Alguns trabalhadores chegaram a renunciar cargos como forma de protesto. De acordo com a reitoria, o principal motivo da nova regra é o número de pessoas que não apresentaram a carteira de vacinação. Campus da Unir em Porto Velho
Diêgo Holanda/arquivo g1
A reitoria da Universidade Federal de Rondônia (Unir) publicou uma portaria, na última semana, que retira a exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para alunos, professores, trabalhadores e público em geral.
De acordo com a reitoria, o principal motivo da nova regra é o número de pessoas que não apresentaram a carteira de vacinação. Somente nos cursos de ciências humanas, 579 alunos poderiam ter as matrículas trancadas por não apresentarem o comprovante de vacinação.
Em março a Universidade chegou a informar que iria exigir o comprovante. Inicialmente o prazo para apresentar o documento era 24 de abril, depois foi prorrogado até 20 de maio e, por fim, suspenso, na última semana.
Segundo a portaria, continua obrigatório o uso de máscara de proteção facial usada corretamente, cobrindo nariz e boca.
Oposições
Depois da decisão, a Associação dos Docentes da Universidade Federal De Rondônia (Adunir-SSIND) publicou uma nota de repúdio, alegando que a medida é "autoritária e negacionista".
"É importante destacar que tal portaria não encontra nenhum lastro científico. Ademais, fora publicada sem prévia consulta ao Comitê Covid-19 da Unir. É claro para todos os verdadeiros cientistas, que a única forma de erradicar o Covid 19 é a vacinação em massa. A prova está na redução das mortes no país desde que iniciou o processo de vacinação. Mas, a redução não significa que vencemos a pandemia", consta na nota.
Conforme a representante da associação, Marilsa Miranda, a portaria causou grande indignação aos integrantes do corpo docente e alunos da instituição. Segundo ela, alguns membros chegaram até a renunciar os cargos como forma de protesto.
"A portaria desrespeita a resolução do Consun [Conselho Universitário] que obriga o comprovante vacinal para estudantes, técnicos, professores, trabalhadores do serviço terceirizado, enfim, ao público em geral dentro da Universidade Federal de Rondônia", disse.
O que diz a Unir?
O vice-reitor da Unir, Juliano Cedaro, ressaltou que medidas como uso de máscara, disponibilização de álcool em gel e campanhas de orientação contra a Covid-19 não foram suspensas.
Juliano aponta também que a medida ainda está em discussão e os alunos que não comprovaram a imunização ainda correm o risco de perderem suas matrículas, caso o Consun delibere por esse meio.
A reitoria ainda fez um apelo para que as secretarias municipais de saúde façam campanhas de imunização dentro das repartições de todo o estado.
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