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Atlético-MG completa 115 anos, e Rubens Menin analisa presente e futuro: "É um ano decisivo"

Por Virtual Rondônia em 25/03/2023 às 04:47:22
Galo batalha em várias frentes dentro e fora de campo, com SAF, Liga e inauguração da arena É certo dizer que 24 horas é pouco para o Atlético-MG resolver situações e dar andamento aos processos tanto dentro quanto fora de campo. No relógio corrido, o clube chega neste sábado aos 115 anos de existência com discussão da SAF, cronograma a ser estabelecido para inauguração da Arena MRV, capitaneando a Liga Forte Futebol e ainda lidando com uma dívida bilionária.

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Assuntos para o empresário Rubens Menin, de 67 anos, o rosto (apesar do perfil discreto) que marca a nova guinada de gestão do Atlético, administrado atualmente pelo chamado órgão colegiado. Foram milhões emprestados pela família dele ao Galo, com a ideia de pavimentar um futuro vitorioso.

Se 2023 não é visto como um capítulo derradeiro dessa relação direta, com certeza será um divisor de águas na história do clube que nasceu da ideia de adolescentes em 25 de março de 1908, no Parque Municipal de Belo Horizonte.

Acho que este ano de 2023 será decisivo na história do Atlético, dar o passo final da SAF, entregar a Arena MRV e equacionar a parte financeira, que é desafio enorme, e ficou mais difícil com a subida dos juros

Menin acredita, assim como seus pares, que a única solução para o Atlético sobreviver no atual patamar e seguir concorrendo aos grandes títulos no Brasil é se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O clube ainda precisa chegar à proposta vinculante e apresentá-la ao Conselho.

Rubens Menin durante entrevista sobre o Atlético-MG

Globo

Leia a entrevista na íntegra:

Como o senhor avalia esse Atlético atual, completando 115 anos? E como enxerga o futuro do Atlético nos próximos anos?

- Olha, vou contar um negócio. Nós estamos ajudando o Atlético já tem um tempo, né? E com muito prazer, muita satisfação. Hoje (quarta) tivemos uma reunião às 7h30 com o pessoal da secretaria de obras da Arena MRV, que envolve os acessos do estádio, o poder público. Foi com o Estado e a Prefeitura de BH. A parte viária é muito complexa. Bom... Então, o Atlético tinha uma estrutura doente. Infelizmente, a verdade é essa. Não iria durar.

O senhor já havia detectado isso antes de entrar?

- Foi de dentro. Muita coisa amadora. Sei que é ruim falar assim. Mas era um consenso dentro do clube que precisava melhorar as coisas e virar um time competitivo. Muitos times com torcida enorme "acabaram". Outros que tinha torcida menor, cresceram. Veja: o Palmeiras passou a torcida do São Paulo.

São Paulo, antigamente, era um modelo de gestão.

- E a gestão do Palmeiras, hoje, é bem melhor que a do São Paulo. Passamos a visitar times de futebol no mundo todo. O que eu já visitei de clube... Eu, Rafael (Menin), Ricardo (Guimarães), Renato (Salvador) - integrantes do órgão colegiado. Os modelos de gestão. Começamos a pensar o Atlético de forma mais organizada, caso contrário, não iria sobreviver. Veja a dificuldade que o Cruzeiro está passando. A situação do Atlético é ainda complexa. Tentamos, reunimos forças para fazer aquilo acontecer. Uma série de etapas foram vencidas. Outras ainda estão no caminho. Veja só a Arena MRV, é uma senhora etapa. Eu estava conversando, por exemplo, sobre isso. A melhor arena do Brasil, em termos de gestão, é a do Palmeiras. Só que a receita não é só dele. Dá R$ 200 milhões de receita por ano, mas metade é do sócio (WT Torre). Se tudo der certo, a nossa arena será uma máquina de fazer dinheiro.

Bandeira Atlético-MG; Cidade do Galo; escudo

Pedro Souza / Atlético-MG

O senhor ainda projeta aqueles R$ 100 milhões por ano de receita do estádio?

- Eu sou mais otimista do que isso, tá? Tem algumas coisas muito bacanas que irão acontecer lá, mas eu ainda não posso falar para vocês.. Está tudo mais ou menos organizado para acontecer.

O senhor fala da parte financeira?

- Da parte financeira, mas também sobre a parte de eventos. Tem muita coisa legal para acontecer. Veja o Mineirão, poxa. Faz um show lá, são cinco dias montando palco, não pode jogar. Aí monta o palco, é menos gente na torcida. O Cruzeiro vai jogar no Espírito Santo. Não dá. Você vê os times da Europa. Aquele La Masia do Barcelona, é uma coisa de maluco. O CT completo lá, tudo junto. É coisa de doido. O Manchester City também. Tem o do Manchester United do lado, e o do City dá de 10 a 0, e o do United já era de ponta.

O Cristiano Ronaldo chegou a falar que, quando ele voltou ao United, viu o complexo esportivo sem nenhum avanço em relação à primeira passagem dele...

- Parou no tempo. Não dá para comparar com o da gente, com os do Brasil. Mas parou. O FC Porto, que é algo simples e pequeno...

O senhor sempre cita o FC Porto como exemplo de clube, por não ser na capital, mas está sempre disputando...

- É um exemplo de eficiência, de organização. A região metropolitada da cidade do Porto é pequena. O Benfica está um pouco na frente, mas a gestão do FC Porto é melhor. Então, começamos a trabalhar isso tudo. Estamos agora nessa queda de braço da Libra e do Forte Futebol. Pela primeira vez está ficando claro: o que o Flamengo ganhou mais de dinheiro, algo absurdo. Não se compara. A Premier League tem Fair Play (financeiro). E aqui vai melhorar, não sei quando.

Acredita que haverá esse aperto de mãos entre os dois blocos das ligas?

- Não sei. Pode ser que sim, mas não do jeito que estava sendo plantado.

O Atlético está liderando a LFF e já tem proposta, mesmo se forem os 26 membros. Há duas propostas.

"Sim. Mas assinar do jeito que está a Libra, é atestado de morte. Você vai ficar eternamente como um time pequeno".

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E porque o senhor acha que outros clubes foram em direção à Libra, mesmo sabendo que a disparidade tende a ser mantida?

- Estou impressionado com isso. O cara do Bahia deu uma declaração, que fiquei assustado. Qual o clube mais bem gerido do Brasil? O Athletico do Paraná. Para mim, é o mais bem gerido. Onde ele está nas ligas? Está na LFF. Você pega Grêmio e Internacional... Pega o Santos. O time do Santos, o Botafogo, é decreto de fim se ficarem na Libra. Bom, é muita coisa.

Estou empilhando assuntos, mas queria voltar ao Atlético e o momento do clube.

- Sim, montamos uma gestão, fizemos mudanças. O clube tem o CEO que é o Bruno (Muzzi), um cara de altíssimo nível. A situação do Atlético é difícil para burro, mas há planejamento financeiro. Tem lá uma dívida grande, houve aumento dos juros que ninguém esperava.

O senhor se refere à Selic, a taxa básica dos juros.

- Sim. Quando era 2% a Selic, uma dívida de R$ 1 bilhão gerava R$ 20 milhões. Quando passa para 15%... O maior problema que o Atlético está enfrentando, hoje, é esse. A gente costuma falar que o mundo é tranquilo, até aparecer o Cisne Negro. E o Cisne Negro apareceu para o Atlético, que é a Selic.

E como o Atlético sobrevive com esse Cisne Negro?

- Isso é uma novidade que teve. Tem uma porção de coisas. Mas, no final de tudo, será a SAF. Primeiro tivemos que modernizar. Contratamos a E&Y, que faz trabalho bacana. Temos uma gestão muito boa. Vem a Arena MRV. Agora, um projeto de melhorias do CT que será anunciado. A Cidade do Galo vai ser melhorada. A liga de futebol também. Mas acho que a SAF é a solução. Não há solução definitiva. Mas é a melhor solução para o Atlético neste momento. A lei da SAF foi fundamental para o futebol brasileiro.

O que pensa da Lei da SAF? Houve críticas do John Textor (Botafogo), me parece que falta amarrar alguns pontos, principalmente no que se refere à dívida da associação com a constituição da nova natureza jurídica.

- Pode ser que tenha alguma coisinha, principalmente na parte trabalhista. Não vejo grandes problemas, mas um ponto aqui e outro ali. Tem sido conversado. Olha, um clube, às vezes, a pessoa usava de forma errada, por interesses próprios. O que matou esses clubes foi incompetência, má gestão ou até mesmo má-fé. Pegue o histórico. O Vasco, por exemplo. O Eurico Miranda: fez a melhor fase do Vasco, mas acabou com o clube. Pagou um preço muito caro. Quer dizer, isso adianta? Se não fosse a SAF, o Vasco já tinha acabado. E perdeu muita torcida, perdeu demais. Não é aquela força. Antigamente, o Vasco era do porte do Palmeiras, do São Paulo. Agora, foi quem mais caiu de divisão, certo? O Flamengo teve gestão ruim. Quando melhorou, foi para frente. É muito forte, tem torcida enorme. Mas estava lá embaixo. A gente acredita em gestão. Falam que futebol é dos espertos. Não é, não. Não existe. No Atlético, as coisas são feitas tecnicamente. O futebol é tecnicamente. Não tem aquele negócio que tinha mais.

"Acho que este ano de 2023 será decisivo na história do Atlético, dar o passo final da SAF, entregar a Arena MRV, e equacionar a parte financeira, que é desafio enorme, e ficou mais difícil com a subida dos juros"

Esse 2023 seria, praticamente, uma reta final, ou até mesmo conclusão, das ações diretas da Família Menin na vida do Atlético, mediante essas etapas perto do desfecho?

- Não. Não vejo assim. Acho que não acabamos esse ano. Daremos um passo muito grande, mas esse trabalho vai mais longe. Tenho que fazer uma ressalva sobre o Sérgio Coelho. Você conhece bem o Sérgio? Ele tem características fundamentais: é um cara de ética inabalável. O Sérgio é fora de série. Conhece o trabalho de filantropia dele? É muito trabalhador. Ele trabalha para o Atlético, no mínimo, 12 horas por dia. Deixou a vida dele de lado. É uma decisão que ele quis, mas ele é fundamental para o Atlético. Isso é importante. Eu falo o seguinte: temos esse grupo. Hoje estávamos eu, Renato e Sérgio pela manhã. O Rafael e Ricardo de noite, o José Murilo também. Mas eu não tenho esse tempo que o Sérgio tem. Cada um ajuda no que pode. O projeto é de todos. Não é um projeto do Rubens Menin ou do Ricardo Guimarães. É um grupo que ajuda, tem outras pessoas fora que ajudam. Meu sonho é que o Sérgio fique mais, tenha mais mandato.

Rubens Menin, Sérgio Coelho e Ricardo Guimarães, gestores do Atlético-MG

Bruno Sousa/CAM

Ele está no último ano de mandato de presidente (trienal), e haverá eleições no fim de 2023. O senhor projeta que ele tentará a reeleição?

- Sim. Tomara que ele tenha essa força de querer ficar no cargo, e que o clube acredite nele, para ele ficar mais três anos.

O Atlético virando SAF, o Sérgio Coelho seria presidente do clube-associação. A figura do presidente não perde muita força com a SAF, não? Como o senhor enxerga?

- O trabalho que temos que fazer é que a gente não perca... Que essa SAF do Atlético seja um pouco diferente. Eu tenho limites para falar para você. Você já sabe... Mas que o Atlético não perca a identidade e a sua gestão com a SAF. Repare: o Ronaldo entrou no Cruzeiro, ele conhece futebol, tem experiência, colocou gente competente. Mas o futebol vira... Ano passado foi bom, tirou o Cruzeiro da segunda divisão. Agora, já está sofrendo.

O senhor sofreu com esse fenômeno? Até pegando o Ronaldo como exemplo. Em 2022, ele era o "patrão", o Cruzeiro venceu a Série B. Neste início de 2022, ele é o cara com "escorpião no bolso". Em 2021, o Atlético ganhou quase tudo, a torcida ficou em êxtase, o senhor era o "vovô Menin". Em 2022, a coisa não andou tão bem, aí já não tinha aquela lua de mel.

- Futebol é assim mesmo. Eu sou menos, porque estou menos à frente. Mas é o futebol. Não, um pouco sim, mas não muito. Isso não me incomodou. O que eu entendo que é correto? Se você construir e trilhar o caminho certo, sempre irá passar por esses altos e baixos. O Manchester United surfou alto, e hoje está por baixo. O que o Chelsea viveu com aquele cara (Abramovich)? Era um clube menor, de repente fez tof (imita um foguete subindo), e depois veio essa confusão toda. O que eu vejo é que eu não sei o que dará essas SAF's que foram feitas no Bahia, Botafogo, Vasco. Cada um terá componente diferente. A própria família que é dona do Manchester United está vendo o que vai fazer.

- Vejo o seguinte: queremos que o Atlético tenha... A marca é o Atlético, não é clube de dono, o Atlético é dono dele mesmo. E vamos fazer a coisa mais madura possível, encontrar a melhor solução, gestão de altíssimo nível, que o Atlético tenha blindagem para o futuro. Aí, teremos uma arena boa, com uma torcida boa. Naturalmente, vai crescendo. A torcida do Atlético está crescendo, a meninada torce para o Atlético. E se cria um fluxo positivo. Mas não é do dia para a noite. Não se constrói um time profissional de uma hora para outra. Se você der um cheque de R$ 500 milhões ao Cruzeiro, ele não faz um time.

Em que sentido? De, mesmo tendo a grana, você precisa convencer o jogador e o empresário que o projeto será vencedor?

- É difícil fazer um time, mesmo tendo o Ronaldo na frente do projeto, conhecendo futebol. Tem que ter um pouco de sorte também. Um negócio: nenhum técnico queria vir para o Atlético um tempo atrás. Tomava "não" de todos.

Isso antes do Sampaoli, em 2020...

- Exato. O Sampaoli sentou nessa mesa aqui (aponta para a cadeira ao fundo da mesa de reuniões da MRV). Fez a apresentação, mostrou o que conhecia do time. Ele é diferente. Sabia tudo, quem era bom, quem era ruim, quem não servia. Falou que tinha dois jogadores lá que eram "moleques", não iria trabalhar com eles.

O Sampaoli foi demitido do Sevilla recentemente. Qual a sua reação?

- Ah, o Sampaoli é muito doido, né? Mas ele foi muito importante ao Atlético naquela época. Ele trouxe muitos jogadores. E ele abriu as portas para os técnicos. O Coudet não viria para o Atlético antigamente. Hoje, não. O pessoal vem, isso mudou. Mas foi caminho longo. Veja a estrutura do Atlético, tem o dedo do Sampaoli lá. Mas tem um pouco de azar, também. A lesão do Arana, agora o Allan, o próprio Igor Rabello. Faz parte. Temos dois volantes, um vai lá e machuca, ficamos com um.

O Otávio está jogando bem, mas é uma posição sujeita a suspensão por cartões.

- Sim, está jogando muito bem. Mas dois volantes é muito pouco para o calendário brasileiro. Não pode, é muito pouco. É o limite do limite. O Coudet joga um pouco diferente, tem o esquema dele lá. Fizemos algumas chegadas no setor, como Edenilson, Patrick, Igor Gomes, mas são características diferentes. Foram boas contratações. Acredito que acertou. Esse zagueiro, por exemplo (Maurício Lemos). Ele (Coudet) disse que podia trazer, que o cara é bom. Até agora, está entregando, né?

O Lemos foi uma indicação direta do Coudet, então.

- Sim. E você tem o Rodrigo (Caetano, diretor de futebol), que é muito bom. Veja o Paulinho, baita contratação. E o Paulinho, no passado, não viria nunca para o Atlético. Hoje, vem. Com todo respeito, tá? Mas não iria para o Cruzeiro, mesmo o Ronaldo sendo uma marca gigante. É um trabalho longo.

Mas como o senhor vê o Atlético para as próximas gerações?

- É o seguinte: se o futebol no Brasil melhorar, o Atlético melhora. Passa por tudo. O futebol brasileiro, hoje, está ruim como um todo. O futebol brasileiro não tem time hoje para ser campeão mundial. Não está entre os melhores clubes do mundo. Mais uma vez, vejo que a SAF será importante. Estou com muito boa expectativa para o Campeonato Brasileiro deste ano.

Rubens Menin, um dos mecenas do Atlético-MG

Pedro Souza / Atlético-MG

Pelo aumento de clubes que são SAF's?

- Também. Mas você tem o Athletico-PR com gestão boa. Tem lá o Palmeiras que segue com ótimo time. Botafogo, Bahia, Vasco com investimentos. Não sei até qual nível esses investimentos irão entrar já. O Bragantino com gestão profissional. Aí tem o Atlético. Eu fico com uma grande satisfação de ver o América na atual fase que ele está.

É um adversário "chato" de enfrentar, com time organizado pelo Mancini, e na parte de gestão também. O que acaba sendo um fator refletindo no outro, não?

- O pessoal do América é muito competente. Até recebi uma mensagem hoje do Paulo Lasmar, pois um tempo atrás nós (MRV) patrocinamos o América.

O senhor foi colega de classe do Marcus Salum?

- Fui. Na Federal. Ele era goleiro de futebol de salão.

Dizem que foi um bom goleiro. O senhor jogava?

- Eu jogava, mas era ruim. O Salum era goleiro do Olímpico. O América é muito o Salum, um trabalho que não é fácil não. E o que ele faz ali, é muito bacana. Gosto dele, converso com ele de vez em quando. A gente era colega, mas não era da mesma turma de andar junto. Acho que conheci ele antes da faculdade. Somos da geração, não sei se era no Estadual (Central, escola pública de Minas Gerais, na região centro-sul). Lá tinha quadra de esportes muito boa.

Queria voltar no tema da SAF. Sei que algumas coisas não podem ser reveladas, mas vou perguntando. Em que pé está a conversa com o investidor?

- É público. Estamos estudando a SAF. Temos conversas em nível muito maduro e salutar com um investidor. Ele atende a expectativa do Atlético em todos os aspectos. Quando você entra numa negociação, às vezes você abre mão disso para ganhar naquilo. No caso do Atlético, é querer ter um certo domínio da coisa. Não posso falar muito além disso. A gente não quer fazer um negócio que perde o domínio da situação, como outros clubes fizeram.

O Atlético já informou alguns pontos, criou um "hotsite" só para explicar a SAF que o clube pretende se transformar. Um ponto que me gera dúvida é que o Atlético terá a gestão do futebol. Faz sentido um investidor aplicar milhões (ou bilhão) na compra de cotas e não ter a gestão do futebol? Como se desenha isso?

- Eu não vou falar isso (de ter a gestão do futebol) para você não. Vou falar de forma diferente. Senão... Existe algo chamado "NDA", que é non disclosure agreement ("acordo de não divulgação"). Se eu vazar, posso ter penalidades. Tenho que tomar cuidado, os compliance é muito duro. No momento que eu dou uma informação para você, e na força que vocês têm, eu vou poder atrapalhar o Atlético, e não quero fazer isso.

Mas a situação da "gestão do futebol", salvo engano, foi divulgada pelo Atlético no próprio hotsite.

- Vou com muito cuidado nesses pontos. A maior dificuldade de toda a composição da SAF do Atlético não é a parte financeira. É a parte de gestão.

Como será essa gestão?

- Pois é. Vamos com calma. Porque uma coisa é o cara chegar no Botafogo, falar "toma aí tanto dinheiro", se não fizer, está ferrado, e eu que vou mandar nisso tudo aqui. Você vai no mercado com outra concepção. E muita gente deixou de vir para o Atlético por conta disso. Queria ser o dono, mandar em tudo, e acabou.

O Grupo City queria fazer isso no Galo.

- Não vou falar nomes, não.

Mas foi.

- Talvez. O City está lá no Bahia, só ver. Não queríamos isso. É uma balança. Esse é o ponto mais importante para nós. Queremos ter uma SAF "puro sangue". Queremos pinçar os melhores aspectos de cada modelo. Veja um negócio. Vamos lá. Se você é um grande clube, um clube ganhador, você passa a ter valor. A gente quer que a SAF tenha valor pelo o que o clube passará a ser. Você pode fazer uma SAF só com intenção de exportar talentos...

Eu tenho várias dúvidas da SAF, sei que nem todas poderão ser respondidas.

- Mas repare bem. O que adianta você virar SAF para só montar 20 escolas de formação, e todos irão para Europa. E eu? Vou só formar jogador? Acho importante formar e vender, o futebol vive disso. Mas não só isso. Há quem só quer isso.

Para criar esses filtros e chegar no investidor...

- Aí é um trabalho profissional, com a participação de assessores, a E&Y, o BTG, a Azevedo Sette está fazendo toda essa parte dificílima que estatutária. É gente profissional.

Vocês já estão discutindo o acordo de acionistas?

- Estamos discutindo tudo. Toda a parte estatutária, vamos chamar assim, estamos discutindo. Não se vai para frente com isso. Se der certo, vai. Se não der certo, não vai.

Falando tecnicamente, há uma proposta não vinculante do Atlético com esse investidor. O próximo passo é a proposta vinculante?

- Tecnicamente, é isso. Temos a non binding-offer (proposta não vinculante). Agora é a "bindig". Mas as discussões estão correndo em um nível muito bom.

O senhor participa das reuniões? Quais as impressões da negociação e do próprio fundo de investimento interessado?

- Participo sim. Conheço (o investidor). Acho que existe um desejo. Estamos gastando um tempo danado aí, há muito tempo. Se estamos gastando, é porque as duas partes estão indo bem. Caso contrário...

Arena MRV - estádio do Atlético-MG, entrará ou não na SAF?

Divulgação

Esse interessado é um fundo de investimento que é liderado...

- Não, aí para por aí. Não posso falar, é o non disclosure agreement. Não posso. Você já deve saber, mas não posso falar nada.

A gente sabe que é o Peter Grieve, só não sabemos qual o papel dele, se é o CEO de um fundo que compõe vários outros fundos, se ele é apenas um representante do interessado.

- Sinto muito. Não vou nem mencionar nenhum nome aqui.

Tudo bem. Mas outra pergunta: nas outras SAF's.... A do Cruzeiro é um aporte de R$ 50 milhões, e o restante para dar os R$ 400 milhões seria de receitas que a própria SAF teria.

- Não sei quanto ele colocou.

O senhor pode falar do modelo do Galo? Qual é o fluxo? É um dinheiro que já está no bolso do investidor? Ou são recursos que o fundo irá captar no mercado?

- O Atlético só fará o negócio se vier uma boa quantia de dinheiro. Se não, não resolve.

Seria uma aplicação de dinheiro para reduzir bem essa dívida?

- Temos que dar um jeito nessa dívida. Tem que atacar. A dívida é uma ferrugem que vai corroendo. É outra condição que temos. O Atlético tem uma série de condições, e há outras condições do lado dele. A gente precisa de dinheiro, de gestão. Isso tem uma tecnicidade muito boa para ser feito.

O fato da Selic ter disparado e está mantida lá nos 13%, algo que o senhor alertou no começo da entrevista, é algo que assusta o interessado na SAF? "Perai, o Atlético devia R$ 1 bilhão e agora é R$ 1,5 bilhão"

- Não vou confirmar nem desmentir esse número aí. Evidentemente, o mundo mudou em rapidez maluca. Quantas empresas já quebraram? Isso muda sim as coisas. Mudou o cenário do Atlético. Uma coisa é pagar 2% de juros ao ano. Agora, pagando 15% é outra coisa. Foi muito ruim para nós. Foi o que pior de aconteceu nas mudanças no mundo. Isso sangrou muito o clube.

O Ricardo Guimarães disse no Independência, no sábado passado, que a previsão da SAF era de o conselho deliberativo ser convocado para discussão formal em maio. O cenário é esse?

- Se eu não estou enganado. Veja bem, posso estar enganado. Mas terá uma reunião do Conselho agora em abril (dia 3) para discussão da Liga. E a próxima reunião que o Ricardo convocaria, se tudo der certo, seria para a SAF.

Pelo estatuto, o Conselho do Atlético precisa votar o balanço financeiro ainda em abril. Então, imagino que haverá duas reuniões (Liga e Balanço) antes da SAF.

- Mas, previamente, tem que acertar algumas coisas, acabar as negociações da SAF para levar ao Conselho. A expectativa seria essa. Tem que levar tudo ao Conselho, de forma muito transparente. É uma decisão tão relevante, que o Conselho tem que estar super... E acho que está. Temos conversado muito com os conselheiros. Há uma harmonia interna, sem problemas. O que é importante.

Rubens Menin na eleição da nova diretoria do Conselho do Atlético-MG

João Viegas / Atlético-MG

Mas como o senhor leu aquela questão do Alexandre Kalil? Houve as acusações de que o Conselho foi formado de maneira irregular na Assembleia de agosto, depois o Kalil entrou com notícia-crime no MPMG. Isso não racha, ou ao menos balança o clime do conselho?

- Acho que passou, né? Acho que sim.

Se o Conselho for convocado para discutir a SAF hoje, o senhor não imagina que poderia haver alguma manifestação do Kalil ou de seus aliados no Conselho afirmando que qualquer decisão do órgão estaria nula?

- Não... Aqui já foi resolvido. Quer dizer, mesmo com aquela oposição forte, mais com o Kalil, foi aprovado por unanimidade a revogação (da decisão de dar o nome de "Elias Kalil" à Arena MRV). O Atlético está em harmonia hoje. Não tem nada que me preocupa. Ao menos hoje. Hoje, não.

Eu tenho a sensação que é algo que pode ainda voltar. Foi algo pessoal que desembocou nessas polêmicas...

- Eu acho que, se tem um negócio que está errado, e eu falei naquela reunião. Não podemos levar nossas questões pessoais para dentro do Atlético. Essas coisas se resolvem na rua. Então eu tenho um problema com você e vou atrapalhar o Atlético? Aí, não. Resolvam fora do Atlético.

O senhor é visto como uma figura apaziguadora...

- Eu tenho meus problemas, você tem os seus, a Simone (Maia, gestora de comunicação da MRV&CO) tem os dela. Mas levar para dentro do Atlético isso? Nem pensar. O conselheiro do Atlético tem que querer o bem do Atlético. Caso contrário, não deveria ser. Os interesses pessoais não podem estar acima dos interesses do Atlético. Acho que é isso que está acontecendo lá. O que vejo e interajo com os conselheiros é que as pessoas estão conscientes das dificuldades que o Atlético passa. Tivemos coisas boas. Acho que existe união grande no Atlético.

Mas até emitindo uma opinião ali. A nomeação de Elias Kalil para nome do estádio não estava na pauta da reunião de 2017. Mas toda essa discussão não é algo menor em relação à importância do estádio.

- Sobre isso, prefiro até me abster. Mas não foi um processo transparente (a escolha de 2017).

O conselho do Atlético criou uma comissão para levantar possíveis homenageados no nome oficial da Arena MRV.

- Nem sei como está isso. Única coisa que pedi foi para não colocar meu nome. Eu não quero isso. Minha satisfação é de o Atlético ter o seu estádio. Ter o meu nome lá não me daria satisfação nenhuma.

Eu conversei com o Rafael Menin sobre os mútuos que a família Menin fez ao Atlético. Ele disse o valor que agora foge da minha memória (são R$ 250 milhões, após consulta à entrevista neste link). Queria que o senhor falasse disso.

- Não vou falar, não. Prefiro. Mas o dinheiro que colocamos no Atlético não tem correção. Só isso. O que facilita a vida do clube. Se tivesse correção, aí sim seria um problema grande.

Mas a dívida onerosa do Atlético, então, que não entra os empréstimos da sua família, e é o grande calcanhar de Aquiles. São R$ 600 milhões?

- Se eu te falar que não, você acredita?

Rubens Menin durante entrevista sobre o Atlético-MG

Globo

No último balanço divulgado, do fim de 2021, eram 38% da dívida global. Ou seja, R$ 558 milhões. Mas, claro, são informações desatualizadas.

- Não sei te responder. Eu acho que seria menor. Não tenho certeza. Difícil falar. Mas acho que é menos. Dívida onerosa é a que paga juros.

Tem os empréstimos bancários, que aumentaram bastante. As dívidas com empresários de futebol, como o André Cury. Como o Atlético sobrevive hoje? Os R's deixaram de fazer novos mútuos? Ou ainda colocam?

- De vez em quando, um pouquinho. De vez em quando, uma ajudinha pequena.

Uma "ajudinha pequena" seria pagar salário de jogador?

- Não...

Como o Atlético fez os pagamentos dos atrasados do elenco?

- Não sei. Oh Fred, vamos parar com isso...

Tudo bem, mas tenho que perguntar. Vamos lá: o Atlético vendeu o Diamond Mall, operação importante. São R$ 68 milhões já pagos dos R$ 170 milhões. Desses R$ 68 milhões, das informações que temos, parte "evaporou". Nem esquentou os cofres do Galo e já foram usados para abater dívidas.

- O Atlético tem uma dívida que precisa ser equacionada. Dívidas com empresários (da bola). André Cury, outros mais. As dívidas bancárias. O problema do futebol é o seguinte: o gasto é constante, mas a receita não é. O primeiro trimestre é horroroso. O Estadual dá muito pouco dinheiro, não tem nem premiação, para você ter noção. E o dinheiro (da cota de TV) é pequeno. A gente entrou na fase de grupos da Libertadores. Teremos as premiações e as rendas.

Na pré-Libertadores foi 1,1 milhão de dólares, mais uns R$ 3 milhões de renda líquida no Mineirão.

- Agora são US$ 3 milhões de prêmio na fase de grupos. Ainda tem o prêmio de vitória, mais a renda.

Se pegar esse valor que o Atlético garantiu de premiação na Libertadores, são R$ 21 milhões. Não daria só um mês de folha salarial, não?

- Não é, não. Olha, há outras rendas. Vamos supor que você ganhe três jogos na fase de grupos. Prognóstico bem razoável. É quase US$ 1 milhão (nota: cada vitória vale US$ 300 mil). Mais a renda, vai dar uns R$ 30 milhões. Isso complementa nossa receita para dois meses (de gastos). Uma conta mais simplificada que estou fazendo. Agora, as bilheterias estão fracas, é caro jogar no Mineirão.

Há novidades sobre os 24,95% restantes do Diamond Mall? O Galo recebeu uma proposta de outro fundo de investimento, na casa dos R$ 165 milhões.

- Está à venda, com boa chance de concretizar. Já temos o interessado. A Multiplan já avisou, não irá comprar. Já temos negociações em andamento para resolver isso. Infelizmente, o shopping dá pouco de receita.

R$ 10 milhões por ano?

- Um pouco menos. Acho que era R$ 8 milhões. Não sei...

Outra dúvida. O Atlético, na SAF, terá um abatimento da dívida de maneira instantânea, e importante. Não seria possível fazer o movimento da SAF, ajustar o endividamento do Galo, e não abrir mão do Diamond Mall?

- No momento agora, não tinha jeito. O grande problema é que a venda do Diamond era para ter sido efetivada ano passado. Aí deu aquele problema lá (nota: a Multiplan compraria 49,9% por R$ 340 milhões, mas refez a oferta com redução pela metade). Esse dinheiro só começou a entrar no Galo agora, com os juros altos. Prejudicou demais a gente.

Desculpe insistir no assunto. Chegou a virada do ano (2 de janeiro), e a a Multiplan avisou ao mercado que havia desistido da primeira oferta...

- Quando você faz a valuation do clube na discussão da SAF, você tem que entrar com o Diamond. O Cruzeiro foi vendido por R$ 40 milhões, sei lá quanto... Se você avaliar o Atlético, era importante essa venda do Diamond Mall para dar um colorido melhor na valorização do clube.

Seria assim? Eu tenho um clube com dívida X reais, mas meu patrimônio vi virar Y reais. Esse patrimônio tem liquidez, com Y cortando X de tal forma.

- A gente garante que virou. Se o Conselho não deixasse, se não tivesse liquidez. Eu tenho 1 km² no deserto do Saara. Mas quanto vale? O investidor não sabe.

E quanto o senhor imagina que saltaria a valuation da SAF do Atlético, se a Arena MRV e a Cidade do Galo entrarem no negócio no modelo de repasse da propriedade?

- Vejo o seguinte. Ainda não sabemos. Mas o Atlético vale bem com a Cidade do Galo e com a arena. Não vou poder.

Sede do Atlético-MG

Fred Ribeiro

O estádio tem um valor de R$ 1 bi.

- É.... Não posso falar isso com você. Não posso falar. Vou entrar em um campo minado.

Para já encerrar, o que o senhor está achando do time do Coudet, este começo de temporada?

- Olha, no ano passado, eu estava animado com o time, e não entregou o que imaginamos. Este ano estou mais animado. O time tem algumas vulnerabilidades. Mas acho que está acertando o time. A nossa dupla lá na frente é uma baita dupla. O sistema do Coudet é diferente. Mas você se lembra como ele armou o Internacional lá, né? O Internacional tinha tudo para ser campeão, e era líder quando ele largou. Foi o campeonato mais perdido que já vi (Brasileiro de 2020).

Curiosamente, depois que o Coudet saiu, e o Caetano estava lá, sabe disso melhor do que ninguém, o Inter emplacou nove vitórias seguidas com o Abel Braga, que foi recorde da história dos pontos corridos. Um recorde que o Galo igualou em 2021. E o Inter não bateu campeão.

- Mas o time do Atlético é muito forte, se você pega do meio de campo para frente. Eu acredito muito no Pavón. Torci muito para ele naquele segundo tempo contra o Athletic. Ainda vai melhorar o ritmo. Faz o corredor ali. É um jogador mais completo do que o Ademir, sendo franco. Mas não acertou ainda. o Vargas é bom. Seria bom o Pedrinho continuar, ajuda muito, tem boas características.

Mas não existe uma dualidade? O Atlético precisa reduzir a folha salarial e vai vender jogadores como Ademir e Sasha. Mas, ao mesmo tempo, isso impacta no número de opções no banco de reservas.

- Tem que baixar. Temos um planejamento financeiro que tem que baixar em um determinado valor. Isso já está definido. Tem que baixar mesmo. Caso contrário, faltará dinheiro, e não podemos fazer bobagem.

O senhor pode falar quantos % é a meta do Atlético na redução da folha?

- Não... Está na mão. Digo que está na mão.

O que significa "está na mão"?

- Vai ser feito. Está definido como, onde e quando. Está definido, o Rodrigo (Caetano) é um cara consciente, sabe precisa ser feito. Ele é um cara muito bom. Há um planejamento que será feito. O Rodrigo é muito bom, chato! Mas se não for chato, não funciona. Ele tem que defender o negócio, é uma barreira entre o elenco e o mundo externo. Precisamos disso. E ele sabe fazer.

Mas ele não fica, às vezes, nesse fogo cruzado? Explico: ele tem que falar para o Coudet que o Atlético vai perder peças, ainda que sejam jogadores que o técnico não usa muito. Ao mesmo tempo em que há cobrança para contratações, para se ter um time que lute em várias frentes.

- Está tudo organizado. Quando o Coudet chegou, foi tudo colocado às claras. Ele sabe de tudo. Ele disse que queria isso, iria abrir mão daquilo. Foi tudo acertado.

Eduardo Coudet tem, hoje, 20 jogadores aptos de linha no elenco

Pedro Souza/CAM

Eu imagino também que eles estão (departamento de futebol) esperando a resolução da SAF para o Atlético ampliar sua capacidade de investimentos em jogadores. Mas é um prazo indeterminado...

- A SAF é para o ano que vem. A SAF não muda nada esse ano.

Não? Mas o orçamento de 2023 não foi feito baseado já na criação da SAF?

- Foi sim. Foi feito baseado na SAF, mas não em termos de investimento. Foi em termos de amortizações. A SAF... se houver investimento este ano, será coisa pouca. E a nossa janela maior vai fechar agora (4 de abril). A SAF seria para 2024, certo?

Finalizo perguntando se não é uma rotina desgastante, se houve momentos de muito desgaste, pois o futebol é uma indústria totalmente singular, bem diferente dos seus outros negócios. Você pode fazer tudo certo e a bola bater na trave.

- Vou ser franco. Eu gasto menos tempo do que a maioria das pessoas do nosso grupo no Atlético. Rafael, Ricardo, Renato, Sérgio... Todos gastam mais tempo do que eu. Eu seria injusto se não falasse isso.

Se fosse banco de horas, o senhor era o lanterna, então...

- Sim (risos). Eles gastam mais, estão lá em cima.

E o que incentiva o senhor e os 4 R's a seguir trabalhando no Atlético? Porque o futebol é um local de muita visibilidade, para o bem e para o mal.

- É complicado mesmo, envolve paixão. Mas é muito bacana ver o que está sendo feito. Depois que o Atlético ganhou aquele título depois de 50 anos, estávamos na Bahia. Foi um momento histórico, pela forma que aconteceu também. Você perdendo de 2 a 0, sei lá em quanto tempo fizemos três gols. É isso que faz valer a pena. A gente não imaginava ganhar nada aquele ano. Sinceramente, foi lucro.

Rubens Menin é entrevistado por Reinaldo na festa do título do Brasileiro

Pedro Souza/Atlético-MG

Mas aquele 2021 não foi algo muito fora da curva? E pode ter criado um sabor, não sei.. No campo de criar uma expectativa futura que não condiz com a realidade? Não querendo colocar um aspecto negativo em títulos super importantes....

- Acho que era necessário a gente fazer esse time competitivo. Que entra para disputar títulos. Temos esse planejamento bacana de estar sempre ali. Veja o Athletico-PR: está sempre bicando alguma coisa, né? É campeão, depois vice aqui e ali. Sempre chega. O Atlético vai entrar. Pode não ganhar nenhum título esse ano, mas seremos competitivos. Pode até perder o Mineiro para o América. Mas o plano é disputar tudo.

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Fonte: Ge

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