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Wesley vê venda frustrada ao Atalanta como virada de chave no Flamengo: "Ficar fez muito bem para mim"

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Por Virtual Rondônia em 01/03/2025 às 06:46:02
Lateral vive melhor momento na carreira após altos e baixos no Rubro-Negro Wesley revela tática de concentração no Flamengo: "O primeiro toque é tudo"

Se Wesley vive um bom momento hoje, com a camisa do Flamengo, é porque quando menino, no auge de seus 13 anos, se encantou com o clássico Figueirense e Avaí e decidiu que queria jogar futebol igual aos amigos catarinenses. Mas o caminho não foi fácil. O bom momento do lateral-direito é fruto de muita insistência de alguém que não desistiu mesmo após ser reprovado em três diferentes peneiras.

Foi só em 2018, com 15 anos e depois de muitos nãos, que Wesley foi aprovado para atuar em uma categoria de base. O jogador começou no Figueirense antes de se transferir para o Tubarão, quando em 2020 fez a estreia no profissional e disputou a sua primeira Copa do Brasil - competição que veio a conquistar com o Flamengo anos depois. No caminho, ainda teve a pandemia que quase fez o jovem desistir do sonho. Mas uma ligação do Tubarão já em 2021 fez Wesley voltar aos gramados e chamar atenção de Sávio, ídolo rubro-negro.

Wesley em entrevista ao Globo Esporte

Letícia Marques / ge

No mesmo ano, o lateral foi aprovado nos testes do Flamengo e iniciou a trajetória no clube, aos 17 anos. Em entrevista de quase 40 minutos ao ge, Wesley relembrou o caminho de muita persistência para que pudesse viver a fase de hoje e tratou a negociação frustrada com o Atalanta em 2024 como a virada de chave no Rubro-Negro. Você confere a matéria completa no Globo Esporte deste sábado.

Foi ao longo dos altos e baixos que viveu em seus 21 anos que o lateral desenvolveu uma técnica para se concentrar nos jogos. Wesley afirma que o primeiro toque na bola vai ditar o restante do seu jogo e revela incentivo de Filipe Luís para aprender a lidar com erros e acertos.

– Confesso que até hoje quando eu vou entrar eu falo: "Caraca, tenho que concentrar o máximo para não errar o primeiro toque. O primeiro toque é tudo". O primeiro toque vai ditar o teu jogo todo. O primeiro toque eu pego, driblo um ali, sofro uma falta: "Hoje eu estou bem". Mas isso que eu aprendi com o tempo. Antes, quando entrava e errava, a galera ficava "ah, não sei o quê" e eu ficava meio: "o que que eu faço agora?" E esse era o meu erro. Eu tentava fazer alguma coisa para eles gritarem. Eu comecei a aprender isso. Errou? Calma. Eu vou errar de novo, mas uma hora eu vou acertar – comentou antes de completar:

Wesley sobre venda frustrada ao Atalanta : "Ficar aqui fez muito bem para mim"

– Eu ficava com tanto medo de errar que eu não acertava nada. Agora eu não tenho medo de errar porque eu sei que na próxima eu posso acertar ou eu posso errar de novo. É o que o Filipe Luís fala: "Erra, erra, erra, mas não para de tentar, não para. Chega na linha de fundo, vai pra cima. Lá atrás, tenta sair jogando. Errou, recupera, errou, recupera. Eu só não quero que perca a bola e fique olhando. Errou, tenta de novo, tenta de novo, tenta de novo." Quando eu botei isso na minha cabeça eu falei "caramba, errei" e posiciono ali, recupero. Quando acerto, a torcida faz a festa que chega a arrepiar, não tem como – revelou ao ge.

Wesley faz análise de sua evolução e aponta o que precisa melhorar

A boa fase não é de hoje. Wesley começou a ganhar espaço no Flamengo ainda em 2023, mas foi no ano seguinte que evoluiu, conquistou o apoio da torcida e despertou interesse do futebol europeu. Em agosto, a negociação de R$ 120 milhões para o Atalanta (Itália) abalou os ânimos do jogador, que usou o episódio como um momento decisivo na sua carreira.

– Acho que a minha virada de chave foi em 2024, depois que eu não fui para a Atalanta. Ali foi a minha virada de chave. Não dava de ficar estacionado, lamentando, porque eu não fui. Eu não sou de chorar, só que esse dia não teve como não chorar. Pela fase que eu vivi, eu entendia que o momento que era para sair. Mas eu não saí e eu falei "Meu Deus, agora o que eu vou fazer? Ninguém me quer mais aqui, eu vou ficar fazendo o quê?" Minha cabeça estava assim. Aí meu empresário falou "Irmão, vamos. Tu estava saindo de uma Ferrari para ir para uma Lamborghini, mas tu tá na Ferrari ainda". Aí eu pensei "Caraca, é verdade, estou no Flamengo e 'reclamando' porque eu não fui. Estou no Flamengo e estou querendo sair?" Ali foi minha virada de chave – comentou ao ge.

Danilo e Wesley em ação pelo Flamengo

Lucas Figueiredo / Embaixada

Mas o sonho de jogar fora do Brasil ainda está forte na vida do lateral, que viu o assédio dos clubes nesta janela de transferências, mas optou por ficar no Flamengo. Wesley entende que o momento ideal para transferência é na janela do meio do ano.

– Eu vi que o momento para mim era de ficar aqui no Flamengo. Tinha minha filha que nasceu dia 5 de janeiro. Se eu fosse embora, eu não ia acompanhar o crescimento dela. Ela vai fazer dois meses já e está sendo a melhor coisa que já aconteceu na minha vida ficar com ela esse tempo. Conversei com os meus empresário. Se acontecer, o ideal é ir no meio do ano só – e completou:

– É difícil, é difícil pra caramba (não ficar ansioso). Eu não paro de pensar. Já falei que é meu sonho jogar lá fora. Mas o que eu estou vivendo aqui é uma coisa que eu não esperava que eu fosse viver. Está fazendo muito bem pra mim ficar aqui, muito, muito mesmo. Só que meu sonho é estar lá também. Aí eu fico dividido nessas coisas. Mas é a vontade de Deus: se for para ir, eu vou. Se for para ficar, eu fico.

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Relação com Filipe Luís

– Ele foi um dos maiores laterais do mundo todo. Peço bastante dicas para ele, ele me cobra bastante, bastante mesmo, qualquer coisinha, eu erro uma coisa ele diz: "esse não é o Wesley que eu conheço". Eu acerto e ele diz "esse é o Wesley que eu conheço". Ele vai falando comigo, o treino todo, o jogo todo. Eu sempre procuro me informar bastante com ele. Ele e o Danilo que são os laterais. Mas o que o Filipe Luiz faz por mim é uma coisa que eu não esperava. Tipo, eu já joguei com ele e ele é meu treinador agora, mas não tinha uma amizade assim com ele antes. Falava com ele normal, mas não como a gente está hoje. O que ele faz por mim é uma coisa que eu não esperava.

Amizade com Gerson

– Ele é meu parceirão. Foi o primeiro cara que me abraçou aqui. Quando eu estava indo pelo caminho errado ele disse "vem cá, segue isso". E ele me puxava de novo. Ele não desistiu. Quando eu recebi a notícia que ia ser pai fiquei doido para contar para ele, mas esperei o aniversário dele. Falei para ele "Tu foi um pai para mim e quero que seja um pai para minha filha também" e tinha um bilhetinho com o sapatinho para ele ser padrinho dela. Ele aceitou.

Gerson e Wesley em ação no jogo entre Flamengo e Cruzeiro

Wagner Meier/Getty Images

Clássico com o Vasco

– Para mim, jogar Flamengo e Vasco é uma coisa que, sei lá, só quem joga para saber. Não tem como. É uma adrenalina. As duas torcidas gritando muito, tu vai crescendo junto com a torcida, é muito bom. Uma das melhores sensações que tem é jogar Flamengo e Vasco, na minha opinião. É o melhor clássico que tem para mim.

– E o dia que eu me acostumar com essa sensação, eu vou me aposentar. Não tem como se acostumar. Quando tu entra lá, tu olha e tudo vermelho e preto... Todo mundo gritando. Não tem como se acostumar. E quem não tremer, vai para lá porque o futebol não é para esse cara não.

Avaliação pessoal do que precisa melhorar

– Quando eu jogava na base meu forte era defender. E eu tinha que melhorar atacar. Quando eu subi, eu achava que eu defendia bem. Só que todo mundo falava que eu atacava muito. Só que eu não via isso. Na minha cabeça eu nem sabia atacar. Na base eu ficava ali de terceiro zagueiro praticamente, passava uma, duas vezes só. Aí eu comecei analisar a minha defesa e vi que tinha que melhorar muito. Eu melhorei bastante na defesa, mas ainda tenho que melhorar muito. Eu acho que tenho que ser mais frio quando chego na área. Esse é um ponto que eu estou trabalhando bastante. Eu tenho que ter duas, três decisões na minha cabeça, mas eu só estou vendo uma e quero fazer logo. Estou tentando melhorar isso.

Assistência ou gol?

– Melhor coisa que tem pra um lateral é aquele arco. Bruno Henrique vem e "bamba" de cabeça. Vai sair essa assistência, vai sair pro Bruno Henrique ainda, Já teve algumas, mas ele não foi feliz em cabecear. Agora que eu estou começando a acertar, vai ter. Para mim, a melhor coisa é assistência.

- Bananinha é o cruzamento que faz o arquinho certinho. Os caras brincam "chega no fundo, só faz a bananinha". Mas é difícil, difícil pra caramba.

Camisa 43

– Cara, todo mundo me pergunta isso, todo mundo fala do Petkovic... Mas quando a gente sobe da base quem escolhe os números são os caras daqui. Não é a gente. Eu era 46 na minha estreia contra o Atlético-GO em 2021. Em 2022, mudou para 43 e aí pegou. Em 2022 eu só fui para jogos com o Dorival e não joguei. Em 2023, foi o meu ano. Eu até cavei, nem sabia que sabia cavar (risos). O goleiro veio, cavei. Aí falei: "ela (a camisa) mesmo". Tenho tatuagens com o 43. E ficou 43. Agora vai ficar onde eu for. Se tiver uma 43, eu vou pegar.

Ter sido campeão pelo Flamengo

– Uma coisa ruim, uma coisa boa. Coisa boa que eu fui campeão pelo Flamengo, e a coisa ruim é que eu quero ser mais. E quero ganhar mais, quero ganhar mais. Quando ganha você fica ambicioso. Se eu sair na janela, o clube que eu for vai ser para ser campeão também. Mas se eu ficar aqui, eu vou querer levantar todos (os troféus). É o sonho de todo mundo, todo mundo quer ser campeão de tudo. O Flamengo não vai para "vamos tentar". A gente vai para ser campeão. O grupo tá bem, todo mundo preparado, e o Filipinho tá fazendo um bom trabalho.

Scout especializado

– Eles pegam o vídeo do meu jogo, cortam todas as partes que eu toco na bola e me mandam. Primeiro eu vejo e tenho que me analisar sozinho. Não sou analista, não entendo muito (risos). Um dia antes do jogo eles me ligam para uma reunião, de que meus empresários participam também. Um deles (Guilherme Siqueira) foi lateral também e me ajuda bastante. Vendo de cima é mais fácil. Às vezes eu vejo que tinha oportunidade e eu não ia porque estava sem confiança. Eu comecei a parar e pensar, comecei a ver que foi dando certo. Essa foi uma das coisas que me ajudou bastante.

Resenha com Danilo, logo na primeira semana do novo reforço (Relembre a história)

– Eu sou um cara que o que eu quero aprender, eu quero melhorar. Eu pergunto para quem já viveu isso tudo. Danilo já jogou lá fora, jogou na seleção. A gente estava indo pro campo. E ele perguntou como eu estava, como estava a família. Aí eu pensei: "pô, vou perguntar". Porque eu ficava naquela, "ah, primeira vez que eu estou falando com o cara". Mas aí eu falei: "Danilo, vou te perguntar aqui... e a Seleção? Como que funciona?". E ele falou: "Pô, irmão, eu estou te vendo faz um tempo, você tem que continuar como está. Eu vi teus altos e baixos, sei que não é fácil sair disso". Eu fiquei surpreso pensando, "caramba, ele estava me olhando, o Danilo estava me vendo jogar". Foi uma conversa dele falando sobre a minha carreira, as coisas que aconteceram comigo no passado e ele estava por dentro de tudo. E ele me falou: "às vezes, se você fosse para Atalanta, você não seria tão valorizado como você é agora. Ou poderia ser". Trocamos assuntos da seleção e ele falou para eu continuar nessa pegada e disse: "se não for nessa convocação, é mais um motivo para tu trabalhar mais ainda". Eu fiquei bastante feliz nesses 15 minutinhos de conversa.

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Fonte: Ge

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