Técnico da Seleção comemora resultado contra a Jamaica e diz que terá tranquilidade para "acertar o máximo" nas 18 convocadas para os Jogos Olímpicos de Paris Os amistosos contra a Jamaica no Nordeste foram importantes para definir quais serão as 18 convocadas do Brasil para os Jogos de Paris. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, após goleada por 4 a 0 da seleção feminina, o técnico Arthur Elias disse que os últimos jogos foram mais um "grande passo" na caminhada para definir quem vai disputar a Olimpíada.
Brasil 4 x 0 Jamaica | Melhores momentos | Amistoso internacional feminino
- Sem dúvida foi um grande passo, não só a partida de hoje, tudo que fizeram depois que assumi [como técnico da Seleção]. A gente vai ter mais ou menos um mês até a data final, vamos divulgar 18 convocadas mais quatro. Foi um dia importante, a gente teve alguns momentos que não suportamos bem, importante fazer algumas correções, em outros atletas atuando em nível bastante alto - iniciou Arthur Elias.
"Fico satisfeito, agradeço por todas que passaram por aqui. Claro que estamos muito próximos da lista", garantiu o técnico do Brasil.
Jogadoras comemoram com técnico Arthur Elias
Lívia Villas Boas/CBF
O treinador também destacou as atuações de algumas jogadoras. Gabi Portilho deu assistência para Debinha abrir o placar, enquanto Jheniffer entrou no segundo tempo e marcou dois gols.
- Se a gente tivesse jogadoras que só fazem a função de nove, num grupo de 18 você não pode levar mais de uma. O que temos é jogadoras mais versáteis que podem jogar de nove, mas que jogam de ponta, duas atacantes. Temos opções para contemplar isso, mais de uma jogadora fazer a função mais central do ataque - iniciou o treinador.
- Jheniffer fez um segundo tempo impecável, tomou decisões sempre corretas, conhece as ideias centrais de jogo [...] E ela tem estrela, faz muitos gols. Conheço, sempre acreditei muito. Fiquei muito feliz, assim como a Portilho, foi muito bem e se destacaram, assim como a gente teve em outros setores. A briga é boa, com certeza somaram pontos.
Seleção comemora gol sobre a Jamaica
Lívia Villas Boas/CBF
Gabi Portilho, inclusive, comemorou a sua atuação e agora torce para fazer parte da lista final. Ao todo, serão 18 convocadas para os Jogos de Paris e quatro suplentes.
- Acho que fiz um bom jogo dentro do que o Arthur pediu, de ponta, usar bem a profundidade. Poderíamos ter feito mais gols, tivemos mais oportunidade, mas fico feliz para o jogo de hoje. Não tenho tanta expectativa, não costumo criar, Deus sabe de todas as coisas, mas fico feliz pelo meu desempenho. Me manter bem no clube para merecer estar aqui, continuar trabalhando.
Enquanto a lista final não é divulgada, Arthur Elias terá um período de mais ou menos um mês para tomar sua decisão. Por enquanto, ele diz que vai pensar com calma.
- Vamos tomar a decisão com mais tranquilidade, estudando muito, revendo algumas coisas para acertar o máximo nessas 18 jogadoras. Não só que tem mais nome. Muita coisa que a gente precisa pensar, e agora só vou desfrutar dessas vitórias e estar com a cabeça em paz e concentrada para tomar a decisão.
A seleção brasileira está no Grupo C das Olimpíadas e vai estrear contra a Nigéria, no dia 25 de julho, em Bordeaux. Os outros jogos da primeira fase são contra o Japão, dia 28, no Parc des Princes, em Paris, e a Espanha, dia 31, de novo no Stade de Bordeaux.
Veja outros trechos da entrevista de Arthur Elias
Pontos positivos e negativos
- Ponto positivo foi o sistema, executaram bem. Pouco mais de consistência. A gente vinha no 3-2-5 para atacar, atacamos com dinâmica diferente e foi proveitoso. Também algumas atuações de atletas em especial, satisfeito com o grupo. Jogo de hoje trouxe esses momentos que a gente não teve a partida sobre um controle, e isso é importante para as Olimpíadas. A gente precisa estar sempre em pensamento de ritmo de jogo. Vi a equipe desconectada em alguns momentos, erramos na fase de construção, mas isso nos traz reflexões e muita atenção. Vejo o grupo muito fortalecido após essa data Fifa.
Apoio da torcida
- A gente vem fazendo algo que já era pensado, com a Copa [de 2027], claro, temos missão redobrada de trazer o torcedor, acompanhar. Agradecer ao apoio da Federação [Bahiana], Fonte Nova, da imprensa. Importante demais essa visibilidade. E a gente entender que o futebol feminino está numa crescente em todo mundo, e o Brasil vai ter essa oportunidade de deixar fortalecido esse espaço da mulher no futebol. Energia fantástica, hino nacional mais emocionante que já tive presente como treinador. Todo contexto, cidade e estado importante para nosso país, historicamente, culturalmente. Foi impactante, emocionante o jogo inteiro.
Psicológico
- Mental é trabalhado sempre pensando no longo prazo. Importante esse acompanhamento. Futebol tem pressão muito grande em cima delas. Isso é um alerta que a gente tem que ter. Já visualizarem as situações difíceis e fortalecer no momento bom. Trabalho contínuo que a gente vai dar toda atenção que merece.
Comparação com Copa
- Comparação injusta, não gosto. Copa do mundo, jogo grande, Jamaica que se mostrou forte, tomou um gol só na primeira fase. Contexto diferente. Fui contratado para isso, para trazer uma outra maneira para a Seleção se organizar em campo, atacar. E temos hoje um entendimento com muitas variações ofensivas, sistema, atletas, jogadas com clareza grande, para melhorar a tomada de decisão delas. Os números não dizem muito, o que me importa são as chances claras criadas, que realmente para fazer gol, ou o quanto a gente cede em relação a isso. Tem que ser mais qualitativos que quantitativos. Nos dois jogos a gente mostrou volume e eficiência boa para esse momento, o objetivo é sempre aumentá-lo.