Venezuelano foi negociado por US$ 2,5 milhões; "A gente vendeu com muito pesar, mas foi um valor adequado", justificou Rafael Menin A prova (ou as provas) de que a situação financeira do Atlético-MG não anda às mil maravilhas veio antes mesmo da apresentação do valor atual da dívida bilionária, na última quinta-feira, no Galo Business Day 2022.
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Há duas semanas, duas notícias já davam indícios do aperto nos cofres: a cobrança judicial do River Plate pelo pagamento de Nacho Fernández, e a venda criticada por parte da torcida de Jefferson Savarino à MLS.
Assuntos também abordados no evento de "transparência" do Galo, que trouxe um panorama sobre o ano de 2021, que terminou com superávit de R$ 101 milhões, mas manutenção da dívida na casa de R$ 1,3 bilhão.
Sobre Savarino, quem respondeu foi Rafael Menin, vice-presidente do Conselho Deliberativo e um dos membros do órgão colegiado (4 R's) que trabalha na gestão do clube ao lado da diretoria. Na última semana, o Atlético confirmou a venda de 40% dos direitos do venezuelano ao Real Salt Lake-EUA por US$ 2,5 milhões (R$ 12,4 milhões), valor criticado por alguns torcedores em redes sociais.
- O Savarino saiu por um valor relativo à 40%, com um valuation (valor total) de US$ 6 milhões, o que não é pouco dinheiro. 'Pô', Savarino devia ser vendido por US$ 15 milhões. Mas nunca existiu proposta de 15 milhões. Futebol, se fosse tão simples, a gente levantava a mão e aparecia uma proposta de 15 milhões. A vida estaria resolvida, seria muito fácil - disse.
"A gente vendeu com muito pesar, mas entendemos que foi um valor adequado" (Rafael Menin)
Jefferson Savarino, meia-atacante do Atlético-MG
Pedro Souza/Atlético-MG
Segundo o empresário, a situação poderia ter sido outra caso o Galo tivesse um fluxo de caixa mais tranquilo, e não trabalhasse com a obrigação de negociar atletas no mercado.
- O valuation (valor total) do atleta foi US$ 6 milhões, que é o que a gente acha que vale o atleta. Poderia ser oito, desde que nós tivéssemos o caixa que outros poucos clubes têm, mas nós não temos essa situação ainda. Ela vai chegar um dia. Em breve, eu acredito. Mas não é a situação atual do clube - justificou.
Rafael Menin afirmou ainda que a decisão de vender Savarino por US$ 2,5 milhões foi conjunta entre diretoria de futebol, órgão colegiado e o próprio atleta
- O que eu posso garantir é que o Rodrigo Caetano faz um trabalho muito diferenciado, ele é o dirigente brasileiro, certamente, mais renomado. E a decisão também não é só da diretoria de futebol, a gente tem que olhar o aspecto financeiro, um pouco do desejo do atleta.
Galo Business Day 2022 explanou as finanças do Atlético-MG
Bruno Sousa / Atlético
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Nacho
Outra situação abordada no Galo Business Day foi a dívida do Atlético com o River Plate pelo não pagamento completo do meia Nacho Fernández, contratado em 2021. O time argentino acionou o clube mineiro por uma dívida próxima a US$ 2,5 milhões (R$ 12,4 milhões, na cotação atual), por parcelas em atraso no acordo que envolveu a compra do camisa 26.
O diretor financeiro do clube, Paulo Braz, disse que procurou o River antes da ação judiciária para tentar parcelar o pagamento devido ao aperto no fluxo de caixa no início de ano, mas não teve sucesso.
Nacho Fernández, meio-campo do Atlético-MG
Pedro Souza/Atlético
- Fizemos proposta de pagamento para eles. Eles não aceitaram a primeira, e fizemos a segunda proposta, em função da sazonalidade que temos no primeiro semestre de fluxo de caixa. As principais receitas do clube acontecem substancialmente no segundo semestre do ano. O que colocamos é, olha: "se puderem aguardar um prazo maior para que a gente possa quitar, podemos inclusive pagar em três, quatro parcelas. Imediatamente, por exemplo, no mês de fevereiro, depois em março, e assim sucessivamente". E eles disseram não - contou.
- A nossa receita no primeiro semestre é muito prejudicada em razão das competições. E a gente fez essa proposta, eles não aceitaram, e nós já colocamos no fluxo de caixa de pagamento esse compromisso para ser honrado muito em breve. Essa pauta vai deixar de existir muito brevemente - concluiu Paulo Braz.
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