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Abel Ferreira critica CBF e explica substituições no Palmeiras: "Eu quero samba"

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Por Virtual Rondônia em 12/11/2023 às 01:19:39
Treinador manda mensagem para Renato Gaúcho e reclama de sequência de jogos com pouco tempo de recuperação: "Uma vergonha" Abel Ferreira criticou a CBF e explicou o que espera ver em campo do Palmeiras, que venceu o Internacional por 3 a 0 na noite deste sábado, na Arena Barueri. O resultado levou o Verdão para a primeira colocação do Campeonato Brasileiro.

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Confira a coletiva de Abel Ferreira, do Palmeiras, após a vitória contra o Internacional

A sequência intensa de jogos, com pouco tempo para recuperar os atletas, fez o treinador novamente reclamar do calendário e disparar contra a Confederação Brasileira de Futebol.

– É uma vergonha a CBF deixar fazer oito jogos seguidos com dois ou três dias de descanso. É uma vergonha. Isto é insano para todo mundo – criticou.

– No último jogo aqui, o Athletico-PR ficou sem dois jogadores. Hoje, o Luan se lesionou, e o Inter perdeu dois jogadores. Será que isso não faz as pessoas refletirem? É uma vergonha o que fazem com os jogadores brasileiros, com o futebol brasileiro. Há um público top, jogadores bem preparados, felizmente temos o núcleo de performance que nos ajuda. Contra o Flamengo, não conseguimos. Acertamos e erramos como todos, mas precisamos refletir. É uma vergonha o que está acontecendo, oito jogos seguidos com dois ou três jogos de descanso. Enquanto eu estiver aqui no Brasil, vocês vão ouvir isso: é uma vergonha. Essa é a minha opinião. Tudo o que eu falo tem uma única intenção: tornar o futebol brasileiro melhor – afirmou o treinador, que viu Luan sentir a coxa direita ainda no primeiro tempo da partida deste sábado.

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Ao ser questionado sobre o que esperava da sua equipe ao terminar a partida deste sábado com quatro laterais em campo (Mayker, Marcos Rocha, Piquerez e Vanderlan), Abel explicou suas escolhas.

Até o comportamento de parte da torcida do Palmeiras foi tema da conversa do treinador português com a imprensa na Arena Barueri. O treinador lamentou não poder ter atuado com o estádio lotado, minimizou críticas e pediu apoio na reta final do Brasileirão.

– Nosso grupo de trabalho acredita sem ver e acredita sempre. Não estou dando recado a ninguém, mas essa equipe luta sempre até o fim e dá o seu melhor. A comissão faz a mesma coisa. Nesses três anos, o Palmeiras joga todas as competições competindo. Sinto muito orgulho dos nossos jogadores. Veja hoje o Vanderlan o que ele fez. O que eu quero daquela posição? Quero verticalidade. Não quero um jogador que passe a bola para trás, que é o que faz 90% das equipes brasileiras. Não quero isso. Quero samba, quero verticalidade, quero gols.

Abel Ferreira, do Palmeiras, na partida contra o Inter

Marcos Ribolli

Por causa de shows no Allianz Parque, o Verdão foi obrigado a atuar as últimas partidas como mandante no Brasileirão em Barueri - contra Athletico-PR e Internacional. Neste sábado, 19.358 estiveram presentes em Barueri para acompanhar a vitória por 3 a 0.

Com mais dois jogos como mandante até o fim do Brasileirão, o time de Abel Ferreira ainda poderá ser obrigado a sair de casa contra o Fluminense, na penúltima rodada, mais uma vez por causa da agenda de shows do Allianz Parque - a data e local da partida ainda não foram confirmados pela CBF.

– O que posso falar é que a nossa equipe merece um estádio inteiro, é isso que tenho a dizer. Nem no nosso estádio estamos a jogar. Depois de tudo o que sofremos, de tudo o ouvimos, estamos aqui brigando. Nunca prometi títulos a ninguém. Tem coisa que prometi e dou o meu melhor todos os dias. Se é com o Rocha de lateral ou de ponta, vamos assim. Sou europeu, não sou brasileiro, sinto em lhes afirmar isso. Eu não sou da escola do Brasil. Quando vim no PAOK aprendi a ser frio, aqui é muito emocional. Se tiver que jogar o Rocha, vai ser ele. Se tiver que ser o Mayke, vai ser ele. O Rony passou um período mal, saiu, e está a se recuperar. O Zé também. Com o treinador, não é diferente. O que me parece é que os únicos perfeitos são os que criticam. Há críticas que nos fazem refletir e outras que só querem nos menosprezar. Por isso, valorizo os torcedores que vieram aqui hoje, se deslocaram, pegaram fila e agradeço de coração.

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Antes do fim da coletiva, Abel Ferreira pediu a palavra para mandar uma mensagem ao técnico Renato Gaúcho, do Grêmio, que durante a semana também venceu o Botafogo por 4 a 3, de virada, no Rio de Janeiro. Na semana anterior, o treinador havia comentado que só uma equipe no Brasil poderia conseguir tal resultado, quando os palmeirenses viraram e também venceram o time carioca por 4 a 3, fora de casa.

– Queria fazer uma ressalva e agradecer ao Renato Gaúcho pelo o que ele disse. Muitas vezes vocês se esquecem. Um treinador sai dali com a emoção à flor da pele e vocês (imprensa) se esquecem disso. Felizmente, o Renato Gaúcho é um treinador genuíno, verdadeiro, não é hipócrita e disse realmente aquilo que aconteceu. Portanto, se eu disse que havia uma única equipe capaz de fazer isso, agora eu digo: há duas capazes de fazerem isso. Está bem?

Veja outros trechos da coletiva do técnico Abel Ferreira:

Críticas de parte da torcida

– De que torcedores você está falando? Dos que vêm aqui nos apoiar ou aqueles que ficam em casa em um computador, fazem um blog e nos criticam para influenciar os outros? É isso que digo para os meus jogadores: não se deixem influenciar por esses torcedores, que talvez nem sócios sejam. É por isso que temos um espírito de grupo muito forte. Se forem falar, falem para incentivar. Isso que estou a falar são 3% dos torcedores. Acerto e erro como todos, mas a sensação que fico é de que aqueles que estão em frente aos computadores sabem de tudo, não erram e falam sempre no final. Eu prefiro valorizar todos os outros 97% dos torcedores.

Escolha por Barueri

– Só quero jogar no Allianz Parque, o resto (dá de ombros). O Allianz Parque é a nossa casa, é ali que quero jogar. O resto não me importa, quero ganhar jogos e títulos, é isso que me pedem. Ganhamos oito títulos e ainda somos xingados porque não é o suficiente. Só quero ganhar e jogar na nossa casa. Eu não quero saber da direção e da WTorre, isso não é problema meu, eu quero jogar no Allianz Parque. Se vamos ganhar ou se vamos perder, não sei, mas quero jogar no Allianz Parque. Comecei essa entrevista dizendo ao seu colega que uma equipe campeã não pode ter um estádio assim, vocês que me desculpem. É isso que nos exigem, é isso que nos pedem, então é isso que vou pedir também e exigir. A nossa casa não é aqui, é no Allianz Parque. Até o banco não me sinto confortável, não é o banco onde sento. Às vezes, tropeço aqui (sala de imprensa) no fundo. Não é igual, não é igual.

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, no jogo contra o Inter

Marcos Ribolli

Saída do Endrick

– A única coisa que posso dizer em relação ao Endrick é que, enquanto ele tiver energia, o manteremos lá dentro. Depois, depois... Posso lhes fazer uma pergunta? Por que tenho onze jogadores no banco de reservas? É para ver os outros jogando lá dentro do campo? Oito jogos seguidos. Vocês não sabem, mas já viram os jogadores com aqueles aparelhinhos aqui (referindo-se ao GPS). Esse aparelhinho mede o quanto correm, a velocidade que correm. Quando um carro começa a perder rendimento, você troca. O Endrick foi espetacular, fez o que tinha de fazer, estamos muito felizes com ele, teve um período muito difícil, e graças ao trabalho e dedicação está nos ajudando. Ele é um jogador especial, foi vendido pelo valor que foi com uma idade especial para um clube especial. O Rony foi o contrário, começou bem, teve um período ruim e agora está se recuperando. Estamos acompanhando o trabalho dele, teve uma época em que começou a cair, mas todos os jogadores têm altos e baixos. Tem que jogar sempre os mesmos? Quem que disse isso? Quem que sabe isso? O Rony foi bem, foi espetacular. Agora temos tempo para treinar. Estou de saco cheio desses jogos seguidos, viagens seguidas. Marcam jogos, tiram jogos, o campeonato acabava no dia 3 e depois acabará no dia 7 (bufa). Prestem atenção nos treinadores que passam por aqui, seja os brasileiros, portugueses ou argentinos. Vocês, da imprensa, são os grandes responsáveis para poder mudar isso. Vocês fazem muito bem quando criticam os jogadores, mas precisam criticar a organização. Se fazem isso, eu não ouço. Quem está e quem comanda, ainda não ouviu.

Data Fifa

– Copo meio-cheio ou meio-vazio. Para qual lado você quer olhar? Se eu falar, vão me chamar de arrogante, mas há a valorização ao nosso trabalho. As seleções estão buscando cada vez mais os jogadores do Palmeiras. Alguma vez na história do Palmeiras houve seis jogadores convocados para a equipe A? Não sei. Tem o outro lado da moeda, que é não podermos treinar com esses jogadores. Dou muito mal trabalhando com desorganização e falta de rigor. Trabalhamos com os recursos que temos, observando os jogadores, é isso que temos que fazer, juntar as nuances que temos em torno de uma só, isso é ser treinador.

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Fonte: Ge

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