Copa do Catar continua fase mata-mata neste sábado, com jogos às 12h e 16h, e blog segue com análises em texto, áudio e vídeo de todas as partidas decisivas; confira Marrocos e Portugal se enfrentam às 12h deste sábado, pelas quartas de final da Copa do Mundo. Mais tarde, às 16h, jogam Inglaterra e França, também tentando passar para as semifinais.
+ Chaveamento do mata-mata da Copa do Mundo
O blog segue a série de análises em texto, vídeo e áudio (em episódios especiais do podcast Embolada) dos jogos do mata-mata no Catar. Confira:
França x Inglaterra
Inglaterra x França: quem passa? Cabral Neto analisa e palpita sobre o jogo das quartas
Duas favoritas ao título frente a frente nas quartas de final.
França e Inglaterra jogaram bem e de forma constante nesse mundial.
As duas, juntas, já marcaram 21 gols.
Mbappé é o artilheiro do mundial, com cinco gols, e seis atacantes diferentes da Inglaterra já balançaram as redes (Kane, Rashford, Saka, Foden, Sterling e Greanlish).
Única derrota francesa foi com o time reserva.
Única partida com desempenho questionável dos ingleses foi contra os Estados Unidos.
Em todos os outros jogos, as duas seleções mantiveram um alto nível de rendimento.
A Inglaterra ganhou consistência com a entrada de Henderson no meio-campo, o que permitiu uma formatação diferente ao meio-campo e Harry Kane se transformou praticamente num falso 9.
O centroavante alterna seu posicionamento entre o comando do ataque e a armação das jogadas, se firmando com a ponta do losango, complementando a formação que tem Rice de volante, Henderson saindo pela direita e Bellingham na esquerda.
Foden ganhou a posição na esquerda e Saka na direita (contra País de Gales foi Rashford).
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REUTERS/Carl Recine
Via de regra o time inglês toma o controle do jogo, se impõe e constrói boas jogadas.
Além disso, a equipe se fortalece ainda mais depois que abre o placar, quando passa a ter um pouquinho mais de espaço pra atacar e pode acelerar sua transição ofensiva, uma de suas melhores virtudes.
Enquanto o jogo segue 0 a 0, a equipe mostra mais dificuldade, às vezes demora a despertar na partida e chega com menos contundência ao ataque.
O time tem boa variação entre a construção com passes curtos e um jogo mais direto com lançamentos, seja pra Kane fazer o pivô ou buscando a velocidade pelos lados.
Às vezes diminui demais a rotação e perde intensidade em alguns momentos da partida, algo que prejudica, principalmente, sua marcação.
Inglaterra e França se enfrentam por uma vaga na semifinal da Copa do Mundo do Catar
A França se reconstruiu, perdeu várias peças importantes por lesão, mas se reinventou e jogou demais em três de seus quatro jogos nesse mundial.
Mbappé é craque da Copa até o fim das Oitavas de Final.
O atacante vem sobrando em campo, mostrando todo o seu repertório de jogadas.
Muita explosão, altíssima velocidade, construindo jogadas, potência na finalização e mobilidade.
O contra-ataque francês segue fortíssimo e a equipe, às vezes, baixa sua linha de marcação pra explorar essa virtude.
Seu maior defeito talvez seja a forma como a equipe, em alguns momentos, diminui sua pressão na hora de marcar e passa a ficar mais vulnerável atrás.
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No jogo contra a Polônia isso foi mais recorrente.
Via de regra, o time marca bem, tem intensidade pra desarmar, mas às vezes se desliga, precisa começar a correr para trás em meio de uma transição ofensiva do adversário e se complica pra fechar espaços.
Chama a atenção como a equipe encontra soluções ofensivas e destrava jogos que parecem difíceis.
Seu meio-campo faz ótima Copa.
O garoto Tchouameni é dominante, Rabiot jogando demais e dando sustentação pra Mbappé na esquerda e Griezmann marcando, criando, se aproximando de Dembelé, mas fazendo a bola chegar em Giroud e recompondo a marcação.
Será um desfile de excelentes jogadores, com duas equipes ofensivas, com gosto pelo gol e uma luta pelo controle do jogo e por impor suas melhores virtudes.
Sem permissão para vacilos, com obrigação de encontrar soluções pra conter o adversário.
Palpite: Inglaterra
Portugal x Marrocos
Marrocos x Portugal: quem passa? Cabral Neto analisa e palpita sobre o jogo das quartas
A seleção de Portugal finalmente fez uma apresentação digna do nível de seu elenco.
Recheada de talentos, o time português raramente atinge o patamar de desempenho que seu potencial indica.
O técnico Fernando Santos reduz demais a capacidade dessa ótima geração de jogadores, mas teve papel fundamental na convincente goleada diante da Suíça, por 6 a 1, nas oitavas de final desse mundial.
Com uma corajosa (mas necessária) mudança, o treinador tirou o astro Cristiano Ronaldo e apostou em Gonçalo Ramos, atacante de grande potencial.
Dezesseis anos mais jovem que CR7, Gonçalo - um dos destaques do Benfica e artilheiro do Campeonato Português - entrou, fez três gols e deu uma assistência.
Além disso, o treinador tirou João Cancelo da lateral direita e escalou Diogo Dalot, opção ofensiva pra o setor, mas sempre inconstante.
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Apesar de ter discordado dessa alteração, por considerar Cancelo um dos melhores do mundo na posição, Dalot fez boa partida.
O time foi envolvente do início ao fim, mostrou maior intensidade e apresentou todo o seu repertório.
Portugal dominou o jogo e viu mais um desfile do ótimo Bruno Fernandes, condutor de jogo da seleção.
João Félix, com duas assistências, também teve destacada atuação.
Sempre aparecendo pelo lado esquerdo, alternando entre um meia carregador de bola, um armador e a função de segundo atacante, Félix fez a diferença como ainda não tinha feito nessa Copa.
Bernardo Silva fecha essa trinca de destaques do meio-campo, acelerando ou cadenciando a partida e ditando o ritmo de Portugal.
Circulando com João Félix por trás de Gonçalo e dando maior dinâmica ao setor.
O confronto das quartas de final indica grande dificuldade e Portugal precisa se reaproximar desse nível de atuação pra passar por Marrocos.
A possibilidade de sucesso nesse mundial passa por atingir esse patamar de performance.
O time é qualificadíssimo, mas não tem histórico de regularidade em alto nível com Fernando Santos.
Seu repertório de possibilidades aponta pra um favoritismo, mesmo que em campo não haja um cartel de sucessos suficiente pra aprovar o trabalho do treinador e essa irregularidade coletiva pode atrapalhar nessa decisão.
Marrocos e Portugal se enfrentam por uma vaga na semifinal da Copa do Mundo do Catar
Marrocos chega forte e com muito mérito na terceira fase da Copa do Mundo
A seleção de Walid Regrari tem a defesa menos vazada do mundial, apenas um gol sofrido em quatro jogos.
Tem um sistema de jogo muito bem definido e competitivo.
Na média dos quatro confrontos até aqui, Marrocos acabou as oitavas de final como o time que menos finalizou entre os 16 classificados, só Austrália e Catar, que não passaram da fase inicial, tiveram números mais tímidos.
A seleção marroquina ambém tem um baixo percentual de posse de bola, só à frente da Costa Rica.
Em compensação, é o time que mais desarma e um dos melhores em interceptações e cortes de passe.
Vem de um jogo valente e competente contra a favorita Espanha.
Trocou quatro vezes menos passe e com apenas 24% de posse acabou tendo as melhores chances e tendo mais finalizações na direção do gol (3x2).
Os números comprovam sua grande estabilidade defensiva, mas seria injusto destacar apenas suas virtudes na marcação.
Marrocos é mais que isso.
É uma equipe que não entra em campo pra ser melhor que ninguém, entra em campo pra impedir o jogo adversário e explorar suas próprias potencialidades.
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Ataca pouco, mas sabe como assustar nos contra-ataques, sua jogadas mais perigosas.
Tem dois grandes laterais:
Hakimi, o melhor da Copa até aqui.
E Mazraoui, lateral-direito de origem, destro e atuando pela esquerda. Usando, inclusive, a perna canhota pra finalizar ou cruzar em algumas subidas ao ataque.
No meio-campo, conta com a imensa proteção do volante Amrabat, um dos destaques da posição nesse mundial. Incansável, o meia já percorreu quase 50km ao longo dos quatro jogos e teve dez desarmes.
En-Nesyri, o centroavante, tem tido boas atuações, fez um grande jogo contra o Canadá e se mostra sempre ativo em qualquer fase do jogo, sendo muito aplicado na marcação.
Sem contar com o craque do time, o meia pela direita e canhoto, Ziyech.
Meia construtor de alta capacidade técnica, encaixado nas ideias de jogo de Regragui.
Mesmo enfrentando um adversário com alto repertório técnico individual e acostumado a jogos decisivos, Marrocos já mostrou nesse mundial conhecer o caminho pra minimizar as forças do time rival.
Além de saber conduzir suas jogadas ofensivas, reconhecendo algumas limitações, mas explorando suas muitas virtudes.
Favorito: Portugal