Jogadoras e treinador do Brasil salientam importância da camisa 10, que pode bater recorde na disputa Marta chega em sua sexta Olimpíada "voando". Assim definiu sua colega de grupo Ana Vitória em entrevista ao ge.globo nesta quarta-feira. A preparação foi estratégica para que a camisa 10 estivesse dessa forma nos Jogos Olímpicos. Ainda em fevereiro, o técnico Arthur Elias deixou de convocar a seis vezes melhor do mundo para que ela fizesse sua pré-temporada completa com o Orlando Pride. Assim foi. A jogadora fez um primeiro semestre em seu ápice, sendo titular em 10 dos 13 jogos da sua equipe. O Brasil também se beneficiou: duas atuações de gala contra a Jamaica nos amistosos na última data Fifa. O campo mostrou ao treinador da Seleção as razões para que ela estivesse entre as 18 convocadas.
- Vendo o momento que ela está eu vejo ela muito motivada, muito alegre tendo o melhor da Marta mesmo no dia a dia, entregando muito para o grupo. É uma liderança técnica, uma liderança quando se posiciona, na comunicação com as atletas. A experiência dela e de outras jogadoras é muito importante, passa essa energia, essa troca. Eu disse para elas: trouxe quem estava no melhor momento e dentro das ideias da seleção brasileira para executar bem. Esse foi o critério fundamental da convocação. Quem já participou ou não independente de ser a primeira vez ou a quarta, quinta, terceira vez, elas precisam trocar esse sentimento que é muito gostoso de participar, representar nosso país, mostrar dentro de campo essa unidade. Ela contribui muito assim como todas estão contribuindo. A gente trabalha sempre em prol do coletivo - afirmou Arthur Elias.
Marta em treino nesta quarta-feira
Rafael Ribeiro / CBF
Marta ainda pode bater um recorde. Com 13 gols marcados em Jogos Olímpicos, a jogadora tem somente um a menos que Cristiane, a maior goleadora do futebol nos Jogos Olímpicos, considerando homens e mulheres. Se marcar uma vez já iguala a marca. Duda Sampaio espera poder ajudar a rainha, quem sabe, com um passe. E ressalta que o gol, caso saia, será importante não somente para Marta, mas para o grupo, que começa nesta quinta-feira a caminhada pelo pódio olímpico.
- Eu espero que sim (passe para Marta bater recorde). Nós treinamos bem próximas então esse entrosamento não só com ela, mas com todo mundo está bem afinado. Quem estiver ali no momento, seja meio ou ataque, que dê as assistências e vai ser sempre muito bom para a equipe - afirmou Duda Sampaio.
Ana Vitória dá o tom da importância da rainha Marta no elenco. Para ela, a atacante é a referência para o grupo tanto dentro de campo como fora.
- Influência da Marta é muito no dia a dia. Ela é aquela nossa referência mesmo dentro de campo e fora dele. Está em grande forma tanto no clube quanto na seleção. Tem tido sequência e está chegando voando mesmo, o que nos deixa muito contente - disse Ana Vitória.
A seleção feminina estreia nesta quinta-feira diante da Nigéria, às 14h (de Brasília), em jogo válido pelo Grupo C da competição. Depois do duelo em Bordeaux, a delegação do Brasil segue na sexta para Paris de trem. Na cidade, encara o Japão, dia 28, às 12h (de Brasília). O time encerra a primeira fase diante da Espanha, atual campeã mundial, novamente em Bordeaux, no dia 31.