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Pedro e Gabigol podem jogar juntos no Flamengo? Entenda as diferenças táticas entre os dois


Dilema se podem jogar juntos ou não no Flamengo tem origem na diferença na forma que cada um ocupa espaço em campo Pedro ou Gabigol, quem deve ser o centroavante do Flamengo? Os dois podem jogar juntos no ataque? Qual é o melhor esquema tático para encaixá-los? São perguntas não saem da cabeça do torcedor e dos treinadores que passaram pelo clube desde o começo de 2020.

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Com lugar cativo no time, Gabriel é titular incontestável do Flamengo. Já Pedro vive o status de reserva, e apesar de ter começado bem no ano, caiu de rendimento. Nos últimos dois jogos, fez dois gols e virou assunto ao ser questionado sobre os rumos de sua carreira após a vitória contra o Altos, do Piauí.

As pessoas querem ditar o que eu devo fazer ou não. A carreira é minha, quem manda sou eu. Claro que jogar poucos minutos não é o que eu gosto, não é o que eu quero, mas o Paulo Sousa tem conversado comigo para ditar o que eu devo fazer em campo.

Diante do dilema, muita gente defende a tese de que Pedro e Gabigol se complementam e podem, sim, jogar juntos. Só que isso não aconteceu com nenhum treinador que passou pelo Flamengo após Jorge Jesus. E a resposta está nas diferenças táticas entre os dois e na forma como eles lidam com a defesa do adversário.

Pedro e Gabigol

Reprodução

Primeiro, vamos entender como o Flamengo ataca com Paulo Sousa

Com Paulo Sousa, o Flamengo joga num 4-4-2. Quando tem a bola, alguns movimentos são característicos: o lateral direito e o ponta esquerdo abrem bem o campo, Filipe Luís desce até a linha de zagueiros e o ataque joga com três jogadores circulando, se movimentando e procurando espaço entre a linha de defesa e a linha de meio-campo do adversário. A chamada entrelinha. É por lá que Pedro e Gabigol jogam.

Gabigol: movimentação e criação de espaços para o time

Gabigol tem como uma das principais características a movimentação. Ele não fica parado nesse espaço entrelinha. Sai da área, busca o lado, troca de posição, busca a bola e cria espaço para quem vem de trás jogar ou receber mais à frente. É o que aconteece no exemplo: ele recua, busca a bola e dois jogadores atacam o espaço deixado por ele. Esse movimento de "atacar espaços" é um dos princípios mais claros com Paulo Sousa.

Gabigol cria espaços para o time quando se movimenta entre as linhas

Reprodução

Outra qualidade de Gabigol é a inteligência para aproveitar os espaços que ele mesmo cria. Gabigol tem muita facilidade em se postar na área. Ele busca setores longe dos zagueiros, lugares descobertos dentro da área, o que facilita o cruzamento dos companheiros. Esses desmarques tornam ele difícil de ser marcado e extremamente goleador, apesar de não ter altura, nem porte físico, para ser um centroavante.

Gabigol se posiciona em lugares descobertos, o que o torna goleador

Reprodução

Pedro: pivô e finalização perto dos zagueiros

Pedro é um centroavante mais fixo, com muita técnica e mobilidade. Mas ele tem características diferentes de Gabigol. Quando sai da área, sai sempre de costas. Gosta de prender as defesas, empurrar para trás e escorar de costas para alguém chegar: o famoso pivô. É um jeito diferente de lidar com a defesa de Gabigol. Como atuaria dentro daqueles 3 jogadores nas entrelinhas, Pedro precisaria de um ajuste muito grande com os companheiros, que poderiam aproveitar esse pivô.

Pedro prende e empurra a defesa para trás

Reprodução

Além disso, a forma como ele se coloca na área é diferente. Ele não procura os lugares descobertos como Gabigol. Ele gosta de contato, gosta de receber bolas de frente para superar o zagueiro e finalizar. O gol contra o Talleres foi assim. Dessa forma, ele cria menos espaço para o time e exige uma capacidade maior dos meias, que precisam abastecê-lo.

Gol de Pedro contra o Talleres

Reprodução

Mas afinal, dá para jogarem juntos?

A resposta, curta e grossa, é só uma: até dá. Mas não é simples.

Com Pedro no ataque, Gabigol teria que jogar mais longe da área e teria menos espaço para se movimentar na entrelinha, que você leu acima. Ele ficaria mais preso a um lado, normalmente o direito. Também teria que jogar mais de frente, como um meia que toca para frente, e não como o atacante que toca de costas, vira, toca e depois corre.

Central do ge fala sobre Pedro, atacante do Flamengo

Por criar muito espaço para os companheiros, Gabigol ajuda o Fla a atacar melhor. Pedro ajudaria o Fla a finalizar melhor. Mas Gabigol une as duas coisas: ajuda a criar espaço e finaliza - a média de gols é sempre alta, sem contar em gols decisivos e em raras atuações muito abaixo da média.

Os dois juntos significaria sacrificar o que Gabigol tem de melhor (a movimentação) em prol de um esforço maior dos meias. E aí mora outro problema: quem sai? Não dá para pensar num Flamengo sem Arrascaeta e Bruno Henrique. Éverton melhora a cada jogo na mesma posição de 2019. Outro ponto importante é a defesa. Rogério Ceni alertava que o time perdia fôlego e marcação com Pedro e Gabigol juntos.

Nenhum técnico conseguiu, de fato, um Flamengo com Pedro e Gabigol no Flamengo. Mas e você, se fosse treinador do Fla, como faria? Deixe sua opinião nos comentários.

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Ge

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