Antes de se tornar multicampeão no Verdão, treinador desbravou campos de Portugal como lateral-direito, com direito a golaço e até pênalti cobrado Abel Ferreira: da lateral-direita ao comando do Palmeiras
Ele disparou pela ponta, limpou a marcação e mandou a bola cruzar a área de um lado a outro para afundar as redes do Estádio António Coimbra da Mota, em Portugal. A cena poderia até passar como rotina no futebol, não fosse o autor do lance: o lateral-direito Abel Ferreira, anos antes de se tornar o maior campeão entre técnicos na história do Palmeiras.
Teria espaço entre os próprios comandados? Weverton não tem dúvidas em dizer que sim.
Levamos os lances do "DVD" do treinador, com os gols marcados quando atleta, para ouvir os comentários do elenco alviverde. Veja no vídeo acima.
– Está muito bem. Estou achando que os zagueiros ali deram uma ajudada, mas ele teve qualidade e frieza na frente do goleiro, que não é fácil chegar ali cara a cara, com pressão – diz o goleiro do Verdão, com um sorriso no rosto.
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Abel Ferreira, pelo Sporting, contra o Barcelona de Eto'o em 2008
LLUIS GENE / AFP
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O vídeo tem quase 20 minutos ao todo, mas com gols, cruzamentos, assistências - e replays em todos eles. Até porque Abel construiu uma carreira de poucos gols.
Formado e negociado na maior venda da história do Penafiel, clube de sua cidade natal, o lateral-direito guardou quatro clubes, 12 gols e 16 assistências em 14 temporadas como profissional.
Disciplinado, e desde novo interessado nos aspectos táticos do futebol - e por isso formou-se também no curso de educação física -, o português diz que o que deixava a desejar na técnica sobrava no esforço físico para se destacar. Algo que compartilha, aliás, com os próprios atletas.
– Ele falou que fez poucos gols. Acho que a característica é mais parecida comigo, mais vontade do que técnica, mas é bom – diz Gustavo Gómez, aos risos, enquanto assiste aos lances do treinador.
Gómez, do Palmeiras, assiste gols de Abel Ferreira como jogador
Reprodução / Globo
– Chutou ou cruzou? Chutava bem né. Até pênalti batia. Não sabia – completa Raphael Veiga, concentrado nas imagens.
– Dá pra ver que ele tinha muita força. Ele fala que tecnicamente não era muito acima, mas que ganhava na imposição física. Chutava bem – conclui o meio-campista.
Veiga assiste gols de Abel Ferreira como jogador
Reprodução / Globo
Foram essas características que o fizeram uma das revelações da Segunda Liga Portuguesa, levou-o ao Vitória SC de Guimarães no verão de 2000, ao rival Braga quatro anos depois e por último ao Sporting, por 750 mil euros, a pedido do então técnico Paulo Bento.
Penafiel, a cidade de Abel Ferreira
E pelo desempenho no Sporting, alçado à titular na equipe, conquistou também uma vaga na seleção de Portugal, naquela época sob o comando do brasileiro Felipão.
Abel deixou as quatro linhas em 2011 por conta de uma lesão no joelho e transferiu para a área técnica o esforço, disciplina e também a competitividade. É assim com o elenco, no rachão, no padel e em todos os esportes que, por lazer, pratica.
– É muito competitivo, leva muito a sério, no padel, no rachão, tudo que ele vai fazer é competitivo e isso acaba refletindo na gente – explica Weverton.
– A forma de competir, de querer ganhar sempre. Não importa o que está participando, às vezes jogando basquete
Acaba contagiando.
Tornou-se parte de sua personalidade e também ingrediente de um Palmeiras multicampeão.
Abel Ferreira (dir.), técnico do Palmeiras, no início de sua carreira no FC Penafiel
Thiago Ferri
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