Paulo Bracks, Alexandre Mattos e Pedro Martins passaram pelo cargo nos últimos 22 meses e saíram alegando falta de autonomia e interferências no trabalho O Vasco caminha para ter seu quarto diretor executivo de futebol desde que tornou-se SAF: o clube acertou a contratação de Marcelo Sant'Ana, ex-presidente do Bahia que atualmente era o homem forte do América-RN. Ele deve chegar ao Rio de Janeiro nos próximos dias para dar início aos trabalhos.
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Baiano de Salvador, Marcelo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), estudou na Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, e tem MBA em Marketing e Branding. Ele fez o curso de Gestão Técnico do Futebol ao lado de Felipe "Maestro", hoje diretor-técnico do Vasco.
Na visão de Pedrinho e seus pares, Marcelo atende aos requisitos estabelecidos na busca por um novo diretor: o de ter experiência em recuperação de um clube tradicional, ter conhecimento em SAF e em gestão como um todo, não apenas do futebol.
Marcelo Sant'Ana, ex-presidente do Bahia
Felipe Oliveira / Divulgação / E.C. Bahia
Ele chega para ocupar o cargo deixado por Pedro Martins, que pediu desligamento do clube na quinta-feira da semana passada. Antes dele, haviam passado pela função Paulo Bracks e Alexandre Mattos. Em 22 meses da era SAF no Vasco, foram esses os homens responsáveis por tocar o dia a dia do futebol.
Bracks, Mattos e Pedro tiveram algo em comum na sua experiência no clube: os três saíram insatisfeitos e em algum momento se queixaram da falta de autonomia e de interferências no trabalho. Veja abaixo como foi a passagem de cada um:
Paulo Bracks (de 08/08/22 até 07/12/23)
Dos três, foi o que ficou no cargo por mais tempo: foram 486 dias como diretor executivo do futebol do Vasco.
Ex-auditor do STJD, Bracks chegou ao Vasco credenciado pelo bom trabalho no América-MG, embora sua experiência anterior, no Internacional, não tivesse obtido resultados esportivos relevantes. Um dos seus primeiros atos em São Januário foi destravar as negociações pela renovação de Andrey Santos, que em seguida foi vendido ao Chelsea.
Paulo Bracks, ex-diretor esportivo do Vasco
Thiago Ribeiro/AGIF
Bracks atuou em duas janelas de transferência e foi o responsável por contratações que deram certo de imediato no Vasco, como o goleiro Léo Jardim e o lateral-esquerdo Lucas Piton. Por outro lado, também trouxe ao clube jogadores que deixaram poucas saudades - o atacante Pedro Raul, o zagueiro Robson Bambu e o meia Carabajal estão entre os exemplos.
Foi na gestão de Bracks que o Vasco fechou a contratação de maior impacto da era SAF: a do francês Dimitri Payet.
Paulo Bracks é lembrado pelos torcedores por ter montado a equipe que fez o pior primeiro turno do Vasco na história do Brasileirão, no ano passado, mas também por ter acertado em contratações que mudaram a rota da equipe no meio do campeonato. Saiu muito desgastado, com sua demissão festejada pela maioria esmagadora da torcida, dizendo que sentiu-se "isolado institucionalmente".
Contratações:
Léo Jardim, goleiro
Jair, volante
Lucas Piton, lateral-esquerdo
Patrick de Lucca, volante
Léo, zagueiro
Robson Bambu, zagueiro
Orellano, atacante
Manuel Capasso, zagueiro
Rwan Cruz, atacante
Andrey Santos, volante
Pedro Raul, atacante
Puma Rodríguez, lateral-direito
Ivan, goleiro
Paulo Henrique, lateral-direito
Mateus Cocão, volante
Carabajal, meia
Serginho, atacante
Maicon, zagueiro
Gary Medel, zagueiro
Jefferson, lateral-esquerdo
Praxedes, volante
Paulinho, meia
Sebastián Ferreira, atacante
Vegetti, atacante
Rossi, atacante
Treinadores contratados: Maurício Barbieri e Ramón Díaz.
Alexandre Mattos (de 11/12/23 até 21/03/24)
Com sua contratação anunciada quatro dias após a demissão de Bracks, Mattos chegou ao Vasco com sua fama de diretor pop-star e a promessa de que seria agressivo no mercado. Mas durou apenas 101 dias no cargo.
Alexandre Mattos, ex-diretor executivo do Vasco
Thiago Ribeiro/AGIF
Mattos foi o diretor que mais teve dinheiro para investir em contratações: foram aproximadamente R$ 120 milhões em nove reforços. Mas os valores pagos pelo zagueiro João Victor (R$ 32 milhões) e o atacante Adson (R$ 26,7 milhões) acabaram sendo muito questionados.
O diretor teve divergências com a gestão da SAF, quando deu entrevistas se queixando da falta de autonomia para trabalhar; com a comissão técnica, no fatídico caso do atacante André Silva; e também com jogadores: a discussão com o zagueiro e capitão da equipe Medel foi como a gota d'água da relação.
Foi demitido sob a justificativa de "quebra de confiança" após o vazamento de conversas suas com um jornalista.
Contratações:
João Victor, zagueiro
Adson, atacante
Sforza, volante
Clayton Silva, atacante
Rojas, zagueiro
Galdames, volante
David, atacante
Keiller, goleiro
Victor Luís, lateral-esquerdo
Pedro Martins (de 01/05/24 até 20/06/24)
O ex-diretor do Cruzeiro chegou ao Vasco prometendo gestão profissional e dizendo que havia sido seduzido com a promessa de implementar um trabalho de longo prazo no clube, mas pediu para ser desligado 50 dias depois de ser anunciado.
Foi o diretor de futebol com a passagem mais curta e o único que não teve uma janela de transferências para chamar de sua. A única contratação relevante foi a do técnico Álvaro Pacheco, que deixou a equipe após quatro jogos, sem uma vitória sequer.
Pedro foi contratado ainda pela gestão da 777 Partners, viveu a transição para o controle do Vasco associativo e entregou o cargo alegando interferências desmedidas do presidente Pedrinho no dia a dia da empresa.
Contratações:
Emerson Rodríguez, atacante (encaminhado)
Treinador contratado: Álvaro Pacheco.
Álvaro Pacheco e Pedro Martins sendo apresentados no Vasco
Leandro Amorim / CRVG
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