"É muito triste ser esculhambado, tratado como se fosse um criminoso, um bandido. Aqui existe um ser humano, um pai de família, ninguém aqui é bandido", disse, em live no Instagram nesta segunda-feira (30) à noite.
Lima afirmou que não tem ligação com dinheiro público e acredita ser alvo de perseguição. Disse ainda que está machucado emocionalmente, mentalmente e fisicamente.
"É um peso gigantesco ter que aguentar tudo isso", afirmou. "Não sei o motivo de tanto ódio, de tanta perseguição".
O cantor pediu cautela nas acusações e negou irregularidades. Ele admitiu, no entanto, que cobra das prefeituras o mesmo valor dos contratantes privados e afirmou que a única coisa que tem para vender é a sua arte.
Para o cantor, o cachê é uma forma de valorizar a arte. "A gente paga as nossas contas com isso, a gente coloca comida na nossa mesa através do talento", disse. "Não é porque é uma prefeitura que vou deixar de cobrar o meu valor. Tenho contas, funcionários para pagar".
Lima contou que em 2019 chegou a fazer 300 shows e que não teve infância por cantar desde os 9 anos.
Durante a live, o artista repetiu que todos os seus bens foram conquistados com a garganta. Ressaltou também que paga impostos em dia e tem 500 funcionários diretos.
"A minha vida é cantar. Se tenho uma casa boa para morar, vocês podem ter certeza que saiu da minha garganta. Se tenho um carro bom, um barco, um avião, saiu daqui", afirmou, batento no pescoço.
Anteriormente, por meio de uma nota, assessores de Lima disseram que o músico "não pactua com ilegalidades" e que não é seu papel "fiscalizar as contas públicas".
Ele chorou no final da conversa com os fãs e revelou estar cansado, com vontade de sumir "para ver se a perseguição acaba".
O desabafo do artista foi motivado pela divulgação de informações sobre apurações de contratos para shows. O Ministério Público de Minas Gerais, por exemplo, faz uma apuração preliminar para verificar se houve irregularidades na contratação por R$ 1,2 milhão do artista para um show cancelado em Conceição do Mato Dentro, no interior mineiro.
O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar se houve irregularidades na contratação do sertanejo para um show em Magé, a 100 quilômetros da capital fluminense, por R$ 1 milhão.
Gusttavo Lima é um dos cantores que está no centro das discussões sobre o pagamento de cachês com dinheiro público desde que Zé Neto, da dupla com Cristiano, disse que não dependia da Lei Rouanet e que não precisava fazer uma "tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou mal", em referência à tatuagem íntima da cantora Anitta.
Em seguida, foi revelado que Lima receberia R$ 1,2 milhão de um cachê ilegal, desviado da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM, destinada a investimentos em infraestrutura, ambiente, saúde e educação, para um show em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais.
O show foi cancelado e, no último domingo, a prefeitura da cidade afirmou que o cantor não recebeu nem vai receber o pagamento.
Além disso, Lima e outros cantores sertanejos vão participar de uma festa bancada pelo deputado André Janones, do Avante, de Minas Gerais, pré-candidato à Presidência, com R$ 1,9 milhão em recursos de uma emenda "cheque em branco", na cidade mineira de Ituiutaba, revelou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
Esse apelido vale para transferências do tipo especial, que são enviadas direto ao município, podem não ter destinação específica e, portanto, é difícil acompanhar o gasto público. Cada parlamentar tem uma cota fixa para apresentar em emendas individuais impositivas -isto é, que o governo é obrigado a pagar.
Fonte: Notícias ao minuto