"Eu sabia que uma hora a galera do meu bairro iria ficar sabendo (das rimas), que aquilo ali iria repercutir e eu iria ganhar uma grana. Mas não sabia o próximo passo", admite o rapper, que começou a mostrar seu talento ainda criança no bairro de Sepetiba, zona oeste do Rio de Janeiro, e chegou a vender amendoim no trem para pagar as contas e participar das batalhas de rap.
Xamã diz que quando começou no mercado, em 2015, não sabia direito o que era o Spotify –o streaming desembarcou oficialmente no Brasil em 2014–, mas ele foi aprendendo com o tempo. "Comecei no momento em que o digital ganhou uma posição sinistrona e as gravadoras começaram a se preocupar realmente com plataformas digitais. Sou dessa época, dessa transição, e comecei a entender isso."
Nesta quarta (11), ele espera repetir o mesmo sucesso do hit "Malvadão 3" com o lançamento da música nas plataformas digitais e do videoclipe de "Dublê de Marido" no YouTube. Desta vez, ele tem como parceira a cantora Gretchen.
Xamã diz que no clipe tentou deixar de lado a Gretchen rainha dos memes da internet para exaltar a sensualidade e a personalidade da cantora –para ele, a personificação da mulher 'malvadona' desde que ele era criança, na década de 80.
Ao longo da carreira, o artista fez parcerias com nomes como Gloria Groove, Marília Mendonça , Ludmilla e Luísa Sonza –e quer mais. Diz-se aberto a todos os ritmos e estilos musicais, sem preconceitos. "Música é isso, não existe essa coisa de não entrar aqui, todo mundo pode entrar e sair para fazer música em outros lugares", diz.
Ela agora sonha em trabalhar com rappers internacionais como o francês Black M e o americano Kendrick Lamar. Sua lista de desejos profissionais inclui também parcerias com Gilberto Gil e Djavan. "Tem muita coisa no Brasil da hora, queria gravar com a galera e conhecer os dinossauros", brinca.
Não se sabe ao certo se Ivan Lins é um dos "dinossauros" a que Xamã se refere, mas os dois já têm um encontro marcado. Eles se apresentam juntos no palco Sunset do Rock in Rio, em setembro.
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