Atacante brasileiro chega à final da Champions League como protagonista do Real Madrid e é forte candidato ao prêmio de melhor do mundo. Eurocopa e racismo são importantes ameaças A final da Champions League, neste sábado, contra o Borussia Dortmund, pode representar o último — e principal — grande teste de Vinicius Junior em busca do prêmio de melhor do mundo em 2024. Até o momento da publicação deste texto, o atacante é o favorito à Bola de Ouro, algo que não acontece a um jogador brasileiro desde 2007, quando Kaká conduzia o Milan.
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Desde então, muitos jogadores do Brasil atuaram em alto nível no futebol europeu. Apenas Neymar se aproximou do prêmio. Terceiro colocado em 2015 e 2017, Ney teve concorrência de dois extraterrestres que impossibilitaram sua coroação. Hoje, com Messi na MLS e Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita, a situação é diferente. A briga é mais aberta.
Números de 2014/15, principal temporada de Neymar no Barcelona:
Neymar: 51 jogos, 39 gols e 22 assistências
Messi: 57 jogos, 58 gols e 28 assistências
CR7: 54 jogos, 61 gols e 21 assistências
Real Madrid celebra título espanhol, e torcida canta: "Vinicius, Bola de Ouro"; veja
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Por que chegou a vez de Vini Jr
No dia 25 de agosto, no terceiro jogo da temporada, contra o Celta de Vigo, Vinicius Junior saía de campo machucado. Uma lesão no bíceps femoral da coxa que o afastaria dos gramados por mais de um mês. No mesmo dia, Jude Bellingham marcava seu quarto gol em três jogos e assumia momentaneamente o posto de protagonista do Real Madrid.
Um mês e meio depois do retorno da lesão, em jogo da Seleção, Vinicius se machucava novamente. Desta vez, uma ruptura muscular, que encerraria o ano de 2023 do atacante com 13 jogos, seis gols e três assistências, na temporada que parecia ser a de queda de rendimento do brasileiro.
Até que, no terceiro jogo de 2024, ainda recuperando o ritmo de jogo após a lesão, Vini fez um hat-trick histórico contra o Barcelona, na final da Supercopa da Espanha. Ele mostrava que, na verdade, esta seria a temporada mais decisiva de sua carreira.
Vinicius já foi peça importante nos títulos da Supercopa e do Campeonato Espanhol. Agora, chega à final da Liga dos Campeões como principal protagonista da equipe. Com 23 gols e nove assistências em 39 jogos, o brasileiro fez a torcida do Real Madrid puxar o coro de melhor do mundo.
O fator Champions League
No prêmio de melhor do mundo, existe uma regra não escrita que diz que, em ano de Copa do Mundo, o craque da seleção campeã mundial leva grande vantagem. Nos demais anos, a Champions League é o torneio que costuma falar mais alto. E até aqui, Vinicius foi o mais decisivo.
Na fase de mata-mata, Vini marcou um importante gol no jogo de volta das oitavas contra o RB Leipzig, quando o Real Madrid não jogava bem e tinha classificação ameaçada. Nas quartas, contra o Manchester City, uma espécie de final antecipada, foi protagonista no jogo de ida, com duas belas assistências em momentos críticos da partida.
Na semi, no gigantesco duelo contra o Bayern de Munique, botou o confronto debaixo do braço e marcou dois gols na Alemanha, além de grande atuação no Bernabéu.
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A concorrência
Se a Copa do Mundo e a Liga dos Campeões têm grande peso no prêmio de melhor do mundo, a Eurocopa também tem seu valor. Em 2021, ano da última Euro, o volante Jorginho, destaque da Itália, ficou em terceiro na Bola de Ouro, enquanto o goleiro italiano Donnarumma fechou o top-10, ambos impulsionados pelo título da Azzurra.
Nomes como Harry Kane, Phil Foden, Jude Bellingham e Kylian Mbappé, todos com grandes temporadas por seus clubes, ainda terão a disputa da Euro, podendo elevar ainda mais seu patamar na votação. É verdade que Vini também disputará a Copa América, torneio de menor peso, mas que também poderia dar força ao brasileiro em caso de título e grande atuação.
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O racismo ameaça
Infelizmente, é preciso ressaltar que além de craques como Harry Kane, Mbappé e outros, o racismo é uma das ameaças a Vinicius. Principalmente por ter se tornado um símbolo da luta contra o racismo. Isso incomoda.
Seja no prêmio The Best, da Fifa, ou na Bola de Ouro, da revista France Football, sabemos que um jogador com voz ativa na luta contra o racismo pode ser ignorado por racistas. Vinicius enfrenta essa resistência há anos na Espanha.
O brasileiro já foi alvo de má vontade neste tipo de votação em mais de uma oportunidade. Em 2022/23, ficou fora do top-11 da Uefa, atrás de nomes como Brozovic, Mac Allister e Jesús Navas. No The Best do ano passado, Vinicius também ficou fora dos 12 indicados, gerando grande revolta na imprensa internacional e nas redes sociais.
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Rafael Ribeiro / CBF
Há disputa e não é uma eleição garantida para Vinicius, mas é inegável que o atacante está forte na briga. Algo que não vemos acontecer concretamente desde Kaká, em 2007. Um país que teve seguidos melhores do mundo, como Romário, Rivaldo, Ronaldo três vezes e Ronaldinho duas vezes, ficar 17 anos sem um nome como protagonista no futebol mundial é um baque.
Para o futebol brasileiro, fragilizado após seguidas campanhas decepcionantes em Copas do Mundo, a eleição de Vinicius seria uma importante injeção de confiança. Para Vini, seria a premiação de um jogador que, além de craque com a bola, dá aula de resiliência e força mental. É de impressionar como, desde o início da carreira, as críticas, o ódio, as fases ruins e o racismo não foram capazes de parar a evolução do craque.
Vinicius Junior é forte candidato ao prêmio de melhor do mundo em 2024
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