Trio que já foi titular junto pode ter que brigar por uma única vaga. Entenda As últimas semanas e as decisões mais recentes tomadas por Fernando Diniz na montagem do time mostraram um cenário no mínimo intrigante para o primeiro duelo de semifinal da Libertadores. Se o treinador mantiver a estrutura tática de cinco das seis últimas partidas do Fluminense, pode haver um ''embate'' entre Alexsander, Ganso e Marcelo por uma vaga no meio-campo contra o Internacional.
A mudança começou no 2º tempo da vitória por 3x1 sobre o América Mineiro no Maracanã, há pouco mais de um mês. John Kennedy, que já vinha pedindo passagem ao entrar na equipe, saiu do banco de reservas para gerar a presença de área necessária e oferecer seu talento com um gol na virada tricolor. Desde então não saiu mais do time.
Diniz optou por formar uma dupla de ataque entre ele e Germán Cano, e o 4-4-2 como ponto de partida foi a formatação do time até mesmo em Assunção, diante do Olímpia, nas quartas de final. Ganso passou a jogar como ''segundo homem'' de meio-campo, alinhado a André no momento defensivo e com a mesma liberdade que já tinha anteriormente quando o time tem a bola.
Ganso em Olimpia e Fluminense, pela Conmebol Libertadores
MARCELO GONÇALVES / FLUMINENSE FC
A questão é que Ganso tem tido problemas físicos e sua regularidade em alto nível caiu nos últimos meses. Ao mesmo tempo, Alexsander reencontrou o ótimo futebol que praticava antes da lesão que teve em maio, e vem ganhando cada vez mais minutos. Teve ótima atuação na noite de ontem contra o Cruzeiro, sobretudo na 1ª etapa.
Se já não bastasse isso, Marcelo entrou desfilando sua imensa qualidade no 2º tempo. Jogando exatamente na função que era de Alexsander até o minuto 66 do jogo, posição que, em tese, é de Ganso quando ele está apto a jogar. Foi a primeira vez do camisa 12 atuando tanto tempo como meio-campista neste retorno ao Fluminense.
A dificuldade que Marcelo tem demonstrado para defender como lateral pode fazer com que Diniz passe a aproveitá-lo mais nesta nova função, principalmente pela maior solidez oferecida por Diogo Barbosa quando o time é atacado no lado esquerdo da defesa.
Entre Alexsander, Ganso e Marcelo, o jovem meio-campista é quem oferece mais condições de equilíbrio ao Fluminense. Até por ser mais jovem, entrega intensidade alta com e sem a bola, se mexe por uma faixa mais extensa do campo, e ainda tem muita qualidade para articular jogadas ofensivas.
Fluminense no momento defensivo e Alexsander alinhado a André pelo meio, como dupla de volantes
Reprodução
Mas como abrir mão inicialmente do talento de Marcelo e de Ganso em uma semifinal de Libertadores? Ao mesmo tempo, ter os dois no time simultâneamente, como lateral e meio-campista, principalmente depois do acréscimo de mais um atacante, parece enfraquecer a capacidade de desarme em fase defensiva, ou de retomadas rápidas da bola em transições do ataque para a defesa.
Uma alternativa seria sacar John Kennedy ou Germán Cano e devolver ao time o 4-2-3-1 de boa parte da temporada. Ter Ganso como meia mais próximo dos atacantes e Alexsander como ''segundo volante''. Talvez até Marcelo como lateral. Mas será que Diniz abriria mão da ótima fase de Kennedy ou do poder goleador de Cano?
O técnico do Fluminense e da seleção brasileira terá que tomar uma decisão importante nos próximos dias. Fruto das boas opções que criou ao tentar acrescentar mais poder de fogo e qualidade ao time.