Conheça um pouco do trabalho do espanhol, que dirige uma equipe invicta na temporada europeia Volante de passes magistrais, visão de jogo e firmeza nos combates, Xabi Alonso tenta espelhar em sua primeira obra relevante como treinador aquilo que fazia enquanto atleta. Pelo menos é possível observar no Bayer Leverkusen, líder do Campeonato Alemão, muito do que oferecia como meio-campista.
O espanhol de 42 anos encerrou a carreira como jogador em 2017. Duas temporadas e alguns cursos depois debutava na nova função ao dirigir a Real Sociedad B, clube que o revelou no início do século. Conseguiu o acesso da terceira para a segunda divisão da Espanha em março de 2021, mas o rebaixamento veio no ano seguinte.
Livre no mercado, assumiu o time do oeste alemão em agosto de 2022. A missão era corrigir a rota de um início péssimo de temporada. Pegou a equipe na 17ª posição após oito rodadas de Bundesliga e entregou no sexto posto ao término da competição. Conseguiu classificar o Leverkusen para a Europa League - competição que havia alcançado a semifinal em 22/23 -, e foi mantido no cargo.
O elenco sofreu algumas mexidas importantes. O clube apostou no suíço Granit Xhaka como principal contratação, e fez um investimento importante em Victor Boniface, atacante nigeriano contratado junto ao Union St. Gilloise, da Bélgica. O ala-esquerdo Grimaldo chegou sem custos do Benfica, e o meia Hofmann foi outra aquisição interessante para a montagem do time.
Victor Boniface tem 16 gols e nove assistências em 23 jogos nesta temporada. Vai disputar a Copa Africana de Nações pela Nigéria
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Os quatro nomes citados acima são peças fundamentais para o sucesso dos alemães dentro de campo. A assertividade nas contratações deu a Xabi Alonso um elenco ''redondo'', mas muito longe de gerar a expectativa da campanha feita até aqui.
Sempre é perigoso citar isso na Alemanha, mas o Leverkusen tem chances razoáveis de desbancar a hegemonia do Bayern Munique e ficar com o título da Bundesliga. Mostra dentro de campo com um desempenho de alto nível e regularidade, e obtém resultados expressivos.
Xabi ''bebeu'' de fontes gloriosas enquanto jogador. Foi treinado por figuras importantes, mas nunca escondeu a admiração por Pep Guardiola, com quem trabalhou dois anos na própria Alemanhã. O estilo de sua equipe, baseada na posse de bola, na aplicação de conceitos posicionais para atacar, e na volúpia para recuperar a pelota, é a prova.
Leverkusen na temporada 23/24
Sempre postado em um 3-4-2-1 em fase ofensiva, o Leverkusen procura trabalhar quase sempre com cinco homens atacando a última linha de defesa adversária. Boniface ou Schick, seja qual for o centroavante escolhido, pelo centro. O jovem craque Wirtz e o sólido Hofmann como meias, e os agressivos alas.
O holandês Frimpong pela direita e o espanhol Grimaldo pela esquerda avançam quase sempre bem abertos, tentam ''esgarçar'' a defesa adversária e liberar espaços de infiltração a Wirtz, Hofmann e Boniface. Atacam a área e a profundidade quando acionados desta forma. São parte fundamental no funcionamento do time. Precisos!
Frimpong já fez sete gols e deu nove assistências em 22 jogos. Grimaldo balançou as redes duas vezes mais, mas deu sete passes para gols. Xhaka tem quase sempre a companhia do argentino Palacios na primeira linha de meio-campo. Dois jogadores com muito potencial de construção, ótima distribuição de passes. Ajudam a dar verticalidade quando o adversário adianta a marcação.
O trio de zaga também é fundamental na articulação dos ataques. Jonatan Tah é o titular absoluto no centro da defesa. Stanisic e Kossonou têm revezado pela direita. Hincapié e Tapsoba pela esquerda. Conduzem a bola para chamar a atenção de um adversário, encaixam passes entre o meio e a defesa rival quando há um desmarque. Esbanjam coragem para jogar!
Time-base do Leverkusen na temporada 2023-2024
Rodrigo Coutinho
Sem a bola, o time de Alonso mantém o padrão das equipes que querem ser dominantes com ela na atualidade. Rápidas reações para retomar a pelota e inibir contragolpes adversários. Pressão alta e coordenada para desarmar o mais próximo possível do gol. Já marcou algumas vezes assim até aqui.
Se com um elenco apenas mediano para o futebol do mais alto nível na Europa o técnico espanhol tem conseguido tirar tamanho desempenho de seus jogadores, o que esperar quando tiver um material humano melhor nas mãos. Xabi Alonso sabe o que quer e como quer. Vai nascendo mais um projeto de grande treinador europeu.
