Técnico, porém, não dá pistas sobre futuro; decisão só será anunciada após o Brasileirão O técnico do Corinthians, Vítor Pereira, concedeu longa entrevista coletiva após a vitória de 1 a 0 sobre o Ceará, neste sábado, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, na Neo Química Arena. Entre aspectos técnicos e táticos do jogo, o treinador falou novamente sobre o desejo de permanecer no Brasil ao fim da temporada, mas não deu pistas sobre seu futuro.
A reposta foi dada a uma jornalista portuguesa que acompanhava a entrevista.
– A torcida sabe o que está em jogo, eles sabem qual é, o que é a base da minha decisão. Sabem que eu gostaria de ficar, mas tenho que... Estamos a tratar das coisas – disse o técnico, sem completar a frase.
Ele ainda citou a vinda de sua família ao Brasil nos próximos dias, brincando sobre o que vai apresentar da culinária brasileira.
– Tem que ser carne, é a base da culinária brasileira. A carne aqui é muito boa. Eles vêm de férias, eu também estou precisando de férias, preciso que eles venham. Fundamentalmente, é para estarmos juntos. A culinária vai depender da região a que formos – completou.
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Vítor Pereira em Corinthians x Ceará
Marcello Zambrana/AGIF
O jogo
Vítor também falou de aspectos do jogo. Além de citar que a "ressaca" do Corinthians pelo vice-campeonato na Copa do Brasil já ficou para trás, o técnico analisou as opções do time feitas na partida e explicou por que optou por deixar Róger Guedes na reserva.
- Róger tem caído um pouco pela sequência grande de jogos. Obrigamos a jogar quase sempre 90 minutos. Deixou de ser o desequilibrador. Nos últimos jogos, não o vi ao mesmo nível. Achamos que ele tinha que descansar. O Vital é mais forte do lado esquerdo. Do lado direito, não é o mesmo jogador. Pé para dentro com o pé direito. Pela direita, ele tem mais dificuldades. Optamos por um jogador rotativo, que é o Ramiro, faz facão, vai buscar, reage, pressiona. Eu gostei muito do jogo que ele fez. Tiramos o Vital pela sequência que não estava habituado. Era o momento para ele começar a cair. Pelos jogos que fez em sequência – explicou.
Melhores momentos: Corinthians 1 x 0 Ceará, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro 2022
Ele também fez elogios a Fagner. O lateral-direito chegou a perder a vaga no time para Bruno Méndez.
– Fagner fez um jogo de altíssimo nível. Um dos melhores da temporada. Foi o Fagner de que tanto ouvi falar.
– O luto já foi. Já passou a ressaca, tínhamos que reagir. Uns demoraram mais do que outros. Já estamos outra vez alinhados para lutarmos pela melhor posição possível no Brasileirão.
Veja outros pontos da entrevista coletiva:
Análise da vitória
– Vitória importante porque continuamos a ter caráter, como ao longo de toda a temporada, com ambição. Mostrou nos momentos difíceis capacidade de superação. Não faz sentido, quando podemos lutar por uma posição melhor na tabela, deixarmos de ser ambiciosos e deixarmos de jogar o que podemos jogar. Fizemos um jogo consistente, forte e, por isso, a vitória é mais do que justa.
– O Ceará fez um jogo competente. Um jogo difícil de controlar. Jô segura a primeira bola. Ganhamos a maior parte das bolas. Ele tem capacidade de jogar nos apoios frontais. Têm jogadores rápidos. Tivemos que ser muito competentes para sair com a vitória. A bola parecia que não queria entrar. Gostei das duas equipes. Não gostei de uma terceira equipe. Nessa fase final do Brasileirão em que tudo é decidido, esta é a minha opinião, o nível de arbitragem baixou. Árbitros nervosos, precitados, cartões e mais cartões, prepotência, arrogância, não admitem que os capitães falem. Estão um cadinho assim nessa fase final. Duas boas equipes, a equipe de arbitragem não esteve bem.
Robert Renan
– Robert foi trabalhando há muito tempo conosco. Nós estamos bem servidos de zagueiros. Agora, sentimos claramente que ele tem um potencial diferenciado em termos de construção. E, minha opinião, um nível alto. É questão de ter oportunidades. Postergamos, postergamos... Mas ele tem estado numa maturidade que não tenho dúvidas de que terá futuro brilhante se for humilde. Nas laterais, teremos que encontrar soluções. Não joga Fábio num amarelo que foi com ombro, não foi por querer. Conheço o Fábio, é educado. Fagner também está fora. Vamos ter que encontrar soluções. Jogar com outro lateral direito e outro esquerdo.
Mais sobre o jogo
– O que eu achei é que não estávamos com uma equipe alta. Em termos de bola parada, estávamos desequilibrados. Eles criaram problemas. Escanteios. Corredor direito deles em cima do nosso esquerdo. Transições rápidas, agressivos. Tivemos que ir entrando no ritmo do jogo. Na rotação certa. Demoramos um cadinho, mas o jogo foi consistente. O Ceará teve uma ou outra oportunidade. Não podemos preparar o jogo a pensar na situação deles, preparamos para ganhar o jogo. Queríamos apresentar bom futebol, fomos consistentes. Poderíamos ter feito o gol antes. Insistimos. Conseguimos controlar os contra-ataques e ter mais bola. Tendo mais a bola, perde menos bola. Na fase inicial, estávamos indo muito depressa. A correção foi por aí.
Carinho pelo Corinthians
– Antes de vir, optei pelo Corinthians, poderia ter vindo para o Brasil em diferentes ocasiões e nunca vim. Por insistência do presidente e pela paixão da torcida, acabei por vir. A identificação foi antes de chegar. É um clube de uma dimensão que não sei se em Portugal têm ideia. Eu não tinha antes de vir. Um clube enorme, com paixão tremenda. E desde muito cedo essa química foi estabelecida, sofremos juntos, lutamos juntos. Eles apoiam sempre desde que se corra e se trabalhe. Voltamos a lutar por títulos, fomos até a última. Com título, passaríamos a outro patamar. Fizemos uma temporada consistente em resultados. Sobrevivemos a lesões. Fomos até as quartas da Libertadores, coisa que o clube já não ia há muito tempo. Andamos sempre no G-4. Fomos consistentes.
O que levará do futebol brasileiro?
– Nós estamos sempre a evoluir. Vamos evoluindo na medida em que vamos enfrentando times que nos criem problemas. Eu tinha uma ideia do futebol brasileiro diferente. Há muitos bons jogadores. Equipes com muita qualidade. Diversidade muito grande. Que nos obriga a nos adaptar de três em três dias, a encontrar soluções. É uma forma de evoluirmos. Vivi problemas que nunca tinha vivido. Para além do resultado, temos que olhar também a quantidade de jogadores da base que lançamos ao longo de toda a temporada. Às vezes por necessidade, às vezes por acreditar no potencial deles. O trabalho que fazem na base tem reflexo no time principal.
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ge.globo
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