Treinador conta que Sporting também o procurou e reafirmou que não desejar trabalhar no Brasil depois de período sabático após Mundial Catar: "Quero ganhar a Copa. Depois, vou decidir meu futuro" O técnico da seleção brasileira, Tite, contou em entrevista ao jornal inglês "The Guardian" que recebeu contato do Real Madrid antes da Copa de 2018. O clube merengue tinha intenção de conversar com o treinador, que assumiu a Seleção em 2016 e completa seis anos no cargo antes da Copa do Mundo do Catar, para analisar sua contratação.
- Na Copa do Mundo (pouco antes), eles (Real Madrid( disseram que queriam conversar e eu disse "não, não vou falar, não chegue perto". Quero estar em paz comigo e com o meu trabalho. Estou dando o meu melhor. Quando você faz algo em paralelo, isso não está sendo feito ao máximo. Eu não posso fazer isso. Recebi ofertas do Real Madrid, PSG e Sporting. Mas eu não queria isso. Eu quero ganhar a Copa do Mundo. Depois da Copa do Mundo, vou decidir meu futuro - disse Tite.
Ao jornal inglês, o treinador também reafirmou que não pretende trabalhar no futebol brasileiro depois da Copa do Mundo - com ou sem o título. E admitiu que tudo pode mudar com o caneco na mão.
- Se você ganhar a Copa do Mundo, terá um mercado aberto. Você pode escolher. Não vou mentir: minha ideia definitivamente não é trabalhar no Brasil. Quero passar um ano com minha família, tirar um ano sabático, estudar, não ter responsabilidade porque a responsabilidade é muito grande. Se algo vem de fora, vai acontecer. Agora tenho a responsabilidade e a alegria de ser o técnico da Seleção. Não vou nem falar com ninguém - garantiu o treinador.
"Neymar é Neymar"
Tite contou bastidor que envolveu um jogador da seleção brasileira no seu clube e reagiu sobre inveja que as pessoas sentem da camisa amarelinha. Ele relatou que "um técnico italiano" brincou com Miranda, zagueiro que era jogador da Internazionale, depois da eliminação do Brasil para a Bélgica.
- (Ele disse para o Miranda): “Como é ser eliminado pela Bélgica?” Ouvi isso de Miranda e disse a Miranda que ele (o técnico italiano) nunca conhecerá esse sentimento porque nunca treinou uma seleção como o Brasil ou mesmo sua própria seleção. Isso é inveja. Por isso perguntou a ele. Muita gente tem inveja do Brasil. Eles não admitem. Talvez seja o time mais invejado do mundo - disse o treinador, antes de seguir a reflexão.
- É sobre falta de respeito e inveja. Esse é o legado que carrego, o legado que carregamos, a história de ter Pelé, Zagallo, Tostão, Garrincha. Se Zagallo é criticado, como não ser? O Brasil é o mais invejado? Acho que sim, mas quando saio todo mundo me pergunta como aguento a pressão de ser o técnico da seleção brasileira - revelou o treinador.
Ao admitir que tem mais jogadores hoje do que num passado recente, Tite também respondeu sobre sua principal estrela, Neymar. Aliás, deixou claro que o camisa 10 da Seleção continua sendo o protagonista do seu time.
- Neymar é Neymar. Ele continua sendo nossa maior estrela. A diferença agora é que o brilho é diluído por estrelas próximas que também podem brilhar. A grandeza de Neymar é que ele entende isso. Do crescimento desses meninos. Ele encoraja os meninos a subir de nível. O tempo e a experiência proporcionam essa maturidade - afirmou.