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Venda de Wesley, do Corinthians, reforça tendência de saída precoce de joias sul-americanos

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Por Virtual Rondônia em 01/09/2024 às 05:33:30
Jogador de 19 anos deixou o futebol brasileiro para atuar na Arábia Saudita, que se apresenta como mais um destino para novos talentos do continente; especialistas analisam atual momento do mercado da bola Al-Nassr anuncia Wesley como novo reforço do time

A movimentação de jovens talentos sul-americanos para clubes internacionais tem ganhado força nos últimos anos. Um exemplo recente é o do atacante Wesley, de 19 anos, que, formado na base do Corinthians desde os nove anos, foi anunciado na última sexta-feira como novo reforço do Al-Nassr, da Arábia Saudita, time onde atua Cristiano Ronaldo.

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A venda foi firmada por US$ 20 milhões (cerca de R$ 110 milhões), além de bônus de US$ 5 milhões (R$ 27 milhões) caso o jogador alcance as metas estipuladas no contrato. Wesley era o jogador do Corinthians com mais jogos em 2024. Em 46 partidas, balançou as redes cinco vezes, além de contribuir com três assistências.

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A transferência de Wesley ressalta a crescente tendência de jogadores promissores deixarem o Brasil cedo, buscando desenvolvimento em outras ligas, seja europeias ou não.

Estevão comemora convocação para a Seleção Brasileira com a família

Aos 19 anos, o ex-corintiano já conseguiu se transferir diretamente, diferente de casos como Estevão (Palmeiras) e Kendry Páez (Independiente del Valle), que foram adquiridos por clubes estrangeiros, porém, só irão deixar seus clubes formadores após atingirem a maioridade.

Os casos também reforçam o olhar que o mundo tem tido nos jovens sul-americanos que se destacam cedo, sobretudo, os times europeus. Wesley se junta a lista de uma elite de tenros talentos sul-americanos vendidos recentemente, incluindo Endrick, Estevão e Pedro Lima (Brasil), Kendry Páez (Colômbia), Justin Lerma (Equador) e Claudio Echeverri (Argentina), reconhecidos como grandes promessas do futebol mundial e mostrando o crescente valor e expectativa dos clubes em torno desses jovens.

Estevão comemora gol pelo Palmeiras

Marcos Ribolli

Europa leva jovens de baciada

Recentemente, o Chelsea, contratou Estevão, de 17 anos e uma das maiores promessas brasileiras, junto ao Palmeiras. Ofereceu para o garoto um contrato longo até 2033. No entanto, ele só se apresentará ao clube londrino na próxima janela de transferências de verão da Europa, em 2025, quando completará 18 anos. Da mesma forma, o equatoriano Kendry Páez, do Independiente del Valle, também foi vendido para o Chelsea.

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Outros clubes também fazem o mesmo movimento. Justin Lerma foi negociado com o Borussia Dortmund e o argentino Echeverri irá para o Manchester City.

Kendry Páez comemora gol em Independiente Del Valle x Palmeiras

Franklin Jacome/Getty Images

— O futebol na América do Sul ainda está muito abaixo do nível europeu, especialmente em termos de treinamento e exigências. Como resultado, os clubes europeus buscam negociar com jovens atletas antes dos dezoito anos, para integrá-los às suas estruturas assim que atingem a idade legal. Para um jogador de elite, limitar seu desenvolvimento ao cenário sul-americano por uma década ou mais não é vantajoso — afirma Thiago Freitas, COO da Roc Nation Sports no Brasil, agência norte-americana comandada pelo cantor Jay-Z e que gerencia as carreiras de atletas como Endrick, Vini Jr. e Lucas Paquetá.

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Endrick passou por situação semelhante; contratado pelo Real Madrid aos 16 anos no final de 2022, ele só foi integrado ao elenco após completar 18 anos, em 21 de julho deste ano. Outra jovem promessa recentemente vendida para o exterior foi o lateral Pedro Lima, ex-Sport e tratado como "herdeiro do Cafu", que assinou com o Wolverhampton, da Inglaterra, antes de completar 18 anos.

Entre outros clubes que têm investido na contratação de jovens talentos sul-americanos, o Nottingham Forest trouxe o volante Danilo, ex-Palmeiras, e o zagueiro Murillo, revelado pelo Corinthians. O Brighton também se consolidou como uma equipe atraente para promessas latinas, com aquisições dos equatorianos Moisés Caicedo e Jeremy Sarmiento, o paraguaio Julio Enciso e o argentino Facundo Buonanotte.

Lateral Pedro Lima fez sua estreia oficial pelo Wolverhampton

Wolverhampton/Divulgação

O Paris Saint-Germain também tem procurado este perfil de atleta e trouxe jogadores como Lucas Beraldo e Gabriel Moscardo. Além disso, o West Ham se uniu ao movimento e recentemente fechou contrato com Luis Guilherme, de 18 anos, ex-Palmeiras.

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Dessa forma, os clubes sul-americanos enfrentam grandes dificuldades para manter jovens talentos em seus elencos devido a diferença financeira significativa em comparação com os principais centros esportivos globais. No entanto, Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da agência Heatmap, aponta que essas movimentações podem trazer benefícios importantes para as equipes de futebol da América Latina.

— As equipes sul-americanas estão cada vez mais vendo seus talentos serem transferidos para a Europa em estágios mais precoces. Esses movimentos acabam trazendo benefícios tanto para os clubes quanto para os jogadores. Transferir-se para grandes equipes europeias não só aumenta a exposição dos atletas, mas também fortalece sua posição como promessas em ascensão. Além disso, essas transações geram um significativo ganho financeiro para os clubes em que os jogadores estavam, ressaltando os benefícios tanto no desempenho esportivo quanto nos resultados financeiros que se originam da base — analisa o executivo.

Luis Guilherme assina contrato no West Ham

Divulgação / West Ham

Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports, por sua vez, faz a ressalva de que antecipar as transferências desses jovens talentos pode dificultar a criação de uma conexão sólida com seu país e com os clubes nos quais foram desenvolvidos.

—O mercado europeu tem direcionado sua atenção para a aquisição de jogadores de futebol sul-americanos, resultando em transferências cada vez mais precoces. Esse fenômeno frequentemente impede que os atletas alcancem o status de ídolos e o reconhecimento pleno dos torcedores em seus países de origem — explica Fábio.

Fonte: Ge

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