Jogadora com nacionalidade brasileira e americana foi chamada para novo período de treinos com a seleção dos EUA até o dia 16 de julho A seleção dos Estados Unidos tem uma nova aposta em sua base e ela também é brasileira. Pietra Tordin vem sendo convocada e analisada pela equipe sub-20 do país e é candidata a brigar por uma vaga no Mundial da categoria entre 31 de agosto a 22 de setembro, na Colômbia. A jogadora de 20 anos tem país brasileiros, mas nasceu os Estados Unidos. Ela chegou a ser chamada pela seleção brasileira em outubro de 2023 pela primeira vez. Logo depois, em dezembro do mesmo ano, participou de um amistoso diante da França e assinalou o gol de empate do Brasil em 1 a 1. Em janeiro de 2024, surgiu a primeira convocação pelo time norte-americano.
- Fui chamada antes para a seleção brasileira (sub-20) em outubro e foi incrível. Era meu sonho desde que eu era pequena. Toda minha família sempre brincava que eu jogaria pelo Brasil quando fosse mais velha e finalmente isso se realizando era um sonho virando realidade. Depois pelos EUA foi um sonho também. Os dois foram um sonho. Experiências diferentes, mas o mesmo sonho - disse Pietra Tordin.
Pietra tem dupla nacionalidade. Os pais - Fábio e Cristina Tordin - se mudaram há um pouco mais de 20 anos para os Estados Unidos - em 2003. Por lá, a atacante cresceu e se destacou por Princeton, universidade a qual frequenta atualmente e terminou o segundo ano. Quando ao futuro, ela não escolhe ainda a camisa definitiva, mas tem ido às convocações dos EUA e não mais do Brasil, no momento.
- Está definitivamente aberto. Depende de como minha carreira irá. Agora estou jogando pelos EUA, mas nunca sei o que pode acontecer no futuro. Tudo pode mudar, sinceramente. No momento, estou indo para a seleção dos EUA e veremos como vai - afirmou Pietra, que em junho esteve treinando com o Orlando Pride por um mês em meio à parada do ano letivo em Princeton.
Pietra com a seleção dos EUA sub-20
Arquivo pessoal
A caminhada pela visibilidade como uma jogadora de seleção de base também emociona o pai de Pietra. Fabio comenta que enviou vídeos à CBF e depois disso ela foi chamada pela equipe sub-20 sob o comando de Rosana Augusto.
- É difícil ter a visibilidade no Brasil. Ela se destacava aqui, foi para Princeton , estava se destacando, ganhou vários prêmios, mas essas coisas não chegavam muito no Brasil. E também ela não era chamada para a seleção dos EUA. Algo que não compreendíamos muito. Até hoje não compreendo, mas era o que era. Aí em determinado momento a gente conseguiu contato com o pessoal da CBF e mandou vídeos e tudo dela. Foi quando começou o pessoal da CBF a se interessar por ela. Foi daí que veio a primeira convocação dela para a seleção em outubro e logo em seguida veio a convocação para a seleção americana em janeiro. Para mim que acompanhei achava que ela tinha condições e isso acabou acontecendo. Como digo para ela. Aconteceu na hora certa. Chegou um momento que ela desacreditou de jogar na seleção (o pai se emociona e interrompe a entrevista por alguns segundos). Mas aí aconteceu a seleção do Brasil e EUA e mostrou que ela tinha condições de lutar por uma chance - disse Fabio.
Como potências para chamar a atenção no campo, Pietra se define como uma nove de ofício, finalizadora. Assim já foi na seleção americana quando marcou o gol da vitória sobre a Colômbia em amistoso no dia 25 de fevereiro.
- Eu gosto de jogar como 9, centroavante. Gosto de jogar nessa posição. Gosto de ser conhecida como finalizadora, dedicada, que faz os dois lados do jogo. Sou uma jogadora de grupo, também alguém agressiva no campo, intensa - afirmou.
Pietra agora vive a expectativa pela lista final para a Copa do Mundo feminina sub-20. A jogadora alimenta a esperança ainda de estar entre as selecionadas dos Estados Unidos, seleção que ela defende no momento. Ela está entre as chamadas para um período de treinos em Athens, Georgia, com a equipe, entre os dias 8 e 16 de julho, com dois amistosos diante do México - neste sábado e também no dia 13. Logo depois desse camp, a técnica Tracey Kevins irá escolher as convocadas para o Mundial.
Pietra Tordin quando atuou pela seleção sub-20 em dezembro
Adriano Fontes/CBF