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Na resenha, no pagode e no campo: Daniel Alves abre saideira em Copa que queria ir até para não jogar

Por Virtual Rondônia em 02/12/2022 às 08:14:16
Jogador vai fazer história ao entrar em campo aos 39 anos contra Camarões, na rodada final da fase de grupos. Depois de lesão em 2018, Mundial do Catar virou obsessão para o lateral-direito multicampeão Maio de 2018. O camisa 32 do PSG saiu de campo contra o Les Herbiers com dores no joelho direito, nos últimos minutos da final da Copa da França. Dias depois, ele passaria por cirurgia no ligamento cruzado do joelho direito e pararia por seis meses.

Era o fim de um sonho, mas o início de uma obsessão:

– Eu vou estar no Catar.

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Daniel Alves e Alex Telles durante treino da seleção brasileira no Catar

Lucas Figueiredo/CBF

Era o que dizia Daniel Alves para quem quisesse ouvir. Em quatro anos e meio, Daniel deixou Paris, foi para o São Paulo, voltou ao Barcelona e hoje defende o Pumas, do México.

Nesta sexta-feira, contra Camarões, às 16h de Brasília, no estádio Lusail, ele vai defender o Brasil pela 126ª vez na carreira. Na terceira Copa do Mundo (foi convocado em 2010 e 2014), chega a um recorde: aos 39 anos, Daniel será o jogador mais velho a disputar um Mundial pela Seleção. São os últimos passos numa carreira muito vitoriosa.

"Good crazy", como o próprio se chama, foi para a coletiva de imprensa de véspera pronto para responder de tudo. Aliás, quem confere os escritos de Daniel em seu Instagram já se preparava para o "open bar" de mensagens positivas e respostas de efeito.

Falou sobre as críticas, a inatividade longa (não joga desde 24 de setembro) e a condição de reserva do reserva da lateral direita. Sem Danilo, jogou o zagueiro Eder Militão contra a Suíça. Agora, como capitão, ele começa a partida contra os camaroneses, na última rodada da fase de grupos.

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Mesmo com a competitividade que marca seu desempenho até em treinos - Pedro e Raphinha que o digam (lembra de Turim?) -, Daniel queria mesmo era em Doha, no Catar. Quer sair na foto do hexacampeonato. Costuma dizer que vai "coroar a carreira" e, por isso, não importa se vai jogar ou não.

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Nos últimos meses, Daniel foi parar na Cidade do México, a mais de 2.200 metros de altitude. As condições geográficas eram desafiantes para um jogador de 39 anos. E ele sentiu no início. O lateral foi apresentado num dia, jogou no outro e não saiu mais do time. Fez 12 jogos consecutivos sem ser substituído nem uma vez. Quase nunca como lateral, mas no meio de campo.

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O ge ouviu alguns funcionários do Pumas sobre o período de Daniel no México. Os relatos são de ele saía das partidas em casa e ainda completava o "treino" com pelo menos mais 30 minutos de bicicleta ergométrica. Perdeu massa e precisou recuperar músculos para voltar à Seleção.

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Daniel não come açúcar, nem pão ou farinha. Ignora sobremesa. Tudo isso para diminuir o impacto natural do metabolismo próximo aos 40 anos.

— Todo o profissional de alta performance tem que abdicar. Sou apaixonado por doce de leite e evito porque tem muito açúcar. Chocolate é 85% (de cacau), às vezes 90%, às vezes 100%. Tem que ir cuidando daquilo que vai te prejudicando como atleta — contou Daniel, ao ge, recentemente.

De volta ao início

Em 2003, na seleção brasileira sub-20, Daniel, então jogador do Bahia, foi eleito o terceiro melhor jogador do Mundial disputado nos Emirados Árabes. O Brasil foi campeão com cruzamento seu e gol de Fernandinho, contra a Espanha, na decisão. De volta ao Oriente Médio, o jogador ainda evita falar publicamente sobre o futuro.

Ele tem contrato com o Pumas até o meio de 2023. A diretoria do clube mexicano espera receber um campeão mundial em breve para reerguer a equipe que nem se classificou para a fase final da liga local. Mas Daniel já se divide a bola com outros projetos. Ele é sócio de uma produtora - a Maracanã Media - e contou na série "Dani Crazy Dream" a trajetória do São Paulo até voltar ao Barcelona.

A continuação dessa história vai sair no "The Last Samba", nome inspirado no "The Last Dance" de Michael Jordan, sucesso americano lançado recentemente.

Daniel Alves disputa a jogada com Diego Valdes na derrota do Pumas para o América do México

RODRIGO ARANGUA / AFP

Na Seleção, Daniel tem sido visto a todo momento sorrindo, brincando - principalmente com Richarlison - e sempre conversando. Não sai da mesa de refeição entre o café da manhã e o almoço. Tudo pela resenha. No vestiário, divide a liderança com nomes de peso, como Thiago Silva, Marquinhos e Casemiro.

Ele não recebeu atenção especial antes de Tite decidir por Casemiro. Não ouve cuidados do tipo "como passar a notícia", saber se seria bem digerida. Há relação mútua de respeito entre técnico e jogador que envolve o reconhecimento do que Daniel fez e consciência do que ele ainda pode entregar.

Quem convive com o lateral nos últimos dias, desde Turim, garante que nada mudou, mesmo com perspectiva de participação discreta no seu último Mundial. O "good crazy" promete "good vibes" até o fim. Do Catar até a Cidade do México.

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Fonte: Ge

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