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Capitão mais novo da Copa, americano Tyler Adams lidera pelo exemplo: "As pessoas ouvem"

Por Virtual Rondônia em 02/12/2022 às 00:09:21
Com apenas 23 anos, volante da seleção americana repercute ao tratar de temas sensíveis com confiança e unanimidade na equipe. Em julho, saiu do futebol alemão para a Premier League Tyler Adams parece ser uma unanimidade. Mais jovem capitão na Copa do Mundo do Catar, com apenas 23 anos, o jogador do clube inglês Leeds United é o líder dos Estados Unidos no torneio e uma das apostas para que a equipe possa surpreender a favorita Holanda neste sábado, às 12h (de Brasília), pelas oitavas de final. Adams é uma unanimidade dentro e também fora de campo, onde ganhou holofotes pelo posicionamento em causas sociais importantes e até questões políticas.

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Tyler Adams, capitão dos Estados Unidos, tem se destacado tanto dentro como fora de campo

Patrick T. Fallon / AFP

O nome do volante repercutiu na última segunda-feira numa coletiva da equipe americana, na véspera do jogo com o Irã, quando o tema político fez a imprensa pressionar Adams. Em determinado momento, um jornalista iraniano disse que o jogador tinha pronunciado errado o nome de seu país e o questionou sobre qual era o sentimento de defender um país que, embora faça críticas ao Irã, tem muitos problemas com o racismo.

- Me desculpe pela pronúncia errada. Existe discriminação em qualquer lugar, o que posso atestar ao viver fora do meu país. Nos Estados Unidos estamos fazendo progresso a cada dia. É um processo, acho que o mais importante é isso, ver progresso - disse o capitão em resposta ao jornalista iraniano.

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Adams, que tem 35 jogos pela seleção dos EUA e um gol marcado, não impressiona apenas a imprensa e torcida por suas posições convictas e desempenho técnico. No elenco do técnico Gregg Berhalter, Adams fez parte de um rodízio de capitães no ciclo do Mundial, mas foi unanimidade ao se tornar o capitão efetivo no Catar. O treinador não poupa elogios.

- Sua liderança tem sido vital para nós desde o primeiro dia. Nesta Copa do Mundo, ele está extremamente focado e seu desempenho foi excelente ao longo desses três jogos. Quando você começa a falar sobre os tipos de capitão… Tyler se encaixa numa função muito específica. Ele é o general, ele é o estrategista. Ele é o cara que vai lá e lidera pelo exemplo. Quando ele fala, as pessoas ouvem - disse Berhalter na última quarta-feira, na manhã seguinte à vitória dos Estados Unidos por 1 a 0 contra o Irã, que selou a classificação.

Tyler Adams vai liderar os Estados Unidos diante da Holanda no sábado, pelas oitavas de final da Copa do Mundo

Patrick T. Fallon / AFP

Mãe branca e pai negro

Nascido em Wappinger, cidade a menos de 100 quilômetros de Manhattan, em Nova York, Tyler Adams tem mãe branca e pai negro, mas cresceu numa família branca. Na atual seleção americana, quase metade do elenco é de jogadores negros, numa mudança muito aguardada num esporte predominantemente de crianças brancas de classe média e alta.

Adams começou sua história no futebol no New York Red Bulls, com 12 anos, e pôde compartilhar da passagem do francês Thierry Henry pela Major League Soccer, jogador que foi seu ídolo na infância. Depois de participar também das categorias de base da seleção americana desde os 15 anos, ele assinou seu primeiro contrato profissional quatro anos depois de chegar ao clube.

No início de 2019, Tyler Adams se mudou para a Alemanha para defender o RB Leipzig, clube irmão do NY Red Bull. No futebol europeu, o volante teve seu auge ao marcar o gol que garantiu a classificação da equipe alemã às semifinais da Liga dos Campeões 2019/20, aos 43 minutos do segundo tempo da vitória por 2 a 1 contra o Atlético de Madrid. Na semifinal o RB Leipzig foi eliminado pelo PSG.

Depois de três temporadas na Alemanha, Adams chegou ao Leeds numa transferência de US$ 24,2 milhões em julho. Na Premier League, a equipe do americano ocupa o 15 lugar no momento, e ele tem o comando do técnico americano Jesse Marsch e joga ao lado do companheiro de seleção Brenden Aaronson.

Tyler Adams chegou à Premier League em julho para defender o Leeds United

James Worsfold/Getty Images

Apoio ao Black Lives Matter

Tyler Adams teve também papel importante nos protestos contra o racismo após a morte de George Floyd, assassinado por um policial que o sufocou enquanto ficava ajoelhado sobre seu pescoço, em maio de 2020. Ao lado de outros jogadores americanos, quando ainda jogava na Alemanha, ele participou de um vídeo sobre o tema "Black Lives Matter” (Vidas Negras Importam).

Em novembro de 2020, antes de amistoso da seleção dos Estados Unidos com País de Gales, os jogadores usaram casacos com mensagens antirracistas, entre eles Tyler Adams. Ele ainda trouxe “Black Lives Matter” escrito na chuteira esquerda e “Justice 4 George” na direita quando voltou a jogar na liga alemã após a morte de Floyd.

O camisa 4 da seleção americana deixou um recado numa coletiva na semana passada que mostra um pouco de sua mentalidade: competitivo e aberto a críticas.

- No final das contas, uma coisa que sempre quero fazer é ser um vencedor. Então, em primeiro lugar, sou muito competitivo. Quero manter os caras ao meu redor no mesmo padrão. Não quero perder e depois ter que apontar o dedo e dizer: "você me decepcionou hoje". Só quero ter certeza de que todos estão na mesma página. Em termos de intensidade, em termos de mentalidade, todos nós acreditamos na mesma coisa. Acho que faço isso desde muito jovem e, por mais que conheça meus pontos fortes, também conheço minhas fraquezas. E eu quero que as pessoas me critiquem. Estou aberto a feedback o tempo todo e quero melhorar cada vez mais.

Tyler Adams se ajoelha em protesto a favor do "Black Lives Matter" antes de jogo pelo RB Leipzig contra o Manchester City, na Liga dos Campeões

Michael Steele/Getty Images

Fonte: Ge

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