Sequência inédita de lesões, cansaço acumulado e erros defensivos formam o quebra-cabeça da pior sequência de jogos do Manchester City nos últimos 18 anos. Brighton 2 x 1 Manchester City | Melhores momentos | Campeonato Inglês 2024/25
Você já se deparou com a pergunta: "Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?" Pois é, para Pep Guardiola, a resposta chegou no último sábado (09). Com a derrota para o Brighton, o treinador sofreu sua primeira sequência de quatro derrotas seguidas na carreira.
A sequência não acontecia com o Manchester City desde agosto de 2006, quando o clube vivia o início de sua "era rica".
Pep Guardiola em Bournemouth x Manchester City, pela Premier League
Adam Davy/PA Images via Getty Images
O pesadelo começoi com a eliminação da Copa da Liga pelo Tottenham (2 a 1). Depois, o City perdeu para o Bournemouth (2 a 1) na Premier League, levou uma goleada do Sporting na Champions League (4 a 1) e terminou levando uma virada de 2 a 1 para o Brighton.
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Por enquanto, não há qualquer pressão ou ameaça de demissão. Pelo contrário: tudo leva a crer que Pep irá renovar o contrato com o City por mais um ano, mesmo com a saída de Txiki Begiristain, que decidiu se aposentar. Hugo Viana, do Sporting, será o novo diretor de futebol do clube em 2025.
O clube confia que o treinador irá reverter a situação repensando a montagem do time e até o estilo de jogo. A seguir, um compilado dos motivos que fizeram o City perder quatro consecutivas - e como mudar isso.
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Lesões e mais lesões
Não é a primeira vez que o City enfrenta uma sequência ruim de lesões. Só que nunca tinha acontecido na atual proporção. A defesa titular inteira está lesionada. Rodri, pilar do meio-campo, só volta em 2025. No ataque, Bernardo Silva e Jeremy Doku, Jack Grealish também estão no DM.
O resultado é um time bom, mas desconfigurado. Contra o Brighton, Lewis e Matheus Luiz jogaram pelo setor esquerdo, de onde saiu boa parte dos ataques. Para piorar, mesmo aqueles que entram não estão na melhor forma: é o caso de Gundogan, que volta de lesão e teve que deixar os gramados.
Parece que estou reclamando, mas não é isso. Todos os quatro zagueiros centrais estão machucados. E o Rodri, nosso melhor jogador, não está. De Bruyne está longe de seu melhor. Doku e Grealish também estão lesionados. Você pode contornar isso em um jogo, mas para ser consistente, não dá.
O jogo contra o Brighton é um bom exemplo: o City jogou bem, a ponto de vencer por 1 a 0. No segundo tempo, o time aparentou cansaço e levou dois gols pelo setor esquerdo, remendado com Lewis e Gvardiol. O segundo gol nasce de uma falha individual: os dois vão para a bola e deixam o atacante na cara do gol.
Erro individual de dois jogadores quebra a defesa do City contra o Brighton
Reprodução
PS: Gvardiol poderia ter errado assim contra o Brasil, na Copa do Mundo
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Erros táticos na defesa
A falta do time titular pesa, mas o City convive também com um problema tático no meio: falta proteção. Rodri, eleito melhor jogador do mundo, prova mesmo que é muito bom ao fazer tanta falta. Era ele que impedia os contra-ataques e deixava a defesa mais protegida.
Guardiola entende que Kovacic é a reposição imediata, mas os jogos mostram que o croata está longe de ser um primeiro volante. O duelo contra o Sporting deixou claro, com dois gols saindo em momentos onde não há pressão na bola no meio e a defesa novamente é levada para trás e perde na corrida. Veja na imagem:
Kovacic deixa o meio exposto contra o Sporting
Reprodução
Com uma lesão gravíssima no joelho, Rodri volta apenas no meio de 2025. Com isso, Guardiola terá que observar os erros e remontar o time para ter maior proteção no ataque.
O bom é que há um histórico positivo. No final de 2023, o treinador sofria uma sequência ruim de jogos e decidiu colocar John Stones no meio-campo. O City encorpou e virou copeiro contra o Real Madrid e a Inter de Milão na conquista de sua primeira Liga dos Campeões.
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Falta de precisão no ataque
Grealish e Doku eram essenciais ao realizar as jogadas de ponta e permitir que Haaland, Gundogan e De Bruyne chegassem na área em condições de finalizar. Sem eles, Savinho fica sobrecarregado e Haaland por vezes é marcado por três, quatro.
A criatividade do time também diminuiu. Sem Bernardo e com De Bruyne indo e voltando do departamento médico, o City só tem Foden de pensador. Jogador versátil e extremamente inteligente, Foden é o melhor do time nessa sequência, mas vale a máxima: futebol é sempre coletivo.
Kevin de Bruyne, meia belga do Manchester City
REUTERS/Toby Melville
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A tudo isso se soma o cansaço das longas viagens e jogos consecutivos. Todas as derrotas ocorreram com o City jogando como visitante, e a incerteza sobre o tempo de recuperação dos titulares faz o clube ver a chance de recuperação a partir de janeiro cada vez mais distante.
A sequência de jogos pela frente é difícil: Nottingham Forest, Crystal Palace, Juventus, Manchester United e Aston Villa, tudo até o Natal.
Com pouco espaço para erro, Guardiola terá muito trabalho para repensar a equipe em meio ao caos. O objetivo é evitar mais marcas inéditas, mas negativas, na sua carreira.