Mbappé, Djorkaeff e Ribéry defendem o campeão mundial de 1998 após entrevista polêmica do dirigente; Real Madrid também se manifesta Um dia após dar uma entrevista esnobando o campeão mundial de 1998 Zinedine Zidane como possível candidato a dirigir a seleção da França, o presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), Noël Le Graët, pediu desculpas ao ídolo dos Bleus pelo que chamou de "comentários desajeitados".
Noel Le Graet, presidente da Federação Francesa de Futebol
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Entrevistado pela rádio "RMC Sport" sobre a renovação de contrato do técnico Didier Deschamps na seleção, Le Graët disparou contra Zidane, dizendo que "sequer teria falado com ele ao telefone" se houvesse alguma tentativa de contato. O dirigente também afirmou que uma possível ida de Zidane para a seleção brasileira "não era da sua conta", porque o ex-jogador "faz o que quiser" da sua carreira.
As palavras de Le Graët tiveram reação imediata entre outros ídolos do futebol francês, políticos do país e até mesmo do Real Madrid, clube que teve Zidane como treinador em duas passagens. Alguns críticos chegaram a pedir a saída de Le Graët da presidência da FFF.
O primeiro a se manifestar nas redes sociais, já no domingo, foi o campeão mundial de 2018 e artilheiro da Copa de 2022 Kylian Mbappé, que pediu respeito a Zidane: "É uma lenda".
Campeão com Zizou na Copa de 1998, o ex-meia Youri Djorkaeff também usou as redes sociais para defender o ex-colega de seleção, deixando clara sua insatisfação com a entrevista do dirigente de 81 anos: "Mal colocado, estamos falando de um campeão mundial", escreveu Djorkaeff.
Outros ex-jogadores da seleção, Frank Ribéry e Djibril Cissé se juntaram aos críticos. "Fora", escreveu Cissé nas redes sociais, pedindo a demissão do dirigente. "Sr. Le Graët, um pouco de respeito por Zidane. Onde você pensa que está?", criticou Cissé.
Zinedine Zidane, ex-técnico do Real Madrid
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Em nota oficial, o Real Madrid disse que as palavras de Le Graët são "desrespeitosas com uma das figuras mais admiradas pelos fãs do futebol no mundo inteiro", exigindo uma "retificação imediata" por parte do dirigente francês. O Real também aproveitou para criticar o presidente da FFF pela maneira como costuma se referir ao atacante Karim Benzema, camisa 9 do clube espanhol.
Ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra chamou as palavras de Le Graët de "vergonhosa falta de respeito, nos magoa a todos", classificando Zidane de "lenda do futebol".
A deputada Aurore Bergé foi além e pediu a saída de Le Graët do cargo.
- Zidane é mais importante para o futebol, a França e os franceses que Noël Le Graët jamais será. Seu lugar na presidência da Federação deve ser colocada em questão - escreveu ela no Twitter, lembrando que o dirigente tem "assuntos ainda mais sérios, em particular nas questões relativas às mulheres, como violência e abuso sexual".
Segundo a imprensa francesa, Le Graët será ouvido nesta terça-feira por investigadores responsáveis por apurar denúncias de inúmeras pessoas que trabalham ou trabalharam na FFF sobre condutas impróprias na federação, incluindo acusações de assédio sexual. Até então, Le Graët vem negando as denúncias.