Adriana Ramuno, que foi identificada por mulher citada como "laranja" no processo, prestou depoimento nesta terça-feira em delegacia na cidade de São Paulo Caso VaideBet e Corinthians: delegado explica investigação sobre suposto "laranja"
A Polícia Civil de São Paulo trabalha com a possibilidade de que houve uma investigação paralela, com direito a contratação de detetive particular, no caso da empresa "laranja" que recebeu parte do dinheiro pago pela intermediação do antigo contrato do Corinthians com a casa de apostas VaideBet.
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Nesta terça-feira, Adriana Ramuno, identificada primeiramente como "Ana" por Edna Oliveira dos Santos, citada como "laranja" na investigação, deu depoimento às autoridades na capital paulista.
O caso se encontra sob responsabilidade da 3ª Delegacia do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC). O local é especializado em crimes de lavagem de dinheiro.
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Terceira Delegacia da Polícia Civil investiga o caso que envolve VaideBet e Corinthians
José Edgar de Matos
Em oitiva que durou cerca de uma hora, Adriana Ramuno afirmou que é funcionária de um detetive particular e se dirigiu a Peruíbe para realizar duas perguntas a Edna: se ela morava no local e se tinha conhecimento sobre a Neoway Soluções Integradas, empresa que supostamente recebeu os repasses da intermediadora do acordo.
Ainda em depoimento, Adriana relatou desconhecer qualquer informação sobre o cliente responsável pela contratação do escritório de detetive particular. A funcionária assegurou ser padrão não ter detalhes sobre os contratantes, como no caso da investigação que a levou até Edna.
Adriana Ramuno preferiu deixar o local sem conceder entrevista. O delegado responsável pelo caso, Tiago Fernando Correia, também optou por não conversar com a imprensa nesta terça.
A funcionária do detetive particular foi a segunda testemunha ouvida nesse caso. Ela foi reconhecida por foto por Edna e acabou convocada a depor nesta terça-feira.
Adriana Ramuno, funcionária de um detetive particular, prestou depoimento
José Edgar de Matos
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Na terça-feira, dia 25, será a vez do depoimento de Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design, empresa que intermediou o acordo entre a casa de apostas e o clube de Parque São Jorge.
O chefe de Adriana Ramuno, identificado por enquanto apenas como Felipe, também será intimado a prestar esclarecimentos nas próximas semanas.
A empresa de Cassundé, que só teve tempo de receber R$ 1,4 milhão dos R$ 25 milhões acordados pela intermediação, é alvo de investigação por supostamente ter feito dois repasses (R$ 900 mil no total) para a Neoway Soluções Integradas, tratada pela Polícia como empresa "fantasma".
Entenda o caso
Augusto Melo na apresentação da VaideBet no Corinthians
Jozzu/Agência Corinthians
VaideBet e Corinthians romperam o contrato no dia 7 de junho, cinco meses depois de celebrarem o maior acordo de patrocínio do futebol brasileiro.
A crise se instaurou no dia 27, quando a patrocinadora máster notificou o clube extrajudicialmente pedindo esclarecimento em torno das notícias envolvendo o possível repasse de parte comissão do intermediário para um "laranja". O contrato firmado previa R$ 370 milhões ao clube e era válido até o fim de 2026.
Além da notificação da VaideBet, Augusto Melo recebeu um pedido da Polícia Civil, que também cobra respostas e pediu acesso ao contrato com a empresa.
A Polícia abriu inquérito e busca esclarecimentos da denúncia feita pelo "Blog do Juca Kfouri" de que a Rede Social Media Design, empresa que intermediou o contrato de patrocínio, supostamente repassou parte do valor recebido em comissão a uma empresa "laranja", chamada Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda.
Essa empresa está no nome Edna Oliveira dos Santos, que nem sequer saberia da existência da mesma. Até o encerramento do acordo, duas parcelas de R$ 700 mil foram repassadas pelo clube para o intermediário que está registrado no contrato de patrocínio.
A notícia não agradou à VaideBet, que entendeu ter a imagem prejudicada com as inúmeras especulações em torno do contrato com o Corinthians.
Em notificação enviada em 27 de maio, a empresa informa que os fatos narrados representam efetiva violação da cláusula anticorrupção do contrato de patrocínio e deu dez dias para que o Corinthians apresente explicações sobre o caso.
O clube respondeu aos questionamentos, alegando estar contribuindo com as investigações.
O Corinthians notificou extrajudicialmente a empresa intermediária, que tem como sócio Alex Cassundé, prestador de serviços durante a campanha de Augusto Melo à presidência. O clube ainda aguarda explicações sobre o suposto "laranja".
Na sexta-feira (7 de junho), a VaideBet optou por rescindir o contrato usando como argumento a cláusula anticorrupção.
Assinado no começo do ano, o vínculo entre Corinthians e VaideBet tinha validade até o fim de 2026 e previa o pagamento de R$ 370 milhões – o clube recebeu cerca de R$ 66 milhões desde janeiro. Em nota, o clube alfinetou a empresa pelo rompimento.
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