Lateral admite maior vocação ofensiva, promete "algo a mais" para cumprir demandas na defesa e fala de relação de apoio com Danilo em disputa por posição: "Um líder que não tem vaidade" Adaptar-se é preciso, e Vanderson promete não medir esforços para se firmar na Seleção.
Surpresa de Dorival Júnior na vitória por 4 a 0 sobre o Peru na Data Fifa de outubro, o lateral-direito retorna ciente de que ter sequência é fundamental para assumir uma posição que foi dominada por Danilo por tanto tempo. Por mais que para isso seja necessário diminuir o ímpeto ofensivo.
Vanderson em entrevista coletiva nesta terça-feira, em Belém
Rafael Ribeiro / CBF
Revelado pelo Grêmio como lateral de ultrapassagem e uma das grandes armas de ataque do Mônaco há quatro temporadas, Vanderson admite que teve que mudar o estilo de jogo para cumprir as exigência de Dorival. E a partida diante dos peruanos já foi um mostra do que o jovem de 23 anos é capaz:
"Todo mundo conhece minhas características. Tenho melhorado defensivamente, mas minha principal característica é chegar na frente, auxiliar os companheiros no último terço. Aqui na Seleção, temos que nos doar e fazer algo a mais pelo nosso país e Seleção"
- A características do meu clube influencia neste aspecto, mas aqui na Seleção tenho noção das responsabilidade e vou assumi-la. Independentemente da posição que eu for jogar, aqui eu vou me doar para equipe e ajudar no que for preciso.
Veja a coletiva de Vanderson, lateral da Seleção Brasileira
Na última partida das eliminatórias, Vanderson entrou na vaga de Danilo e a expectativa era de que a Seleção abusasse dos avanços pelo corredor direito. Não foi o que aconteceu. O lateral teve obrigações defensivas claras, ficou mais postado na saída de três (principalmente no primeiro tempo) e deixou as subidas ao ataque para a volta do intervalo.
A maturidade com que aproveitou a oportunidade tem muito também do apoio de seu concorrente. Capitão e um dos líderes da Seleção, Danilo não se privou de conversas particulares para deixar o companheiro à vontade:
- O Danilo é um cara sem palavras. Todo mundo dentro do grupo sabe isso, é um dos nossos líderes. Passa bastante confiança não só para mim, por ser lateral. Pego conselhos por ser da posição, ele tem uma carreira brilhante. É o nosso líder, um cara que não tem vaidade e quer ajudar todo mundo. Um grupo campeão precisa de caras assim.
Lateral-direito Vanderson em treino da seleção brasileira
Reprodução / Instagram
Em entrevista coletiva nesta terça-feira, em Belém, Vanderson foi questionado também sobre o resultado da Bola de Ouro. A frustração pela derrota de Vini Júnior para Rodri ganhou coro:
- A repercussão foi não só no Brasil, mas mundial. Na minha opinião, o verdadeiro vencedor da Bola de Ouro é o Vini Jr. Sem querer criar polêmica, mas é a minha opinião. É um cara que teve uma temporada excelente, vem fazendo outra temporada excelente e com certeza logo logo vai ganhar esse prêmio. É um cara que luta não somente dentro de campo, mas também for por outras causas.
Na quinta-feira, o Brasil encara a Venezuela em Manturín, às 18h (de Brasília), pela 11ª rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2026. Já na próxima terça, encerra o calendário de 2024 contra o Uruguai, às 21h45, na Fonte Nova, em Salvador.
Confira outros trechos da coletiva:
Espera por nova oportunidade
Um ano após o último jogo aqui em Belém, contra a Bolívia, quando eu estava no grupo e passei um tempo fora da Seleção. Tive duas lesões que atrapalharam, mas há muitos grandes jogadores na Seleção, eu estava acompanhando de longe e quem foi convocado sempre ajudou. Quem estava aqui cumpriu o papel. Sempre temos o sonho de jogar uma Copa do Mundo, mas o primeiro passo é ajudar a Seleção e estou aqui para isso.
União do elenco
Não só nós jogadores, mas todo brasileiro tem que ter isso no sangue. Somos a maior Seleção do mundo e se todos caminharem no mesmo barco as glórias vão voltar. Se caminharmos todos em prol da Seleção, mesmo quando não sou convocado estou torcendo. Desde criança, sou um torcedor fanático. Se todos caminharmos juntos, logo logo voltaremos a ter glórias como no passado.
Renovação na Seleção
No futebol brasileiro sempre surgem novos talentos. Em todo ciclo, se fala em renovação e há os jovens. Já aconteceu com outros e agora acontece com a gente. Temos que saber aproveitar as oportunidades, tentar integrar e adaptar o mais rápido possível e ajudar a Seleção.
Venezuela
Jogando em casa, a Venezuela é forte. Temos estudado bastante em cima da equipe deles, vamos tentar impor o nosso ritmo e conquistar a vitória. Não há adversário fácil, e a Venezuela não vai ser, ainda mais jogando em casa. Vamos para impor o nosso ritmo e conquistar os três pontos.
Boa fase no clube
É um momento muito especial para mim e de realizações. Estou bem no clube. É hora de tentar me firmar na Seleção após uma estreia como titular. É a realização de um sonho. Tenho que implantar o que faço no clube e ajudar a Seleção com um algo a mais.
Escassez na lateral-direita
Venho aqui para trabalhar e ajudar. Sempre falam que o Brasil não tem mais lateral-direito, mas é só olhar nos clubes aí que são muitos que fazem grandes trabalhos. Tivemos muitos vencedores na posição, o exemplo maior é o Cafu, mas tivemos muitos. São jovens que precisam de aparições, precisam jogar e muitos têm surgido ao longo do tempo.