Falta de reciprocidade e sensação de estar sendo enrolado fizeram o clube carioca mudar a prioridade O Flamengo precisava escolher um caminho e, mesmo sabendo da dificuldade de cada passo, optou em dar prioridade a Jorge Jesus. A diretoria, no entanto, não sentiu reciprocidade na negociação, mudou o rumo e chegou ao destino final: Jorge Sampaoli.
Veja áudio vazado de Jorge Jesus
Conversando com Jesus desde o início da semana, o Flamengo reforçou o interesse após a derrota para o Maringá, pela Copa do Brasil, na quinta-feira. Mas não encontrou o que entendeu ser uma garantia de que a relação seria reatada.
Na mesa, estava a disponibilidade clara do Flamengo em pagar a multa ao Fenerbahçe. A Jorge Jesus foram dadas duas opções: o retorno imediato ou dentro de alguns dias, desde que um pré-contrato fosse firmado. O português, porém, descartou a vinda imediata.
Jorge Jesus e Sampaoli em duelo entre Fenerbahçe e Sevilla
Burak Akbulut/Getty Images
O Flamengo, por outro lado, descartou a espera por quase dois meses, mas se colocou à disposição para dar alguns dias para Jorge Jesus retornar. Mais uma vez, não recebeu a garantia que esperava.
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O último contato com o Mister foi feito na sexta-feira. No mesmo dia, no início da tarde, o próximo passo do Flamengo já estava traçado: intensificar as conversas com Jorge Sampaoli. Mesmo tendo Jesus como prioridade, o Fla, em paralelo, mantinha contato com o argentino e seus representantes.
Saiba as últimas notícias sobre o acordo entre Jorge Sampaoli e Flamengo
Neste sábado, depois de vitória do Fernebahçe sobre o Ankaragucu pelo Campeonato Turco, Jorge Jesus falou sobre seu futuro. O português confirmou que só vai decidir o próximo passo no último dia da temporada, como já havia dito em áudio vazado.
- Eu tomo a minha decisão sobre o meu futuro no último dia, quando a temporada terminar. Se o nosso presidente ficar, o cenário será outro, se não ficar, ano que vem não estarei aqui - disse após o apito final.
- É aquilo que penso. Estou aqui de corpo e alma, a focar nos interesses do Fenerbahçe. Tenho contrato. Tenho um carinho especial por esse presidente. Foi ele que me convenceu a vir para a Turquia. Se por qualquer motivo ele sair, não serei mais treinador do Fenerbahçe - completou.
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Sampaoli estava ciente desde o primeiro contato de que era o plano B. Aguardou o seu momento de negociar e, não à toa, o desfecho aconteceu rapidamente ainda na noite de sexta em reunião em hotel na Barra da Tijuca.
A distância de Jesus
O sentimento interno do Flamengo é que o português estava enrolando a negociação. A possibilidade de uma renovação com o Fener ainda existe e, sem a disponibilidade para assinar o pré-contrato, o clube carioca optou por não ficar na fila de espera.
À mesa foram colocados, claro, os títulos e a passagem gloriosa de Jorge Jesus, mas também dois episódios: a renovação em 2020 em que deixou o clube logo depois e a negociação em dezembro de 2021 em que escolheu permanecer no Benfica.
Rodolfo Landim e Jorge Jesus
Raphael De Angeli
Outro caso que ganhou repercussão interna foi o áudio vazado nos últimos dias. Um lado da diretoria entende que Jesus utilizou da divulgação a seu favor, de forma que o clube carioca saia culpado pela negociação não ter sido selada.
- Mas a verdade é que o Marcos Braz falou comigo sobre o Flamengo, se eu podia sair já. Eu disse que já não podia, tinha que me dar algum tempo. Até para eu falar aqui com o presidente. Falta um mês e meio para acabar o campeonato aqui na Turquia. Ele me disse que ia pôr um treinador interino, e eu disse: "Então, ok, vocês podiam esperar por mim". Ele disse que não podia esperar muito por mim mais que uma semana. E aqui, pronto, tudo bem - disse o português em uma parte do áudio (Confira o conteúdo completo).
Em resumo, o Flamengo entende que deu prioridade a Jesus, mas Jesus não deu prioridade ao Flamengo.
A decisão
A derrota para o Maringá com uma atuação longe do DNA rubro-negro, como é dito internamente, acelerou o processo para o clube tomar uma decisão. O nome de Jorge Jesus era, de fato, a prioridade entre todos os membros do departamento de futebol, que tinham a anuência do presidente Rodolfo Landim.
Havia consenso interno para, em caso de insucesso com Jesus, a escolha ser por Sampaoli. E assim foi feito.
Sampaoli "calmo" antes do início do jogo entre Sevilla e Bilbao
REUTERS
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