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Enfim, Vissel Kobe campeão da J.League!

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Por Virtual Rondônia em 25/11/2023 às 07:10:29
Com o provável MVP Osako em destaque e gol do título de Muto, Vissel derrotou o Nagoya Grampus por 2x1 e, com uma rodada de antecedência, conquistou o Campeonato Japonês pela primeira vez 2023 foi um ano de campeões inéditos. Avispa Fukuoka na Copa da Liga, Fluminense na Libertadores, Manchester City na Champions League... e agora o Vissel Kobe na J.League. O clube que começou as atividades em 1995, passou a maior parte de sua existência na metade de baixo da tabela, subiu de patamar com a chegada de Andrés Iniesta, mas vinha de temporadas inconstantes, finalmente conquistou a liga japonesa pela primeira vez. Justamente no ano em que o craque espanhol foi embora.

Nos últimos anos, o Vissel ficou conhecido pelas contratações de medalhões estrangeiros propiciadas pelo dinheiro da Rakuten. Além de Iniesta, passaram pelo Boi de Kansai nomes como Lukas Podolski, David Villa, Thomas Vermaelen, Sergi Samper e Bojan Krkic. Uns com mais ou menos impacto e não dá para negar a influência de Iniesta, mas além do título da Copa do Imperador 2019 e de uma boa campanha na J1 com o terceiro lugar em 2021, o time só engrenou de verdade este ano. Coincidentemente ou não, sem estrelas internacionais.

O grande nome desse Vissel Kobe é Yuya Osako. O centroavante que só não está mais na seleção por causa da idade (33 anos) é muito mais do que um fazedor de gols. Osako é um nove que muitas vezes atua como dez (que, aliás, é o número da sua camisa no Vissel). Ele é o artilheiro do campeonato, bom nas finalizações pelo chão e pelo alto, mas também participa da criação das jogadas, seja fazendo o pivô ou dando um passe decisivo. Foi com duas assistências dele que o Kobe venceu o Nagoya Grampus hoje e se sagrou campeão diante de sua torcida no Noevir Stadium. Seria uma surpresa se o prêmio de MVP do campeonato não fosse para ele.

Com 22 gols e 7 assistências em 32 jogos, Yuya Osako é o destaque do Vissel Kobe campeão da J.League

Aflo

Mas o Vissel Kobe não é só Osako. Outros veteranos ex-seleção japonesa formam a espinha dorsal da equipe, como Yoshinori Muto, o melhor ajudante que Osako poderia ter na frente e autor do gol do título; Hotaru Yamaguchi, o capitão e incansável marcador no meio-campo; e Gotoku Sakai, o polivalente lateral que também faz as vezes de capitão. Todos nomes bem prováveis no "Best Eleven" da temporada. Um time titular basicamente composto por japoneses e que tem como estrangeiro apenas o zagueiro Matheus Thuler, que vem em uma boa reta final, além do "décimo segundo jogador" Jean Patric. O espanhol Juan Mata, contratado em setembro para a vaga de Iniesta, atuou por um total de apenas 10 minutos e tem ficado só no banco, assim como o húngaro Bálint Vécsei e o brasileiro Lincoln, que muitas vezes nem são relacionados.

O técnico também é japonês. Nos últimos anos o Vissel teve como treinadores o brasileiro Nelsinho Baptista, os espanhóis Juan Manuel Lillo, Lluís Planagunmà e Miguel Ángel Lotina e o alemão Thorsten Fink, mas quem montou a equipe mais coesa foi Takayuki Yoshida. Em sua terceira passagem como técnico do Vissel, ele deixou de ser um mero "apagador de incêndio" e, além de salvar o time que ano passado ficou várias rodadas em último e era ameaçado de rebaixamento, fez o mesmo time, com apenas alguns reforços, ser campeão este ano.

Um Vissel Kobe que não foi o melhor ataque (é o segundo, atrás do Yokohama F-Marinos) nem a melhor defesa (é a terceira, atrás do Urawa Reds e do Sanfrecce Hiroshima), mas que conseguiu ser bom e eficiente em todas as áreas. A defesa, que era o setor mais preocupante, ganhou estabilidade e diminuiu o número de erros mesmo com o desfalque de seu potencial melhor zagueiro, Ryuho Kikuchi, que sofreu uma grave lesão nos ligamentos do joelho em março e só agora voltou a treinar. Mas a dupla formada por Tetsushi Yamakawa e Matheus Thuler (ora com Yuki Honda no lugar de um deles ou na lateral esquerda) deu conta do recado. Sem falar em Daiya Maekawa, que era um dos mais inseguros goleiros da J1, mas fez um 2023 respeitável e foi até convocado para a seleção. Mitsuki Saito, um dos reforços para este ano e que vinha atuando em alto nível como um dos melhores volantes do campeonato, também sofreu uma lesão no joelho e é desfalque desde agosto, mas Takahiro Ogihara o tem substituído razoavelmente bem.

Enfim, venceu o time que no geral foi melhor, mais equilibrado e que ficou na liderança em 26 das 33 rodadas disputadas. O vice-campeão Yokohama F-Marinos tropeçou ontem no Nissan Stadium contra o Albirex Niigata e viu passar um flashback de dez anos atrás. Em 2013, o Marinos deixou escapar entre os dedos um título que estava quase ganho após uma derrota em casa para o Albirex na penúltima rodada (e que o Sanfrecce Hiroshima de Hajime Moriyasu aproveitou). Ontem, o roteiro se repetiu; Yokohama e Niigata ficaram no 0x0 e o resultado deixou o caminho livre para o Vissel, que só precisaria ganhar em casa do Nagoya Grampus ou bater o Gamba Osaka em Suita na última rodada (até empates nos dois jogos poderia servir, por causa do melhor saldo).

A impressão inicial era que o Vissel seria campeão com tranquilidade, já que abriu 2x0 com gols em sequência bem no comecinho, nos minutos 12 e 14, com Haruya Ide e Muto, ambos tendo Osako como garçom. Até que, aos 30', Daiju Sasaki desperdiçou uma chance clara e, no minuto seguinte, Kasper Junker descontou para o Nagoya. E aí o jogo ficou tenso até o final, com mais oportunidades claras não aproveitadas dos dois lados, incluindo uma bola na trave de Naoki Maeda a 15 minutos do fim que por pouco não adiou a decisão do título.

O Vissel Kobe se torna o 11º clube diferente a ser campeão da J.League em 31 temporadas. O último campeão inédito foi o Kawasaki Frontale em 2017. E a última vez que um clube da região de Kansai faturou o título foi com o Gamba Osaka em 2014.

Lista de campeões da J.League:

8 - Kashima Antlers (1996, 1998, 2000, 2001, 2007, 2008, 2009, 2016)

5 - Yokohama F-Marinos (1995, 2003, 2004, 2019, 2022)

4 - Kawasaki Frontale (2017, 2018, 2020, 2021)

3 - Júbilo Iwata (1997, 1999, 2002)

3 - Sanfrecce Hiroshima (2012, 2013, 2015)

2 - Tokyo Verdy (1993, 1994)

2 - Gamba Osaka (2005, 2014)

1 - Urawa Reds (2006)

1 - Nagoya Grampus (2010)

1 - Kashiwa Reysol (2011)

1 - Vissel Kobe (2023)

- Yokohama FC rebaixado. No confronto direto para fugir da J2, o Shonan Bellmare venceu o Yokohama FC e escapou de vez do descenso. Já o Fulie está virtualmente rebaixado, pois mesmo que vença na última rodada e o penúltimo colocado Kashiwa Reysol perca, ainda há uma diferença de 12 gols de saldo entre os dois times.

Resultados da 33ª rodada da J1:

(9º) Kawasaki Frontale 3x0 Kashima Antlers (7º) (20.887)

(2º) Yokohama F-Marinos 0x0 Albirex Niigata (10º) (34.335)

(4º) Urawa Reds 2x3 Avispa Fukuoka (6º) (34.826)

(17º) Kashiwa Reysol 2x2 Sagan Tosu (13º) (12.733)

(12º) FC Tokyo 1x3 Hokkaido Consadole Sapporo (11º) (26.945)

(18º) Yokohama FC 0x1 Shonan Bellmare (15º) (13.624)

(8º) Cerezo Osaka 0x1 Kyoto Sanga (14º) (20.323)

(1º) Vissel Kobe 2x1 Nagoya Grampus (5º) (25.365)

(3º) Sanfrecce Hiroshima 3x0 Gamba Osaka (16º) (29.097)

Fonte: Ge

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