Planejamento é adquirir terreno para equipes inferiores: "Estarei velho, com uma longa barba branca antes de a Prefeitura me dar terras de graça", diz o dono da SAF alvinegra Textor explica plano para integrar Botafogo e outros times em CT da base
Construir um centro de treinamento multifuncional, abraçando o máximo possível de categorias do Botafogo, era um dos objetivos de John Textor desde que ele comprou o futebol do clube, em março de 2022. O plano não avançou: o Alvinegro ainda não conseguiu o terreno que gostaria da Prefeitura do Rio de Janeiro para construir o complexo.
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A ideia inicial, divulgada pelo ge no ano passado, era de construir o maior CT da América Latina. O local abrigaria todos os times inferiores, além de ter espaços para Lyon e Crystal Palace, outros clubes da rede do empresário norte-americano. Porém, Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, afirmou que o Botafogo fez "o pedido de uma área monstruosa, de que a prefeitura não dispõe".
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Textor decidiu mudar os planos. Em entrevista ao ge, o dono da SAF revelou que o Espaço Lonier, atual CT que passou por melhorias recentemente, será o local de trabalho do time profissional e de equipes mais velhas da base. Assim, o clube buscará um novo terreno para as equipes de jogadores mais novos, com um conceito diferente: o de colaboração com outras equipes do mundo.
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- Vocês foram os primeiros a publicar o design do projeto. Essa ideia evoluiu. Nós agora convidamos outros clubes para fazer parte desse projeto. O Atlético de Madrid quer fazer parte, um grande time da Colômbia, nossos clubes (Eagle Football), outros dois clubes da Premier League... Essa é uma nova ideia, de construir algo que chamamos de "O Coletivo". Um centro de excelência em que clubes de todo mundo vêm para treinar, se encontrar, desenvolver atletas. Podem ganhar títulos pelos clubes aqui e traçar um caminho para a Europa.
- Isso muda o nosso plano de ser apenas um multiclube com Lyon, Botafogo e Crystal Palace, para muito clubes maiores ao redor do mundo. O plano é que o Lonier seja a casa do nosso time principal e da parte alta da nossa divisão de base, com mais campos e nova infraestrutura. Essa outra ideia é para uma estrutura maior, dos mais jovens aos mais velhos, que vai se chamar The Collective ("O Coletivo"). Vai reunir um alto número de clubes internacionais em um único lugar. Teremos que comprar esse terreno - afirmou Textor.
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O "Collective" é basicamente um conceito de trocas entre os clubes. Permite que outras equipes levem seus jogadores para treinos no Rio. Como uma espécie de empréstimo, os jovens treinarão e farão atividades em um período determinado e, caso se destaquem, pode haver negociação para adquiri-los - e vice-versa, caso o time estrangeiro se interesse por um atleta da equipe dona da estrutura.
Projeto inicial do futuro CT do Botafogo
Reprodução
Enquanto isso, Textor e a diretoria do Botafogo manterão investimentos no Espaço Lonier, antes visto apenas como um "CT inicial". Recentemente, o espaço ganhou um novo Núcleo de Saúde e Performance. O norte-americano afirmou que não mantém conversas com a Prefeitura sobre receber um novo terreno.
- Não há discussão sobre isso (terreno) com a cidade. É uma ideia que eu acredito que a Prefeitura goste. Eu ainda gosto, mas não tivemos discussões mais. Fizemos investimentos significativos no Lonier. Agora é um bom centro de treinamento profissional. Ainda temos algum espaço lá, podemos construir alguns campos para receber os times mais velhos da base. Eles se dão melhor com proximidade, se inspirando nos jogadores do time principal. Abel Ferreira falou recentemente, ele talvez esteja brincando sobre o quanto gastamos nos nossos jogadores, mas ele trabalha a base com bastante sucesso. O fato de que você tem alguém como Endrick ou esse outro garoto que vem fazendo sucesso (Estêvão) se deve ao fato de que você tem colaboração com os times de cima da base e a equipe principal. Nós podemos fazer isso agora no Lonier.
- Estarei velho, com uma longa barba branca antes de a Prefeitura me dar terras de graça. Teremos que achar bons terrenos, talvez um pouco mais afastado da cidade onde é mais barato. Nós temos os desenhos, os clubes preparados para entrar no projeto, como eu disse, o Atlético de Madrid é um deles. Está indo na direção certa - completou Textor.
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John Textor, dono da SAF do Botafogo
André Durão
Mais declarações de Textor
Qual é o problema com a Prefeitura?
- A primeira propriedade nós realmente amamos e era grande o suficiente. Mas tinha vários problemas típicos de desenvolvimento reunidos. Não acho que seja um problema particular com a Prefeitura. Mas sabe, política de urbanização, meio ambiente, essas coisas todas. Então acho que talvez tenha sido ilusão minha que aquela propriedade em particular estaria disponível. Começamos a olhar para outros pedaços de terra que a Prefeitura estava disposta a nos dar. Umas eram muito pequenas e longe da cidade, não na área que seria conveniente para família e filhos dos atletas. Então, não é culpa de ninguém. É só uma negociação difícil com três partes, a cidade, o clube e os donos de terreno. E não conseguimos fechar.
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Ainda quer tirar a pista de atletismo do Nilton Santos?
- O plano era que receberíamos um terreno da cidade. Nos foi oferecido de forma conceitual. Se pudéssemos trocar com a cidade, receber uma propriedade, construir um centro de performance e um complexo de divisão de base, que eu penso que é o formato correto para nós, nos comprometeríamos a ficar no estádio mais tempo. Mas só o faríamos se pudéssemos fazer renovações significativas, remover a pista de atletismo, melhorar a hospitalidade, criar um bom desenvolvimento econômico para a Zona Norte. Não aconteceu, não recebemos o terreno da Prefeitura. Não controlamos o estádio, não temos o direito de remover a pista. Temos bastante liberdade lá para fazer coisas menores, mas esse tipo de investimento, estamos falando de uma engenharia significativa, estrutura e talvez cavar mais fundo, reconstruir o entorno. Não podemos fazer isso para um estádio em que não somos donos. Queria me desculpar com as pessoas, porque eu anunciei no meu vídeo gritando contra o Palmeiras que "eles não poderiam me expulsar do meu estádio", mas não é meu estádio. É público. Emocionalmente, é meu. Mas você não pode fazer renovações grandiosas em um estádio que não é seu. Não posso me dar ao luxo de investir em um ativo que pode facilmente ser tirado de nós. Temos que buscar uma solução. É um sonho meu fazer. É difícil.
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