Ídolo do Fluminense conta o que pesou no momento de decidir pendurar as chuteiras O zagueiro Gum recebeu até propostas, mas não fechou com outro time desde sua saída do CRB, em dezembro do ano passado, e tomou uma decisão séria após um período de férias com a família. Em entrevista ao ge nesta segunda-feira, o ídolo do Fluminense, bicampeão brasileiro, confirmou a aposentadoria aos 38 anos.
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"Foi uma decisão que não foi fácil porque a gente está há anos jogando futebol, o que a gente ama fazer, um sonho realizado e é difícil parar. Não só pra mim, pra todos os atletas, em todas as modalidades. É difícil parar, dizer aposentadoria."
Gum em 2009, pelo Fluminense
Reuters
Gum explicou qual foi o ponto de virada para decidir encerrar a carreira.
- Nesse tempo todo, eu vinha amadurecendo, porque a gente vai chegando a uma idade que sabe que está mais perto de parar do que de começar, e o ponto-chave (para parar) foi o período das férias, próximo da minha esposa, dos meus filhos - contou o zagueiro, acrescentando:
- Tive algumas propostas boas, até de queimar o coração, de querer voltar e estar no projeto, porque vieram propostas de pessoas pra jogar uns três, quatro meses e depois assumir uma diretoria, estar num clube, ajudando com toda experiência da carreira, de títulos, de passar por vestiários, por momentos de vitórias, momentos difíceis, mas a experiência traz isso dentro do futebol e de uma forma vitoriosa. Então esses presidentes, diretores queriam que eu estivesse por perto agregando com toda experiência. E eu fiquei muito feliz por isso.
Gum se emociona ao sair de campo no jogo na despedida do zagueiro do CRB
Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas
Segundo o zagueiro, ele vai ficar mais perto da família daqui para frente.
- Só que o ponto-chave que me fez parar foi justamente o tempo. O tempo não para, passa muito rápido. E estou vendo meus filhos crescerem, estou vendo o tempo passar e, por conta do futebol, viaja muito, e a gente acaba se tornando um marido que não é tão presente, um pai não tão presente e esse foi o ponto-chave.
Mesmo com a decisão de parar, Gum garante que teria condições de atuar por mais tempo.
- Eu poderia ter jogado mais dois ou três anos, teria condições pra isso, mas foi bom, foi linda a carreira, abençoada, sou grato a Deus por isso. Sou realizado, mas eu preciso agora ter esse tempo pra cuidar dos meus filhos, vê eles crescerem e o tempo não volta mais. Eu preciso desfrutar desse tempo com os meus filhos porque o que me deu a condição de tomar essa decisão foi justamente empreender. E aí que vem esse lado empresário.
Gum relembra trajetória de nove anos no Fluminense e escolhe seleção com quem atuou
Gum vestiu a camisa de seis clubes na carreira. Começou na base do Marília, onde se profissionalizou, passou por Internacional, Ponte Preta, Fluminense, Chapecoense e CRB, última equipe.
Mas foi no Tricolor das Laranjeiras que Gum chegou ao ápice. Pelo Flu, conquistou um Campeonato Carioca (2012), uma Primeira Liga (2016) e um bicampeonato brasileiro (2010 e 2012) e, não à toa, virou ídolo.