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Esporte

Como o basquete serve de inspiração para Mikel Arteta no Arsenal


Treinador implementa conceitos emprestados do basquete no futebol da equipe londrina, que sonha com o título inglês Com 63 pontos em 20 jogos, o Arsenal chama a atenção pelo caminhão de gols e as comemorações de seu jovem elenco na liderança do Campeonato Inglês.

Uma delas foi curiosa: após um gol o arquirrival Tottenham, o meia Odegaard chamou Sako e deu tapinhas no ar, simulando uma cesta de basquete.

Odegaard e Saka homenageiam o basquete numa das comemorações de gol do Arsenal

Reprodução

Não foi uma mera homenagem à NBA. Ou a algum jogador. O basquete é uma das influências de Mikel Arteta na arquitetura do time que surpreende pelo futebol jogado, o que foi inclusive falado pelo jovem meia norueguês após o duelo contra os Spurs:

Para explicar a comemoração do basquete, é algo que falamos muito nos treinos. Nós temos alguns princípios no time, na forma como trabalhamos, e tem uma coisa que é muito parecida com o basquete. Nós fazemos isso sempre juntos, e é parte no nosso jogo, então decidimos levar isso como a celebração do nosso gol

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A lógica dos esportes de invasão

Basquete e futebol são categorizados como esportes de invasão. Nessa modalidade, um time precisa, obrigatoriamente, conduzir um objeto (a bola) e invadir o território do oponente para marcar pontos – que são gols ou cestas.

Só que não basta apenas invadir. Para vencer, é preciso os pontos da oposição baixos, a zero. Ou seja: é preciso evitar que o outro lado chegue até o gol. Ao invés de ser medido pela qualidade técnica dos jogadores, futebol nada mais é do que um jogo de ocupação de espaço: vence quem melhor “invadir” os terrenos do jogo.

Arteta chega ao Emirates para Arsenal x Newcastle

Arsenal

Mas por quanto tempo? Aí mora o “x da questão”. No futebol, não há limite de tempo para um time ficar trocando passes. Já no basquete, existe o limite de 24 segundos de controle de bola, sendo que apenas 8 deles podem ser executados no campo de defesa.

Isso faz com que o basquete não seja muito, mas muito dinâmico: é ataque contra defesa o tempo todo! Em termos táticos, o basquete é um esporte onde se ocupa espaço sempre em transições: o tempo entre um time invadir o terreno e depois voltar para proteger.

A regra dos 24 segundos no Arsenal

Como é baseado em transições, o basquete aprimorou táticas para fazer desse momento cada vez mais importante. Nos anos 1990, o Golden State Warriors fez fama com o “Run TMC”, num ritmo onde todos os jogadores participavam dessas transições.

Nos Jogos Olímpicos de Londres, o time americano, sob o comando de Mike Krzywewski, o Coach K, instaurou uma regra: toda bola roubada deve sempre chegar no ataque. Qualquer roubada de bola é uma invasão. Não importa se o time tem menos jogadores ou não está numa posição vantajosa: roubou a bola? Então termina na cesta!

Mike Krzyzewski, o Coach K,

Reprodução

O Arsenal joga no mesmo ritmo daquela equipe, Ouro em Londres-2012. Toda bola roubada, seja no ataque, no meio ou até no campo rival, termina no gol adversário.

Para isso acontecer, o treinador estabelece que o Arsenal precisa sempre ter em mente os quatro princípios das transições de basquete quando rouba a bola:

Disciplina: sempre, em qualquer caso, tocar a bola para a frente

Organização: sempre correr para frente e procurar invadir o terreno quando o time ganha a posse

Preparação: voltar para a defesa se o rival consegue interceptar

Gols que poderiam ser cestas

As “transições de basquete” rendem ao Arsenal inúmeros gols na temporada. Um deles foi no jogão com o Liverpool. Um 3 a 2 de tirar o fôlego.

No lance, o Liverpool lança a bola até seu ataque, a defesa gunner intercepta e a bola cai no zagueiro Bem White – aquele que pediu dispensa da seleção inglesa na Copa. Esse é o exato momento.Você pode ver que White vira o corpo e os jogadores do Arsenal começam a correr para frente. A regra é a mesma do basquete: invadir o terreno alheio.

Arsenal rouba a bola: é hora de invadir o terreno alheio

Reprodução

A jogada cai em Saka, que toca para Odegaard, e em menos de cinco segundos, o Arsenal chega com seis jogadores de frente ao gol do adversário. Contra-atacar com velocidade não é regra, mas perceba que White – um zagueirão pesado de 1,89m – executou a regra independentemente de sua posição.

Arsenal invade o território: parece basquete

Reprodução

Tudo isso só aconteceu porque o Arsenal se organiza para invadir o terreno alheio a partir de suas transições. Os jogadores correm para frente com uma missão: chegar na área e botar a bola na rede, como se fosse uma cesta. Tudo num tempo menor que o rival.

O gol contra o Tottenham da famosa comemoração veio da mesmíssima forma. A bola é recuperada na defesa e meio time do Arsenal se preocupa em invadir a certa alheia.

Odegaard comemora um dos gols fazendo cestas

Reprodução

A busca por conceitos de outros esportes não é fruto meramente de Arteta. Como bom discípulo de Pep Guardiola, ele aprendeu em seus anos como auxiliar a buscar novas lógicas de ocupar espaço em campo no handebol, no basquete e até no golf, passatempo favorito de Pep.

Se depender da campanha na Premier League, o aprendiz superou o mestre. E transforma o gol em verdadeiras certas no futebol extasiante do time londrino em seu sonho de reconquistar o país bretão.

Ge

Globoesporte.com

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