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Flamengo controla jogo sem a bola: entenda a organização defensiva de Tite

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Por Virtual Rondônia em 29/08/2024 às 09:07:07
Com apenas 37% de posse, Flamengo concedeu 3 defesas ao Bahia e mostra que é possível controlar um jogo mesmo sem a bola Bahia 0 x 1 Flamengo | Melhores momentos | Quartas de final | Copa do Brasil 2024

O Flamengo voltou de Salvador com a vantagem de vitória simples contra o Bahia, no primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil. Para muitos torcedores, é um exemplo perfeito da Era Tite: um jogo seguro, sem dramas, e até por isso mesmo sem emoção. Mas isso não diminui os feitos do Fla em campo.

Vivo nas três competições que disputa, mesmo com o drama de muitas lesões - Michael e De la Cruz sentiram problema na coxa direita - o Flamengo de Tite tem qualidades. Uma delas é saber controlar o jogo mesmo quando não está em seus melhores dias.

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Tite, do Flamengo, no jogo contra o São Paulo

Marcos Ribolli

Uns chamam de pragmatismo, outros de segurança. Fato é que o Flamengo tem uma organização defensiva muito rica. Na melhor versão, sofre poucos gols e finalizações. Pode não criar tanto ou sofrer sem Pedro, mas é um time que mostra que jogar bem vai além de tocar bem a bola. Jogar bem é executar bem uma proposta de jogo.

A proposta de Tite para o jogo

Sem contar com vários jogadores, Tite novamente rodou o time e mexeu nas posições do 4-2-3-1: Léo Ortiz entrou como volante ao lado de Erik Pulgar. Já Gerson foi falso-meia pela esquerda, mostrando o número de posições que ele pode fazer: meia, falso-nove, meia pelos lados, volante...com Luiz Araujo no lado, coube a Bruno Henrique ser a referência no lugar do lesionado Pedro.

A equipe teve apenas 37% da posse de bola contra o Bahia e finalizou três vezes ao gol. Já o Bahia teve 17 finalizações. Parece que foi um massacre e o Flamengo aguentou pressão. Nada disso: por acaso o nome de Matheus Cunha entrou para a história do jogo? Foram apenas 3 finalizações certas do time baiano, contra uma do Flamengo - o gol na bola parada.

A importância de Erik Pulgar

Erik Pulgar novamente foi fundamental. Com Ortiz mais recuado, ele funcionou como um segundo volante. Sem a bola, tinha uma missão clara: corria para marcar o jogador criativo do Bahia que buscava a bola. No lance abaixo, ele acompanha Jean Lucas. Em outros, marcava Everton Ribeiro ou Cauly.

Sua orientação era impedir o primeiro passe da defesa ao ataque. De La Cruz e Bruno Henrique também ajudavam. Boa parte dos 67% de posse de bola do Bahia aconteceram nesse setor, buscando fugir da pressão central do Flamengo. Aí entra o questionamento: essa posse é realmente efetiva?

Pulgar foi fundamental para marcar Jean Lucas na saída de bola do Bahia

Reprodução

Defesa sempre alinhada, o pilar do Flamengo de Tite

Além da pressão de Pulgar, o Flamengo também mostrou uma organização imensa em sua defesa. Avesso a sistemas com três zagueiros, Tite gosta muito de jogar com quatro defensores que se comportam alinhados sem a bola: eles formam um muro e marcam o espaço na frente do gol. E quem marca a bola? Aí entra novamente Pulgar e todo o time: eles protegem e fazem essa linha ficar sempre postada.

A opção por Léo Ortiz preencheu o meio e fez com que os zagueiros ficassem mais atrás, sem precisar saltar até o meio. Ortiz vigiava quem entrava na entrada da área, e ao contrário de Pulgar, não saltava. Funcionou como um volante mais posicional e deixava a dupla de zaga estática, quase fixa na defesa. Ainda mais proteção.

Léo Ortiz entrou como primeiro volante

Reprodução

Outro ponto que chama a atenção na organização defensiva do Flamengo é a forma como o time se protege de cruzamentos. Os com a bola rolando, já que o problema na bola parada continua. Toda vez que o adversário entra em um dos lados, a orientação é clara: alguém do meio dobra e a defesa se alinha. Aqui, é Pulgar quem dobra. E Luiz Araujo? Se o meia pelo setor direito não dobra, então ele cobre quem o ajudou. Os nomes mudam, a organização permanece.

Flamengo se protege de cruzamentos (com a bola rolando)

Reprodução

O Flamengo da Era Tite não é uma equipe perfeita. Por vezes, é criticada por não brilhar os olhos do torcedor nos jogos em que vai bem. É uma crítica válida e construtiva, como toda crítica deveria ser. O que não impede que as muitas qualidades do trabalho não sejam ressaltadas. Uma delas, a organização defensiva, fez a diferença contra um dos melhores times do Brasil no ano. A volta é dia 13, no Maracanã.

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Fonte: Ge

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