Estilo de jogo agressivo, que o Vasco busca para 2023, também foi fundamental na decisão. Nome é aprovado pela 777 e por Abel Braga Trinta dias após o acesso à Série B, o Vasco anunciou Maurício Barbieri como seu novo treinador. Uma escolha demorada, mas cheia de convicção, segundo o clube. O técnico, de 41 anos, foi aprovado pela direção, pela 777 e também pelo novo diretor-tecnico Abel Braga. Foram alguns motivos que levaram à decisão, entre eles o estilo de jogo ofensivo e a habilidade de desenvolver e pontencializar jonves talentos.
Desde o início da busca, o clube deixou claro que o novo técnico teria de se adequar a um modelo de jogo definido pelo Vasco e pela 777. Na entrevista em que confirmou o acerto com o treinador, o diretor Paulo Bracks reiterou isso e citou a agressividade, a verticalidade e o dinamismo dos times comandados por Barbieri como fatores que levaram ao acerto.
Maurício Barbieri foi o primeiro treinador a bancar Vinícius Jr. como titular no Flamengo
Gilvan de Souza / Flamengo
O dirigente citou números ofensivos do Bragantino, último clube de Barbieri, para justificar a escolha. Lembrou que o time paulista teve o sexto melhor ataque do Brasileiro neste ano, e o quarto em 2021, além de citar as jogadas de bola parada.
- O que queremos para o Vasco no ano que vem é um pouco do que foi produzido pelo Bragantino nos últimos dois anos. Uma equipe intensa, agressiva e que procura ser vertical. E é esse Vasco que a gente quer. Mas isso leva tempo – disse Bracks.
Barbieri, de fato, é um treinador que gosta de propor jogo e tem um viés ofensivo. Seus times costumam jogar para frente e, geralmente, com um camisa 10, algo cada vez mais raro no futebol. No Bragantino, por exemplo, ele puxou Claudinho, que estava na reserva e jogava pelos lados, para uma faixa mais central do meio de campo.
O atacante estourou na função, foi eleito craque, revelação e foi um dos artilheiros do Brasileiro de 2020. Em seguida foi para Seleção, conquistou o ouro olímpico e foi negociado por 15 milhões de Euros para o Zenit, da Rússia.
Vini, Paquetá, Claudinho...
Maurício Barbieri mudou o posicionamento de Claudinho no Bragantino e passou a dar mais chances ao jogador no Bragantino
Divulgação
Outros pontos também pesaram na escolha de Barbieri. O fato de ter trabalhado por mais de dois anos em um clube-empresa como o Bragantino foi levado em conta, uma vez que o Vasco tem montado uma estrutura empresarial desde a venda da SAF para a 777.
Outro ponto fundamental na escolha foi o fato de Barbieri ter um histórico e gostar de trabalhar com jogadores jovens.
- É um treinador que tem feito um trabalho com jovens, no desenvolvimento de talentos para potencializar jogadores para fins esportivos e financeiros – disse Bracks.
De fato alguns jogadores de destaque do futebol brasileiro passaram pelas mãos de Barbieri quando jovens. Casos de Vini Jr. e Paquetá, por exemplo, que hoje são titulares da Seleção na Copa do Catar.
Barbieri foi importante para a dupla no início da carreira. Vini já havia sido vendido para o Real Madrid, quando Barbieri assumiu o Flamengo, em 2018, mas se tornou titular do time carioca apenas após a chegada do treinador, que bancou o garoto de 17 anos na equipe principal após a saída de Everton Cardoso.
Lucas Paquetá também dava seus primeiros passos no time profissional e perambulava em várias posições entre meio de campo e ataque. Quando Barbieri assumiu, escalou o jovem como segundo volante, à frente de Cuéllar, para apoiar ao lado de Diego Ribas. Posição que vem atuando na Seleção nesta Copa. Recentemente, Paquetá rasgou elogios a Barbieri em um comentário nas redes sociais.
- Você é o melhor! Eu que agradeço pelo tempo que tivemos trabalhando juntos, pela torcida e pelo carinho! Você é diferenciado, feioso. Estou na torcida aqui! Grande abraço - postou o meia da Seleção.
Maurício Barbieri recuou Paquetá para execer a função que ele faz hoje na Seleção
Flamengo
No Flamengo, Paquetá cresceu e, ao lado de Vinícius, assumiu protagonismo. O time carioca liderou boa parte do primeiro turno do Brasileirão de 2018, com um futebol vistoso, mas caiu de rendimento após a ida de Vinícius para a Espanha. Neste período outros jovens menos badalados ganharam espaço com o treinador e foram negociados com o futebol europeu posteriormente. Casos de Léo Duarte, Jean Lucas e Matheus Thuler, atletas que renderam um bom dinheiro ao time rubro-negro.
Algo que se repetiu em quase todos os clubes por qual Barbieri passou. No RB Brasil, por exemplo, clube em que trabalhou entre 2013 e 2016, recuperou Gustavo Scarpa, que chegou ao clube emprestado pois estava desacreditado e sem espaço no Fluminense. No Goiás, em 2019, foi Barbieri quem apostou e passou a dar chances a Michael, que acabou se tornando a revelação do Brasileiro após a saída do treinador.
No Bragantino, além de Claudinho, foi importante para o crescimento de jovens talentos como Léo Ortiz e Arthur. Hoje ambos têm passagens pela seleção brasileira.
Abel nos bastidores
Barbieri é um treinador jovem, moderno, com um estilo de jogo que agrada ao Vasco e que sabe potencializar talentos. Tudo isso foi levado em conta na hora da decisão. É um treinador, no entanto, com bastante bagagem na Série A, mas pouca experiência em clubes de massa. Fora os sete meses que trabalhou no Flamengo, em 2018, seus demais trabalhos em clubes da Primeira Divisão foram por Goiás, América-MG e Bragantino.
Abel Braga chega ao Vasco para ajudar Barbieri no vestiário e nos bastidores
FOTO DE MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC
Esse foi um dos motivos que levou o Vasco a trazer Abel Braga para a função de diretor-técnico. Abelão trabalhou com Bracks no Inter, quando foram vice-campeões brasileiros em 2020. A relação gerou laços, o dirigente classificou Abel como uma espécie de conselheiro em sua carreira.
Bracks citou o conhecimento de Abelão no mundo do futebol e disse que ele é um “mestre no vestiário”. Aos 70 anos, Abel, que se aposentou nesta temporada da função de treinador, chega para dar suporte a Barbieri no vestiário e nos bastidores.
Uma relação que que começou há alguns anos. Barbieri passou por um período de estágio no Fluminense, quando Abel era o treinador. Foram alguns dias acompanhado o trabalho do colega nas Laranjeiras, em 2017.
No ano seguinte, se encontraram como adversários. Em um Fla-Flu em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro, o Flamengo venceu por 2 a 0. Na ocasião, Abelão reclamou das “firulas” de Vinícius Jr. e Paquetá. Barbieri defendeu seus jogadores e citou até Garrincha para justificar os dribles da garotada.
Discussão de campo, passageira e que ficou no passado. Os dois hoje se admiram, e Abel, inclusive, teve participação direta na escolha de Barbieri. A partir de agora, juntos, terão a missão de montar o novo Vasco.
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