Técnico destaca importância de resultado diante do Botafogo, nessa sexta-feira, e pede apoio da Fiel em busca da final da Copa Sul-Americana Vivendo mais um momento de pressão à frente do Corinthians, o técnico Vanderlei Luxemburgo celebrou a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, líder do Brasileirão, nessa sexta-feira, na Neo Química Arena, e pediu que a torcida abrace o time em busca da final da Copa Sul-Americana.
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O Corinthians não vencia há cinco partidas e estava apenas três pontos acima da zona de rebaixamento do campeonato. Antes da partida, mais uma vez Luxemburgo foi vaiado quando teve seu nome anunciado no telão da Arena.
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– Estou muito feliz e tranquilo. Sabia que seria um trabalho difícil no Corinthians. Se não estivesse complicado, não teria vindo. Não tenho problema de encarar. Os melhores trabalhos da minha vida foram em clubes que exigem mais do treinador, então eu vim para o Corinthians assim. Nada disso me assusta. Temos a possibilidade de jogar uma semifinal, e o torcedor abraça o time. Não precisa me abraçar, mas abrace o time, os jogadores, vamos trabalhar fazendo disso aqui um caldeirão, uma situação difícil para o adversário – declarou o treinador.
– Temos que sentir o calor humano, porque isso entra no jogo. É questão de sensibilidade, mas não vou conseguir isso, porque é difícil, depende muito do resultado. Claro que gostaria que nosso trabalho fosse melhor, bem melhor, mas infelizmente não foi da forma como a gente queria: final da Copa do Brasil, disputar uma vaga na Libertadores. Nosso trabalho é promissor, porque ninguém acreditava que chegaríamos às semifinais, e agora o pessoal exige que chegue na final. O trabalho está sendo feito, e é importante a torcida estar com a gente – completou Luxa, mencionando a campanha na Copa Sul-Americana.
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Corinthians x Botafogo, técnico Vanderlei Luxemburgo
Marcos Ribolli
Com o resultado dessa sexta, o Timão foi a 30 pontos e subiu para o décimo lugar.
– Essa foi a primeira vitória que nos tirou da parte de baixo, nos levou à decima posição pela primeira vez. O título da Sul-Americana seria importante para nós, estamos focados nisso. O empate contra o Palmeiras foi bom, a vitória hoje, também. Se não fossem estes pontos, nós estaríamos complicados. Lá atrás perguntaram para mim que teríamos uma sequência muito difícil pela frente, e estamos passando por ela – analisou Luxemburgo, que deu os méritos para o elenco:
– É uma vitória dos jogadores, que responderam muito bem à estratégia e tiveram a paciência hoje, para tocar a bola e jogar o adversário para trás. No segundo tempo, com um jogador a mais, valorizamos mais a bola. Só achei que faltou ser mais contundente no último terço do campo, para tentar mais um gol e resolver a partida. eles só queriam jogar no contra-ataque. Mas dentro da estratégia, foi muito bom. Os jogadores entenderam a proposta do jogo passado para este, e tínhamos planejado desta forma.
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Diante do Botafogo, o Corinthians jogou com um a mais desde os 22 minutos do primeiro tempo, quando Marçal foi expulso.
– Nós ganhamos o jogo jogando da maneira como tem que jogar. Não fomos verticais, mas não tinha a necessidade de ser. Trabalhamos a bola. Respondi que dominamos o jogo, a bola girou de um lado para outro e deixamos de ser contundentes no último terço, tentar fazer o segundo gol sem se expor. O Botafogo não é líder de graça, e tem jogadores extremos muito intenso, mais o Tiquinho, que é forte no contra-ataque também. Tínhamos que atacar sem ficar desprotegido – analisou Luxemburgo, que ainda arrematou:
– 75 minutos não jogamos bem? Jogamos bem. Talvez não verticalizando o jogo, mas tocando a bola. Usamos muito o Cássio para isso.
O próximo compromisso do Corinthians será contra o Fortaleza, na terça-feira, novamente na Neo Química Arena, pela semifinal da Copa Sul-Americana. Depois, no sábado, a equipe tem clássico contra o São Paulo, no Morumbi.
Confira abaixo outros trechos da entrevista de Luxemburgo:
Equiíbrio do time
– Quando tivemos a data Fifa, foi perguntado para mim que o Corinthians entrou numa situação complicada quando saiu o Fernando, foi nessa época da competição. Eu falei: temos que jogar. Jogamos contra o Grêmio, Palmeiras, Fortaleza, Botafogo... Estamos aqui, cara. Empatar com o Grêmio é ruim? Empatar com o Palmeiras é ruim? Estamos na parte de baixo, então tudo é ruim. Se estivesse na parte de cima, o empate seria visto diferente. Se tivesse empatado com o Flamengo ou vencido o Inter, quando levamos um gol no fim... Tem que saber o que você tem na mão. Eu sou cobrado pela intensidade do time, mas não tenho meio de campo de intensidade, é um meio de toque de bola, de mastigar a bola, achar os caras da frente. Todas as vezes que jogamos de forma vertical, a gente sofre muito no contra-ataque, porque temos um meio que não consegue recompor com facilidade. Hoje jogamos, em alguns momentos fomos abertos demais. Tem que olhar para atrás e estar todo mundo protegido. Esse é o trabalho que temos, de tentar identificar o time. Estou procurando fazer isso no tempo que tenho.
Vaias
– Estou acostumado a isso, não muda nada para mim. Luxemburgo foi estrategista? Não, foram os jogadores (que venceram). Para mim não muda. O que estamos fazendo? Mas não sou eu, somos nós. É em conjunto, não é algo só meu. Quando falo isso aqui é porque sei que a torcida do Corinthians, quando abraça o time, vai forte. As críticas que tenho recebido são fortes, mas como vou pedir para vocês que a análise seja mais justa? Cada rodada vai para um lado ou vai para o outro, a crítica vai para um lado ou outro. Isso não me incomoda, é a realidade do futebol brasileiro: você é vaiado hoje e enaltecido amanhã. No Palmeiras, contra o São Paulo me chamaram de burro e nós ganhamos o jogo, no dia da morte do Ayrton Senna. Não sou só eu que tenho o privilégio de ser vaiado, todos foram ou são ofendidos em algum momento. Eu não posso mudar essa cultura.
Rojas
– Quando contratamos o Matías, conversamos com o jogador para saber. Sabíamos que jogava pelo lado, ams joga nas três ali. Não foi uma novidade para mim ou para ele usá-lo no meio-campo. Foi dentro do que tínhamos planejado para este e os próximos jogos. O Matías deu o toque de bola, finalizou bastante, deu qualidade junto com o Maycon. Depois a entrada do Renato deu ainda mais qualidade ao meio-campo.
Wesley
– Eu respeito as perguntas de vocês, mas vocês não estão no dia a dia nem são técnicos. Nós vemos um pouco diferente. Quando falo que o Wesley não está pronto é porque tem muita coisa para aprender: tomada de decisão, Às vezes tenta resolver sozinho no primeiro tempo. Aí dizem que agora tem que jogar porque fez um bom jogo, mas será que tem mesmo? Não posso me guiar por isso. Ele está melhorando, melhorou bastante, mas ainda precisa melhorar muito mais. Se está fechado, faz a bola correr, a bola vai para lá e para cá e encontra ele no um contra um. É proporcionar aos meias que encontre ele. Ele gosta de se posicionar só para receber a bola de lado e ir para cima, mas precisa de muito mais. Esta já é uma característica dele, mas também precisa se posicionar para ir em direção ao gol. Isso é trabalho do dia a dia. Respeito, mas não temos que fazer as coisas só porque vocês querem que faça.
Bruno Méndez
– Ele é um jogador que atua bem de zagueiro e até já jogou de lateral esquerdo aqui no Corinthians. É versátil, o que hoje em dia precisamos bastante. É intenso nos treinos e bastante útil para nós. O profissionalismo dele é algo impressionante, é pau para qualquer outra. Foi lá para Fortaleza em uma viagem longa, complicada, usamos ele no jogo. É um jogador de quem gosto muito. Ele não deixa transparecer em momento nenhum que tem contrato só até o final do ano. Ele não afrouxa, está dentro do trabalho, treinando muito e entrando no jogo com a intensidade que o jogo existe. Tomara que ele entenda que o Corinthians é um grande clube, porque é um grande jogador e o Corinthians quer grandes jogadores no elenco.
Influência na Copa Sul-Americana
– A vitória foi boa, importantíssima, os jogadores entenderam o planejamento desde a data Fifa. Demos mais dias (de descanso) para o Renato, porque não é mais garoto. Foi tudo tranquilo, sem problema nenhum. Às vezes os problemas são mais externos do que internos. Agora são jogos decisivos para chegar à final de uma competição importante. São 180 minutos, muito atento, ligado, para adquirir a vantagem para chegar na final. É importante analisar bem o adversário, que conhecemos bem, enfrentou o São Paulo, é um adversário duro, difícil.
Elenco limitado
– A análise pertence a vocês, da imprensa. O trabalho que temos feito é em conjunto, às vezes alguém pode achar que não é o que deveria ser feito, mas é feito em conjunto com a diretoria. Fizemos coisas importantes no Corinthians: colocar muitos jovens para entrar, ir para o mercado da bola, revelar para o próprio clube. O Wesley tem 18 anos, ainda vai amadurecer muito. O Moscardo começou inseguro, mas depois começou a jogar, tiramos para evitar um segundo cartão amarelo, e ainda vai fazer 18 anos. É um trabalho para ser feito com calma. "Ah, mas venderam jogadores", bom, é um ativo do clube .Tem que vender. Temos que continuar trabalhando, isso está dentro de uma situação que sempre é conversada.
Atletas preservados
– Foi a decisão de ter poupado alguns jogadores, deixar no banco e usar por menos tempo. Aconteceu que eles tiveram uma expulsão, o que mudou o ritmo do jogo. Vamos ver quem estará mais inteiro para os jogos contra Fortaleza e São Paulo. O importante é termos todos envolvidos no trabalho, porque vou precisar de todos. Eu não poderia perder o Bidu, por exemplo, só porque não foi bem contra o Fortaleza. Ele teria que jogar hoje. Eu não posso jogar, mas ele sim. O Fábio não é mais garoto, então o Bidu tem que entrar e jogar.
Moscardo
– Moscardo tem 17 anos e vem de uma lesão. Estava em um ritmo muito bom, teve lesão, foi convocado, voltou e vai aprender. Ele faz passes longos, já fez aqui. Ele vai entender, retomar de vez a confiança, porque o mais fácil no futebol é você tocar a bola. Depois tudo flui naturalmente, adquire a confiança de novo. Ele só tem 17 anos. O mais experiente faz a bola chegar no companheiro e faz o tempo passar, ele ainda vai aprender.
Pedro
– O Pedro joga nas três posições. Hoje eu precisava. O Gustavo ainda adquire preparo físico, eu precisava de jogadores velozes para cima deles. O Pedro botou velocidade no lado do campo, driblou, conseguiu até uma expulsão. Então acredito que a estratégia foi boa de ter os dois garotos junto com Yuri Alberto na frente.
Estratégia contra o Fortaleza
– É outra competição, momento muito diferente porque são apenas dois jogos, um aqui e outro lá. O contexto muda. O segundo turno também, é outra competição. No primeiro você tem um jogo e depois ainda tem o segundo turno. Agora você vai contando, 15, 14, 13, vai acabando, eliminando os jogos. Dentro da sua pergunta, eram cinco jogos sem perder. Se transformar a pergunta, agora são dois jogos sem perder, transforma a situação. Com a vitória de hoje, fica uma dicazinha: Palmeiras é vice-líder, Grêmio o terceiro colocado, Botafogo é líder. Imagina a manchete: o Corinthians mesmo na parte de baixo, os três primeiros colocados não conseguiram vencer. É diferente, mas está legal.
– Temos que ter muita tranquilidade, principalmente no momento de maior pressão .Hoje tivemos a decisão correta de deixar os jogadores fora, colocar só depois. Nos momentos de pressão é quando sou mais gelado, porque se você for pela pressão, o externo, acaba esquecendo o que precisa ser feito como técnico. Os jogadores estão de parabéns por entenderem nossa proposta.
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