De Lorena à camisa 10, Brasil garante vitória por 1 a 0 pelo bom funcionamento do conjunto comandado por Arthur Elias Nigéria 0 x 1 Brasil | Melhores momentos | Futebol Feminino | Jogos de Paris 2024
A vitória desta quinta passou pelos pés de Marta, mas não somente pelo passe primoroso para a finalização certeira de Gabi Nunes. Passa pelo espírito que ela leva junto para a seleção brasileira. Foram noventa minutos em alta rotação, vibração e entrega no posicionamento certeiro para ela em campo. Idade? Os 38 anos não fizeram diferença em sua energia.
Marta sempre ressaltou o orgulho que tem em vestir a camisa do Brasil e isso fica nítido toda vez que a coloca. Isso certamente influencia também no restante do grupo. Nada como ter um exemplo a observar. Marta se coloca como mais uma na engrenagem, como parte do grupo. E isso valoriza quem está com ela nessa caminhada da Seleção. No primeiro passo, tivemos outros destaques além da rainha.
Se o ataque marcou, o Brasil contou com defesas decisivas de Lorena. Retornou de uma lesão de LCA (ligamento cruzado anterior do joelho) como se nunca tivesse deixado de vestir a camisa amarela. Fria e ao mesmo tempo serena, não deu espaço para que a Nigéria ousasse diante do Brasil. Em uma das defesas, mostrou seu nível de classe mundial.
Marta celebra gol do Brasil contra a Nigéria
Rafael Ribeiro/CBF
Ali perto, na zaga, Tarciane foi segura mesmo com seus 21 anos. Afastou o perigo, chegou junto, desarmou. No setor defensivo, Tamires acabou saindo depois de uma entrada rival. Yasmim entrou e neutralizou as chegadas das nigerianas pela esquerda.
Estreia, vitória, claro, mas ainda com questões a corrigir. Diminuir os espaços entre os setores para evitar maiores sobressaltos e contra-ataques perigosos, algo que o Brasil sofreu na primeira metade do primeiro tempo. A atenção ainda à bola aérea, usada como ameaça pela Nigéria e que em um momento levou grande perigo à Seleção. A ansiedade inicial passou. O tão temido primeiro jogo teve sua barreira quebrada.
Agora, vem um adversário ainda mais forte e diferente: rápido, que erra poucos passes e incomodou a Espanha na estreia – vitória das atuais campeãs mundiais por 2 a 1, de virada. O Japão chega para a partida precisando da vitória no próximo domingo, 12h (de Brasília), para ainda ter chance de classificar às quartas de final. Irá sair para o jogo, o que pode ser um ponto a favor da seleção brasileira nesta segunda rodada do Grupo C.
O certo é que o Brasil produziu mais. Ainda precisa efetivar mais as chances, mas já é um sinal de que fantasmas do passado podem ser superados. A chave segue sendo equilibrada e difícil, mas ter sabido sair das dificuldades já mostra que a equipe de Athur Elias tem recursos para seguir adiante.