentro de casa.

Rodrigo Muniz celebra golaço em vitória do Fulham na Premier League

Reuters

Fonte: Ge

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