Com casca fina vermelha, polpa branca adocicada e levemente ácida, a fruta se popularizou em boa parte do país. Chegou a época do jambo: fruta vermelha, robusta e suculenta, que fez e faz parte da história de muitos porto-velhenses. Mas você sabe a origem do jambo e quais os benefícios da fruta para a saúde?
Jambo-vermelho
Reprodução/Rede Amazônica
O jambeiro, da família Myrtaceae, popularmente conhecido como jambo-vermelho, é originário da Ásia, mais especificamente da Índia e da Malásia. A árvore, que pode chegar a 20 metros e se desenvolve com facilidade em ambientes com muito sol, foi trazida há séculos para o Brasil pelas mãos de colonizadores.
A fruta, com casca fina vermelha, polpa branca adocicada e levemente ácida, se popularizou em boa parte do Brasil.
De janeiro a maio, onde as frutas já estão desenvolvidas, acontece a colheita. É nessa época que os moradores aproveitam a oportunidade para se empanturrar com a fruta.
???? Mas não é só durante a colheita que o jambeiro ganha popularidade. De agosto a fevereiro, época da florada, a árvore fica coberta por flores rosas e deixa o cenário digno para uma fotografia.
Época de florada do jambo acontece de agosto a fevereiro
TVCA/ Reprodução
De acordo com a especialista em botânica Celice Alexandre da Silva, a árvore pertence a mesma família da jabuticaba, da goiaba, da pitanga e do eucalipto.
"Depois que a flor é visitada pelo polinizador, joga o resto de estames pelo chão e forma esse lindo tapete decorativo", explica.
Geleia de jambo, já provou?
O fruto pode ser consumido in natura ou em forma de compotas e geleias. Ao adicionar outros ingredientes, como a canela, é possível deixar o sabor da fruta ainda mais evidente.
????????? Dica: As frutas mais indicadas para o doce são as de menor tamanho, pois são mais firmes. "Os frutos maiores são moles e desmancham na hora de cozinhar", destaca a cozinheira Maura.
Compota do jambo pode ser feito em pouco mais de 1h
Dennis Weber/ G1
Maura Rodrigures, de Vilhena (RO), ensina a preparar uma compota de jambo-rosa com canela, que pode ser acompanhado como sobremesa das refeições. Abaixo, veja o passo a passo.
Ingredientes:
500 gramas de jambos maduros pequenos
3 xícaras de açúcar
2 xícaras de água
1 pau de canela
Modo de preparo:
As frutas devem ser higienizadas, retirando o 'cabinho' e parte inferior do jambo. Em seguida, os frutos devem ser furados com um garfo, para que a calda entre com maios facilidade. Para fazer a calda, coloque a água e o açúcar na panela. Leve ao fogo e deixe cozinhar até levantar fervura, dando o ponto de calda rala.
Após levantar fervura, coloque os frutos e a canela dentro da calda e deixe cozinhar por aproximadamente meia hora, ou até a calda engrossar. Desligue o fogo, espere esfriar e sirva.
A compota pode ser servida pura ou com creme de leite. A canela pode ser substituída por cravo ou ainda por coco ralado.
Quer outra opção? aprenda a fazer um mousse à base de jambo
Aliado da saúde
Para a nutricionista Priscila Monteiro, do Serviço Social do Comércio (Sesc) do Amapá, o jambo é um aliado da saúde.
"Ele é rico em vitamina C e antioxidante, sendo um bom substituto do suco de laranja por exemplo", explicou.
Na busca para entender todos os benefícios do jambo-vermelho para a saúde, Ângela Giovana Batista, com orientação dos professores Mário Roberto Maróstica Júnior e Maria Alice da Cruz Höfling, resolveu pesquisar sobre o assunto durante seu doutorado na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp.
A pesquisadora Ângela Giovana Batista na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp
Antonio Scarpinetti – Unicamp
"No intuito de valorizar o consumo desta fruta, fizemos testes preliminares e detectamos compostos importantes para a saúde, como fibras alimentares, e compostos antioxidantes (que também estão presente na jabuticaba) como as antocianinas (pigmento vermelho, natural de algumas plantas) e taninos. Foi a partir destes resultados que decidimos utilizá-la em outros testes para verificar se estes compostos mostraram efeitos para a saúde e assim promover o seu consumo", destaca Ângela.
Durante a pesquisa, Ângela descobriu que baseados na composição química e nutricional, a casca e a polpa foram secas e incorporadas em dietas com baixa e alta concentração de gordura nos animais. Os resultados, segundo ela, foram animadores.
"Após um tratamento de 10 semanas, os animais de laboratório mostraram melhoras na resistência à insulina periférica (estágio em que a captação de glicose é defeituosa devido insensibilidade das células à ação da insulina), diminuição de marcadores pro-inflamatórios e aumento da defesa antioxidante (aquela que combate os radicais livres do organismo). Estes quadros estariam ligados ao desenvolvimento de doenças crônicas, como a obesidade e o diabetes do tipo 2", explica.