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PEC da Transição Ă© formalizada no Senado mantendo os R$600,00 para o Bolsa FamĂ­lia e mais R$150,00 por criança atĂ© 6 anos.

A PEC exclui o programa Bolsa FamĂ­lia da regra de teto de gastos pelos próximos 4 anos

Por Virtual Rondônia em 28/11/2022 às 20:49:17

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O relator do Orçamento no Congresso Nacional, senador Marcelo Castro (MDB-PI), informou nesta segunda-feira (28) ter protocolado a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. O texto exclui o programa AuxĂ­lio Brasil, que deverĂĄ ser rebatizado de Bolsa FamĂ­lia, da regra do teto de gastos para os próximos anos. A medida apresentada pelo senador é uma forma de viabilizar a manutenção do valor mĂ­nimo de R$ 600 para o programa de transferĂȘncia de renda, além de instituir um valor adicional de R$ 150 por criança menor de 6 anos de idade de cada beneficiĂĄrio. Esse é um dos principais compromissos de campanha do presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT).

Vigente desde 2017, a regra constitucional do teto de gastos limita o crescimento das despesas pĂșblicas, exceto o pagamento de juros da dĂ­vida pĂșblica, ao crescimento da inflação do ano anterior. Para iniciar a tramitação, o texto ainda precisarĂĄ ser subscrito por, pelo menos, 26 senadores, o que deve ocorrer ainda esta semana.

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Mais cedo, Castro disse que o ideal é que a PEC esteja aprovada até o dia 10 de dezembro, jĂĄ que no dia 16 do mesmo mĂȘs ele deve apresentar seu relatório final do Orçamento de 2023, que precisa ser aprovado antes do fim do ano. Para ser aprovada, a PEC precisa passar em dois turnos, tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. O quórum de aprovação exigido em cada uma das duas Casas é de trĂȘs quintos do total de parlamentares.

O texto da PEC da Transição apresentado por Marcelo Castro é praticamente o mesmo da minuta enviada pelo governo eleito, mas com uma alteração. Inicialmente, a exclusão do Bolsa FamĂ­lia do teto de gastos seria permanente, mas como essa regra não foi bem recebida no mundo polĂ­tico e entre agentes econômicos, o novo governo decidiu fixar um prazo, que agora é de 4 anos, abrangendo o perĂ­odo da próxima gestão. A proposta, no entanto, ainda deve sofrer novas alterações durante a tramitação no Poder Legislativo.

"Claro que tudo isso vai ser fruto de intensas negociações e, quem cobre o Congresso Nacional sabe que, dificilmente, uma matéria entra no Congresso e sai da mesma maneira que entrou", ponderou Marcelo Castro, pouco antes de entrar em uma reunião com o presidente eleito Lula, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em BrasĂ­lia, sede do governo de transição.

Pelos cĂĄlculos dos valores previstos no Projeto de Lei OrçamentĂĄria (PLOA) de 2023, a manutenção do Bolsa FamĂ­lia em R$ 600 teria um custo total de até R$ 175 bilhões.

"Não tem valor na PEC. Tem a retirada do Bolsa FamĂ­lia que, com base nos valores previstos no PLOA, pode ser até R$ 175 [bilhões]. O governo eleito colocou essa proposta para avaliação do Congresso Nacional, vamos aguardar a avaliação e aĂ­ nós nos manifestamos", disse o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento Nelson Barbosa, integrante da equipe de transição de governo na ĂĄrea econômica.

"O fato é que não hĂĄ, no Orçamento para 2023, previsão para manutenção do AuxĂ­lio Brasil, ou novo Bolsa FamĂ­lia, no valor atual. Então, é urgente garantir a manutenção desse valor, tem milhões de pessoas que dependem desse benefĂ­cio para o seu dia a dia", acrescentou Barbosa.

Outras mudanças

Além de excluir o programa Bolsa FamĂ­lia da regra de teto de gastos pelos próximos 4 anos, a PEC da Transição propõe usar receitas obtidas com excesso de arrecadação para investimentos pĂșblicos, limitado a cerca de R$ 23 bilhões. O outro item da proposta da PEC é excluir da regra do teto de gastos recursos extras obtidos por meio de convĂȘnios e serviços prestados pelas universidades pĂșblicas, além de doação feita por fundos internacionais para ações na ĂĄrea socioambiental. Assim, essas instituições não teriam esses recursos abatidos pela regra do teto de gastos, como acontece atualmente.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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