Zagueira se emociona ao falar sobre representatividade em entrevista coletiva Rafaelle, zagueira da seleção brasileira, tem no currículo um ouro nos jogos Pan-Americanos (Toronto-2015) e duas Copa América (2018 e 2022), mas ela quer mais. Aos 32 anos, a atleta se vê preparada para voos maiores com a Amarelinha e coloca os Jogos Olímpicos como um "sonho" dias antes da lista final da Seleção feminina.
Seleção Feminina está na Bahia para novo amistoso diante da Jamaica
- O momento bom no clube, jogando com a Marta, com a Dri, tem nos ajudado bastante. É continuar trabalhando. Depois daqui voltamos para os clubes, sempre me dedico ao máximo. Essa Olimpíada é um sonho não só meu, da minha família também. Vou me dedicar ao máximo para estar na lista final.
A defensora teve a primeira convocação para a seleção de base em 2007 e chegou à equipe principal quatro anos depois. Desde então, a zagueira disputou duas Copas do Mundo (2015 e 2023) e duas Olimpíadas (2016 e 2020).
- Na última Olimpíada foi sem torcida por causa da Covid-19. Agora vamos para uma Olimpíada que deve ter muita torcida em Paris. Acho que ganha todo mundo. A gente quer despertar as novas gerações, essa é nossa principal missão aqui na Seleção - pontuou a zagueira.
Rafaelle durante entrevista na Arena Fonte Nova
Lívia Villas Boas / CBF
Emoção
A relação com as "novas gerações" rendeu fortes emoções para a zagueira durante a entrevista coletiva. Ela lembrou a dificuldade enfrentada pelas mulheres no cenário de futebol, especialmente no recorte do futebol nordestino. Baiana de Cipó, município a cerca de 250km de da capital Salvador, a zagueira vai estar "em casa" com a Amarelinha pela primeira vez.
- Bem legal de ver essas meninas mais jovens acompanhando a gente. Vai ser a primeira vez que elas vão ter uma Marta, uma Cristiane jogando assim de perto. É uma coisa que eu pequena sempre sonhei. Eu só via pela televisão, e já era difícil. Imagina o quão inspirador não vai se para elas. A Bahia tem muito talento, já provou isso com Formiga, com Sissi. Eu fico muito feliz por isso.
- Fico feliz de ver tantas mulheres aqui na sala. É impressionante. Eu joguei nos EUA, onde a cultura do futebol é muito grande. Fico pensando quantas meninas precisaram desistir porque não tiveram oportunidade. O Vitória ainda não tem um time que joga o ano todo. O Bahia está um pouco melhor. Os clubes precisam valorizar e olhar mais para nossa modalidade. A Copa de 2027 tem esse papel também. Eu sei que tem muito talento aí. Fico feliz de estar na Seleção hoje. Das pessoas verem que eu saí do interior de Cipó e estou na Seleção. É difícil chegar aqui, cada mulher que está aqui nessa sala sabe disso. Eu comecei a jogar com 15 anos, lá fora elas começam muito mais jovens que a gente. Mas acho que agora estamos no caminho certo, a gente precisa mesmo desse apoio - completou a zagueira.
Rafaelle em amistoso contra a Jamaica na Arena de Pernambuco
Foto: Lívia Villas Boas / CBF
Família
Toda partida com a camisa da Seleção Brasileira é especial, mas o amistoso contra a Jamaica, na Arena Fonte Nova, vai ser ainda mais importante para Rafaelle, que vai jogar perto da família.
- É um prazer estar aqui, jogar em Salvador. No aeroporto já foi uma surpresa incrível, pessoas que me acompanham, que sabem de minha trajetória. Aqui tem um motivo a mais, muita gente que me acompanha, é um prazer sempre, mas amanhã tem um gosto especial. Não só por mim, mas por eles também.
- Jogar em Salvador ninguém viveu né?! Nem Formiga. Fico muito feliz de viver isso. Desde que soube do jogo eu me concentrei muito em estar bem para estar pronta para jogar. É muito forte ter minha família aqui. Eu me emociono porque minha família sabe o que eu passei para chegar aqui e ter minha família perto. Muita gente só conhece a Seleção na televisão. Eu fico muito feliz de estar aqui hoje e viver esse momento - finalizou.
A partida na Arena Fonte Nova será a segunda contra a Jamaica. No último sábado, a canarinho goleou a mesma seleção jamaicana por 4 a 0, em jogo disputado na Arena Pernambuco. Marta balançou as redes duas vezes, e Adriana e a zagueira Chantelle Swaby, contra, complementaram.
A Seleção Brasileira entra em campo para enfrentar a Jamaica a partir das 20h desta terça-feira (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova. Os ingressos para a partida desta estão à venda pela internet. Clique aqui para saber mais.
