MP ofereceu curso de confecção de absorventes e de educação menstrual para detentas em Pimenta Bueno. ONG realiza distribuição de absorventes para pessoas em situação de vulnerabilidade social no estado. Detentas produzem bioabsorventes em Pimenta Bueno (RO)
Divulgação/MP
Detentas do sistema prisional de Pimenta Bueno (RO) produziram bioabsorventes e participaram de curso sobre o ciclo menstrual, autocuidado e conhecimento sobre o próprio corpo. O projeto foi disponibilizado pelo Ministério Público (MP-RO).
A ação previa educação menstrual para incentivar o empoderamento feminino, mas também estimular a autonomia e oferecer uma fonte de renda para as participantes.
Ao todo, 11 detentas participaram da ação, foram produzidos 30 bioabsorventes e, para as próximas etapas, já foi entregue material para a confecção de outras mil outras unidades.
Curso oferecido pelo MP para as detentas em Pimenta Bueno (RO)
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O curso foi ministrado pela Samara Maistro, da empresa Herself Educacional. A ideia é que os bioabsorventes sejam destinados a outras unidades prisionais ou até mesmo para familiares das detentas.
Menstruação sem tabu
Outros projetos também visam combater a pobreza menstrual no estado. É o caso da Organização Não Governamental (ONG) “Filhas do Boto Nunca Mais”, que há mais de um ano distribui absorventes para crianças, adolescentes, jovens de comunidades e pessoas em privação de liberdade.
Segundo Hana Lopes, presidente da ONG, a ideia do projeto “Dignidade Menstrual” surgiu quando houve a divulgação de um relatório que apontava que mais de 4 milhões de crianças brasileiras vivem na pobreza menstrual.
“Elas não tinham condição de comprar absorventes higiênicos e também não tinham condições sanitárias e higiênicas suficientes em casa para esse período, o que gera até hoje um grande problema. Elas não vão, deixam de fazer atividades comuns como ir à escola por mais de um dia no período menstrual. No caso de pessoas adultas, deixam de ir ao trabalho, o que dificulta o acesso ao mercado de trabalho”, disse.
Mais de 100 absorventes são distribuídos por mês pela ONG, que recebe doações de empresas, deputados e instituições. “Só que é mais do que levar o absorvente higiênico para elas, nós queríamos que elas tivessem conhecimento maior sobre o ciclo menstrual, sobre como se empoderar a partir de conhecer o próprio corpo, conhecer o ciclo, ainda mais as jovens que pouco conhecem sobre o próprio corpo porque existe todo um tabu para falar sobre menstruação”, explicou Hana sobre a importância do trabalho de conscientização.
Virou lei
A Câmara Municipal de Porto Velho ano passado aprovou o projeto que prevê a distribuição de absorventes para pessoas de baixa renda e estudantes da rede municipal pública.
A proposta tinha o objetivo de combater a pobreza menstrual, que afeta adolescentes, jovens e adultos que não possuem acesso a um item básico da higiene pessoal.
Para as pessoas de baixa renda, a distribuição é feita mediante o cadastro no Centro de Referência em Assistência Social (Cras). Já para estudantes da rede municipal, os repasses são feitos sob coordenação da Secretaria Municipal de Educação (Semed).
*Estagiária, sob a supervisão de Daniele Lira.