Treinador garante que não fez alterações para segurar o resultado de 1 a 0 sobre o Equador, mas deixa claro que vitória a qualquer custo era o objetivo. Ele pede calma na recuperação da equipe Veja a entrevista coletiva de Dorival Júnior e Rodrygo após vitória sobre o Equador
Vencer era o mais importante. Dorival Júnior chegou à Seleção com uma herança que não era sua. A estreia nas eliminatórias já foi com uma situação delicada, e é justamente por isso que os três pontos diante do Equador, nesta sexta-feira, em Curitiba, foram mais valorizados do que a atuação no Couto Pereira.
Se o Brasil esteve longe de encantar, o gol de Rodrygo foi suficiente para dar fôlego ao trabalho do treinador e também na tabela de classificação. Depois da eliminação precoce nas quartas de final da Copa América, vencer era fundamental.
- Não podemos nos esquecer do que vinha acontecendo. Às vezes, esquecemos de algumas coisas, mas para que a gente relembre: vínhamos de quatro resultados negativos nas eliminatórias.
- Enfrentamos uma equipe que foi batida apenas uma vez na competição, justamente para a Argentina na Argentina por 1 a 0. Uma equipe que fez uma boa Copa América e que foi batida nas penalidades para uma equipe campeã.
Dorival Junior em Brasil x Equador
Jhony Pinho/AGIF
O treinador falou ainda que não fez alterações para segurar o placar e que o Brasil não foi castigado mesmo quando o Equador se lançou em busca do empate:
- As pessoas têm que ter a consciência da situação que estamos, da montagem da equipe, da situação que estamos. Do primeiro tempo que fizemos, buscamos o resultado. Fizemos alterações no segundo tempo para manter o que construímos. Não fizemos alterações para guardar o resultado, queríamos mais, mas a equipe adversária foi competente. Em momento algum passamos por dificuldades na partida e não fomos atacados. Eles tiveram posse de bola, mas não criaram. Acho que tudo é questão de tempo.
"Estamos em um momento reconstruindo uma equipe. No dia de hoje, era importante que vencêssemos, não importava a forma que aconteceu"
Com dez pontos, o Brasil subiu para a quarta colocação nas eliminatórias, atrás de Argentina, Uruguai e Colômbia. Na próxima terça-feira, a equipe de Dorival Júnior encara o Paraguai, às 21h30 (de Brasília), pela oitava rodada das eliminatórias, no Defensores del Chaco, em Assunção.
Brasil 1 x 0 Equador | Melhores momentos | Eliminatórias da Copa do Mundo 2026
Leia outros trechos da coletiva:
Volume ofensivo
- Tínhamos a intenção de trabalhar com um homem um pouco mais fixo. Com a lesão do Pedro, mudamos de ideia e trabalhamos sem um homem de referência. Isso para mim dificulta um pouco. Temos jogadores de muito bom nível e importantes. Atacamos a linha adversária, principalmente na primeira etapa. Fizemos movimentos combinados entre meias e pontas dos dois lados, tivemos uma boa aproximação, Rodrygo estava tendo espaços interessantes atrás da linha de marcação deles entre os volantes. Ele se projetava de maneira interessante, faltou um detalhe ou outro, acreditar nessas aproximações, linha de passe, infiltrações finais. Isso demanda tempo, é moroso, a equipe está evoluindo e ajustes não acontecem do dia para a noite. É natural que não sustentem os 90 minutos, mas estamos buscando caminhos a passos que estão melhorando a cada momento. Para nós, é visível, mas nem sempre agrade de uma forma total.
Vini Jr. abaixo do esperado?
- Primeiro, é como nós queremos ver a condição de um atleta que produza a todo momento da forma que faz no clube. Temos ciclos no clube, momentos em que Rodrygo vai ser destaque por um mês. Depois o Vini entra nesta condição. Estamos em começo de temporada, não tivemos um volume físico dos equatorianos ao longo dos 90 minutos. Eles quase não saíram de trás e depois tinham uma reserva maior. Tentamos igualar neste sentido. É a mesma expectativa gerada no Neymar, de que tenha que ser a solução dos problemas. Se soubermos dividir isso para a Seleção ser mais equilibrada, ele poderá fazer uma diferença muito grande. É um processo de mudança que temos que respeitar as etapas. Às vezes, esses processos serão morosos. Demanda tempo e paciência, que não temos no nosso país. Peço calma ao torcedor. Temos jogadores de altíssimo nível que jogam nos maiores clubes do futebol europeu e do Brasil. Não tenho receio em afirmar que em dois anos seremos uma Seleção agressiva. Estamos em processo de recuperação e temos que ter calma e paciência.
Mudança no meio de campo
- Sempre procurei fazer isso, desde o meu primeiro clube que foi o Figueirense. Acredito muito no jogo tentando envolver o adversário com a posse de bola. É uma condição que mantive nas equipes que trabalhei e encontrei resultado na maioria delas. É um fator fundamental ter a bola nos pés, rodando a bola. Ainda faltam detalhes importantes, tivemos apenas dois trabalhos com bola. Então, são pequenos detalhes que podem fazer a diferença. Tudo está acontecendo e com calma vamos viver o que gostaríamos. Tudo é um processo. Mudam as camisas, os times, as cores, mas o processo é sempre o mesmo.