Athletico-PR x Fluminense reúne os adversários mais bem colocados na classificação, mas o técnico Fernando Diniz deixou escapar na coletiva, em um ato falho, que a equipe teria uma semana para se preparar para o jogo de volta da Libertadores, no Paraguai. Em seguida, se lembrou de que teria antes de enfrentar a equipe paranaense. O foco de cada equipe também estará à prova.
Infoesporte
Analisamos 98.439 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 3.997 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
+ Veja a classificação do Brasileirão
+ Não é só Sampaoli: Vojvoda, Dorival, Luxa e mais 15 técnicos não repetiram escalações em 2023
* Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100%
Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
+ Gabriel, do Flamengo, é o jogador mais ineficiente em finalizações do Brasileirão
Nos primeiros oito jogos sob o comando de Eduardo Coudet, o Internacional teve 2 V, 2 E, 4 D, 33%. Nos últimos sete jogos sob o comando de Mano Menezes, foram 4 V, 3 E, 1 D, 63%. As vitórias com Coudet foram pela Libertadores (o que é maravilhoso), mas pelo Brasileirão, o Internacional não vence há oito jogos (0 V, 4 E, 4 D, 17%). Nos últimos jogos pelo Brasileirão, o Flamengo teve 3 V, 4 E, 1 D, 54%.
No Brasileirão, a diferença entre os clubes está principalmente nas eficiências ofensivas: no agregado dos mandos, o Flamengo tem o ataque mais eficaz do Brasileirão, um gol a cada 7,5 tentativas, com média de 12,7 finalizações por partida, enquanto o Internacional tem a quarta pior eficiência, um gol a cada 13,7 tentativas com média de 11,6 conclusões por jogo.
O Flamengo marcou e sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Internacional fez e levou metade dos últimos dez pelo alto e metade por baixo, mas três dos últimos cinco gols sofridos pelo Internacional nasceram em jogadas aéreas, com potencial para o Flamengo marcar dessa forma.
Espião Estatístico
Favorito >> Corinthians
O Goiás já foi uma imensa dor de cabeça para o Corinthians: de 2006 a 2013, mesmo sendo visitante, o Goiás venceu três jogos e perdeu dois. Mas desde 2014, o Corinthians parece ter aprendido a lidar com esse adversário e venceu os cinco confrontos em casa marcando 13 gols e sofrendo três.
O Corinthians tem a sexta maior eficiência ofensiva mandante, com um gol a cada 8,7 tentativas e média de 14,1 conclusões por jogo, 12ª marca caseira. Para comparação, o Goiás é o terceiro visitante que mais permite finalizações de mandantes (17,2), um risco gigante contra um ataque tão eficaz, mas até aqui tem a nona resistência, um gol sofrido a cada 12,2 conclusões contrárias.
É um jogo com forte potencial para gol a partir de jogada aérea porque o Corinthians marcou assim seis dos últimos sete gols, e o Goiás marcou os últimos seis gols dessa forma, sempre sem contar pênaltis e faltas diretas. Dos últimos cinco gols o Corinthians levou três após bolas altas, e o Goiás levou assim quatro dos últimos sete.
Espião Estatístico
Favorito >> Bragantino
O Cuiabá é o segundo melhor visitante (5 V, 1 E, 4 D, 53%) com a quarta melhor defesa (dez gols sofridos, média 1,00). Não levou gol em três dos dez jogos. O Bragantino é o oitavo mandante (5 V, 4 E, 1 D, 63%). Não levou gol em seis dos dez jogos em casa (60%), segunda melhor marca defensiva. O Bragantino não perde em casa há 11 jogos e só perdeu um dos últimos 18.
Forte potencial para gol do Bragantino a partir de jogada aérea porque marcou assim sete dos últimos dez gols, e foi como o Cuiabá levou seis dos últimos dez gols, e três dos últimos cinco. O Cuiabá marcou seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras, e o Bragantino sofreu metade dos últimos dez por baixo e metade pelo alto.
Espião Estatístico
Favorito >> Botafogo
O Bahia joga recuado para partir no contra-ataque, a sétima equipe que mais fez finalizações assim (43) e a quarta com mais gols (seis), mas só dois desses gols foram marcados fora de casa, embora seja o quarto visitante que mais finalizou em contragolpes (18). O Botafogo também finaliza muito em contragolpes, ainda mais que o Bahia. O Botafogo é o quarto time que mais finalizou assim (44) e é o segundo com mais gols feitos dessa forma (sete). A ver como se comportarão.
Para o Bahia, é a bola rasteira que mexe com as emoções: marcou assim sete dos últimos dez gols e levou seis, o que lhe dá mais chances de marcar porque apesar de ser difícil de fazer gol no Botafogo, a equipe carioca sofreu assim nove dos últimos dez gols. O Botafogo marcou quatro dos últimos seis gols usando bolas altas, mas o Bahia levou só quatro de dez gols assim.
Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
A curiosidade é como a inauguração do novo estádio, a Arena MRV, afetará as emoções do Atlético-MG. Dá para entender por que escolheram inaugurar o estádio nesta rodada. Em casa, o Atlético-MG é muito dominante quando recebe o Santos: pela Série A, não perde desde 2017. Depois disso foram 4 V, 1 E, 0 D, 87%. O Santos é o segundo pior visitante deste Brasileirão (1 V, 1 E, 7 D, 15%).
Após nove jogos sem vencer com o técnico Felipão (0 V, 4 E, 5 D, 15%), nas últimas quatro partidas, o Atlético-MG reagiu, com 2 V, 1 E, 1 D, 58%. O Santos vem de uma vitória épica sobre o Grêmio, mas ainda busca essa reação. Felipão tem 13 jogos no cargo. Nos últimos 13 jogos, o Santos foi comandado por quatro técnicos: Odair Hellmann, Claudiomiro, Paulo Turra e Diego Aguirre.
O ataque vive momento aéreo, com quatro dos últimos sete gols marcados usando bolas altas, mas o Santos só sofreu assim dois dos últimos sete gols. É mais provável que o Atlético-MG entre em modo rasteiro, assim como o Santos, que fez seis dos últimos sete gols em jogadas rasteiras. Só que é pelo alto que se ameaça mais o Atlético-MG, que sofreu a partir de jogadas aéreas sete dos últimos dez gols.
Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
+ São Paulo não finaliza em um tempo pela primeira vez em 2023
Está desgastado pela viagem ao Equador, onde atuou na quinta-feira em Quito, a altitude de 2.850 metros. Ainda assim, o América-MG vem de derrota no mesmo dia, em casa, para o Fortaleza, com atletas se desentendendo no banco de reservas. O clima está pesado.
Em casa, o América-MG tem muitos problemas, o terceiro ataque caseiro menos eficiente, com um gol a cada 14,0 tentativas, e a defesa caseira menos resistente, um gol sofrido a cada 5,3 conclusões contrárias. O São Paulo tem baixa eficiência ofensiva fora de casa, a terceira pior, com um gol a cada 16,5 tentativas, mas a defesa é a sexta forasteira mais resistente, um gol sofrido a cada 13,8 conclusões contrárias.
O América-MG fez sete dos últimos dez gols (e cinco dos últimos sete) a partir de jogadas aéreas a partir de jogadas aéreas, mas o São Paulo controla bem seu espaço aéreo, com apenas três dos últimos dez gols sofridos dessa forma. É maior o potencial para o São Paulo fazer gol em troca de passes rasteiros porque fez assim oito dos últimos dez gols, e foi como o América-MG levou seis dos últimos dez gols.
* Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100%
Espião Estatístico
Favorito >> Palmeiras
+ Vai poupar? Problema com avião faz Palmeiras atrasar preparação para jogo com o Vasco
Além do desgaste de viajar e jogar na Colômbia pela Libertadores no meio de semana, o Palmeiras teve problemas com o voo. Bom para o Vasco, que teve semana livre para treinar, o que reduz o abismo entre as equipes.
No agregado dos mandos, o Palmeiras tem a terceira maior eficiência, com um gol a cada 8,4 tentativas, além de ter a segunda maior produtividade, com média de 14,8 finalizações por jogo. O melhor dos mundos, finaliza muito e com alta eficiência. O Vasco tem a pior eficiência do campeonato, com um gol a cada 16,1 tentativas, com a 14ª produtividade (12,7). Sem contar gols contra, o Palmeiras é o melhor ataque do Brasileirão, com 35 gols marcados, e o Vasco, o pior (15).
O Vasco tem potencial para surpreender em jogadas aéreas: marcou assim seis dos últimos dez gols (e quatro dos últimos sete), e foi como o Palmeiras sofreu seis dos últimos sete gols. O Palmeiras está em um momento mais rasteiro, com os últimos quatro gols marcados assim, e foi como o Vasco levou seis dos últimos sete gols.
Espião Estatístico
Favorito >> Athletico-PR
+ Vitor Roque pressiona lesionado Tiquinho para ser o mais eficiente em finalizações no Brasileirão
+ Fluminense x Olimpia tem maior renda de times brasileiros na Libertadores 2023; veja ranking
Após a vitória sobre o Olimpia por 2 a 1 pela Libertadores, o técnico Fernando Diniz acabou deixando escapar que terá "a semana toda para se preparar para o jogo de volta", evidenciando que, neste momento, o Brasileirão não é prioridade, ainda que tenha se corrigido. O foco está na Libertadores. Ainda assim, é o jogo que reúne os dois adversários mais bem colocados na classificação.
É um jogo para trocas de passes rasteiros porque foi como o Fluminense marcou e sofreu quatro dos últimos seis gols, e o Athletico-PR marcou cinco dos últimos seis gols. A equipe paranaense sofreu metade dos últimos seis gols pelo alto e metade por baixo.
Espião Estatístico
Favorito >> Fortaleza
Só o São Paulo (sete) teve mais pênaltis contra do que o Coritiba (cinco). Vai precisar de cuidados extras porque o Fortaleza já teve três a favor. Ainda mais porque o Fortaleza é time que mais finaliza em contra-ataques (48) e o sexto com mais gols (cinco).
O Fortaleza tem um potencial imenso: no agregado dos mandos, é o terceiro time que mais finaliza (14,5), mas tem a terceira pior eficiência, um gol a cada 13,8 tentativas. No último jogo em casa fez 25 finalizações e quatro gols, no Santos. Nos últimos seis jogos tem 4 V, 1 E, 1 D, 72%.
O Coritiba tem potencial para surpreender a partir de jogada aérea porque fez assim seis dos últimos dez gols (e cinco dos últimos oito), e foi dessa forma que o Fortaleza levou seis dos últimos sete gols. Um encaixe importante. O Coritiba sofreu após bolas altas cinco dos últimos sete gols, mas o Fortaleza só fez assim três dos últimos dez gols. Tem mais sucesso em jogadas rasteiras, com sete gols.
Espião Estatístico
Favorito >> Grêmio
A partida tem potencial para ser um jogaço. O Cruzeiro tem a segunda maior eficácia ofensiva visitante, um gol a cada 7,7 tentativas, e a terceira maior média de finalizações (12,8). O Grêmio é o mandante que mais permite finalizações de adversários (16,0), péssimo contra um adversário tão eficaz, com média de um gol sofrido por partida. No ataque, o Grêmio tem a terceira maior eficiência mandante (um gol a cada 8,1 tentativas), com a nona produtividade (15,4 finalizações por jogo). O Cruzeiro é o quarto visitante que menos sofre finalizações (12,7), com média de um gol sofrido por partida, a sétima resistência forasteira, com um gol sofrido a cada 12,7 conclusões contrárias.
Depois de sofrer dois gols do Santos na rodada passada em contra-ataques, o Grêmio deve estar mais atento a esses lances, ainda assim, será necessário ter cuidados especiais. O Cruzeiro é o segundo visitante que mais finalizou em contragolpes (22) e o que mais gols fez assim (três). É um especialista. Além de ser agora o quinto time que mais sofreu gols en contra-ataques no Brasileirão (seis), o Grêmio é o quarto que mais sofreu dessas finalizações (41). Já sofreu dois gols assim quando mandante (12ª marca).
O Cruzeiro tem sido mais vulnerável em jogadas aéreas, com sete dos últimos oito gols sofridos dessa forma, mas o Grêmio tem mais sucesso no jogo rasteiro, com cinco dos últimos oito gols marcados em trocas de passes. No ataque, o Cruzeiro fez metade dos últimos dez gols pelo alto e metade por baixo. O Grêmio levou oito dos últimos dez gols em jogadas rasteiras.
+ Santos, Vasco e Bahia aumentam chances de permanência na Série A; Coritiba e América-MG penam
+ Não é só Sampaoli: Vojvoda, Dorival, Luxa e mais 15 técnicos não repetiram escalações em 2023
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2023 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos oficiais, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 98.439 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.997 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Gabriel Leonan, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Victor Gama.