Pedido por Zagallo no alvinegro, ponta virou pesadelo para treinador anos depois Quem lembra dos 6 a 0 do Botafogo sobre o Flamengo, em 1972, costuma pensar em Jairzinho e Lobo Fischer, os artilheiros daquele 15 de novembro, no Maracanã. Mas a partida histórica tem outros personagens, alguns, inclusive, que viraram a casaca antes do dia que ficou marcado para os torcedores pelas décadas seguintes. Um deles é Zequinha, convidado pelo ge a relembrar aquele confronto.
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Jornais da época destacam goleada
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Pedido de Zagallo virou carrasco
Zequinha começou a carreira no Flamengo, onde chegou aos 16 anos e ganhou a primeira chance em grande clube. Só que o na época jovem ponta direita saiu rumo ao rival menos de dois anos depois, em 1968. Os motivos foram dois: as divergências com o treinador da época, Walter Miraglia, e a proximidade com Zagallo, que comandava o rival alvinegro.
- Foi em uma troca por um jogador chamado Zélio. Na época, o treinador do Flamengo gostava muito dele. Eu estava tendo alguns problemas com o treinador quando apareceu a oportunidade. O Zagallo, eu já tinha sido convocado para a seleção carioca de juvenis quando ele era o técnico. Quando ele soube desse problema, fizeram essa transferência - lembrou.
Quatro anos depois, Zequinha foi titular do Botafogo e um dos nomes daquela goleada, válida pela fase de classificação do Campeonato Brasileiro da época. A curiosidade é que Zagallo estava do outro lado, já que comandou o Flamengo naquele 15 de novembro.
Zequinha (agachado, à esquerda) com o time do Botafogo de 1972
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O ponta deu quatro passes para gols de Jairzinho (que marcou três vezes, um de letra) e Fischer (com dois gols), os nomes da partida. Quem fechou o placar naquele dia foi Ferretti, que saiu do banco de reservas.
- Um mês depois da minha chegada (em 1968), o Botafogo disputou a final da Taça Guanabara contra o Flamengo, que já era o virtual campeão. Surgiu a oportunidade em um tropeço do Flamengo, nós jogamos e aplicamos 4 a 1. Foi a primeira das goleadas que eu participei, fiz o segundo gol. Eu não tenho certeza, mas acho que nunca perdi para o Flamengo.
Jairzinho marca um dos três gols que fez na goleada
Arquivo / Agência O Globo
Família rubro-negra, coração alvinegro
No Botafogo, a carreira do atacante começou a decolar. Chegou à seleção brasileira e passou por outros grandes clubes, como Grêmio e São Paulo. Mas, até hoje, o assunto é sempre o mesmo nas visitas à cidade natal, Leopoldina, em Minas Gerais: a tristeza da família rubro-negra e a felicidade dos alvinegros ao lembrarem da partida de 50 anos atrás.
Torcedor de 94 anos vai pela primeira vez a um jogo do Botafogo
- A minha cidade fica em Minas, mas é pertinho do Rio. E a cidade era dividida: torcida do Flamengo e torcida do Botafogo. Meu pai era flamenguista de escutar todos os jogos. Todas as vezes que eu vou ao Brasil é uma festa de um lado e uma lembrança triste de outro (risos). Um pega no pé do outro, mas é aquela coisa bonita do esporte - contou.
O placar de 6 a 0 traz memórias positivas e negativas para os dois lados do clássico centenário entre Botafogo e Flamengo. Os alvinegros tiraram sarro dos rivais por nove anos, até 1981, quando os rubro-negros devolveram o placar.
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