Hugo Souza, do Corinthians, vê racismo contra goleiros negros no Brasil: "Palhaçada tem que acabar"

Jogador do Timão fala do desejo de chegar à seleção brasileira e aponta também os motivos que fizeram a equipe arrancar da zona de rebaixamento para a pré-Libertadores Hugo fala sobre sua primeira temporada no Corinthians: "É uma loucura"

Hugo Souza, goleiro do Corinthians, analisou nesta segunda-feira, em participação no Boleiragem, do sportv, os motivos que fizeram o Timão arrancar da luta contra o rebaixamento no Brasileirão para a conquista de uma vaga na pré-Libertadores da próxima temporada. Além de comentar sobre seu desejo de ir à Seleção e o racismo que vê contra os negros no futebol, em especial na sua posição.

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Segundo o goleiro, o apoio da torcida e os reforços contratados pela diretoria para o segundo semestre fizeram a diferença para o Timão ser o segundo melhor time do segundo turno da competição.

– A gente vinha conversando bastante durante esse período, principalmente na hora que as coisas não estavam dando tão certo, que os resultados não apareciam. E o nosso preparador de goleiro falava: eu estou aqui há cinco anos e conheço isso daqui. É igual foguete, a hora que apontar para cima não para mais. E a gente acreditou nisso, de que só dependia da gente para mudar a chave – disse o goleiro.

– A janela de transferências que o Corinthians fez foi incrível. Ajudou muito o time a subir de produção. E bom, assim, a torcida do Corinthians teve um papel incrível nessa arrancada. A gente sempre escutou histórias e viu a torcida cobrar de forma mais intensa quando o time passava por uma situação ruim. E com a gente foi totalmente o contrário, eles apoiaram o tempo todo. Isso foi importante para que a gente desse esse salto na tabela – completou.

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Na participação no Boleiragem, Hugo Souza foi questionado também sobre seleção brasileiro. E ele acredita que pode ser convocado no atual ciclo para a Copa do Mundo de 2026:

– Eu sou um pouquinho ambicioso. Há seis meses eu estava sem clube... O futebol é muito rápido, e o Corinthians é um clube que me proporciona. Mantendo um bom trabalho, quem sabe buscar uma vaguinha na Copa. Mas a gente está muito bem servido de goleiro.

O comentarista Caio Ribeiro aproveitou o tema para falar sobre goleiros negros na Seleção, lembrando que Barbosa ficou marcado na Copa de 1950 pela derrota para o Uruguai na final:

– Eu acho que ainda pesa. E assim, falando, por exemplo, de mim. Uma falha minha vai ser muito mais passada para a frente do que de outro goleiro branco. Se eu falhar, meu vídeo vai rolar três dias, de um goleiro branco não, vai ser esquecido. O John, do Botafogo, foi premiado, eu também, a gente tem se provado e essa palhaçada tem que acabar.

Hugo Souza, goleiro do Corinthians, em participação no Boleiragem

Reprodução

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Hugo Souza comentou também sobre a mudança para o Corinthians depois de um período no futebol português:

– Viver no Corinthians é uma emoção louca. Meu primeiro dia foi uma demissão de treinador. Cheguei bem (risos). Era a despedida do António. Fui contratado ele era o treinador, dois dias depois não era mais.

– Quem trabalha no Corinthians sabe o que é viver lá dentro. Eu me assustei. Quando cheguei era demissão de treinador, o momento não era bom... Mas você entra do portão para dentro do Corinthians é uma paz que não sei explicar. É uma paz absurda.

– Isso faz toda diferença e ajuda a gente a se blindar o que estava acontecendo externamente. A gente conseguiu se blindar. Esse elenco é o mais unido que já vi na carreira. Quando você consegue achar um grupo que pensa coletivamente, um cara do peso do Memphis, que olha para o nós e não para o eu, quem vai bater de frente. A blindagem ajudou muito a gente – completou.

Hugo Souza apresentou novo visual no treino deste sábado

Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Além de Hugo Souza, os reforços contratados pelo Corinthians para o segundo semestre deste ano foram Memphis Depay, Alex Santana, André Ramalho, Charles, Talles Magno, José Martínez e Hector Hernández.

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