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O lamento do centroavante: Calleri tem razão sobre os gols sofridos pelo São Paulo

Por Virtual Rondônia em 10/06/2022 às 11:30:18
Time de Rogério Ceni é o único que marcou gols em todos os jogos, mas sofre com a inconsistência defensiva. Uma das situações mais revoltantes para zagueiros da várzea e outras peladas espalhadas mundo afora é presenciar aquele atacante indolente do próprio time perder gols de balaio para depois colocar as mãos na cintura parado no meio do campo, como se fosse um Romário jamais descoberto, e cobrar seus próprios defensores após um gol sofrido. É comportamento tão grave que não apenas pode rachar o vestiário: talvez estrague mesmo o churrasco posterior.

Pois bem. Após o empate do São Paulo contra o Coritiba (o quarto seguido dos tricolores), o centroavante Jonathan Calleri expressou descontentamento com o desempenho defensivo da equipe. "Time que sofre gols não vai ganhar quase nunca", disse na saída de campo. Na capital paranaense, novamente a equipe de Rogério Ceni havia feito um bom primeiro tempo, mas sucumbiu na etapa final, quando cedeu o empate.

Acontece que Jonathan Calleri tem razão. Mesmo contrariando um dos principais mandamentos do futebol, válido tanto para o Maracanã quanto para os campinhos improvisados (Não podes desonrar teus próprios zagueiros), o atacante argentino está certo. Primeiro porque, como ele mesmo fez questão de ressaltar na sequência, não apontava o dedo para ninguém individualmente, e sim para o sistema de jogo são-paulino, colocando-se também nesse pacote. "Desde o ataque até o goleiro tem que lutar para não levar gols." De fato, o argentino não coloca as mãos na cintura e jamais puxa o freio de mão. Não encarna, portanto, o estereotipo do Van Basten injustiçado das peladas de quinta-feira de noite.

Também fala com a autoridade, obviamente, de quem tem carregado a equipe nas costas quando o assunto é garantir pelo menos aquele mínimo golzinho (que poderia ser decisivo) a cada partida: artilheiro do Brasileirão, contra o Coritiba chegou aos nove gols marcados em dez jogos -- na temporada, já são 17 gols. Deve ser decepcionante ver a pedra rolar lomba abaixo após tanto esforço para empurrá-la montanha acima. Um esforço hidrelétrico para acender uma vela de aniversário, logo apagada por uma desatenção qualquer dentro da própria área.

A análise um tanto inconformada de Calleri justifica-se, sobretudo, quando se recorre aos números. Como lembrou o enciclopédico y bailador Matias Pinto, o time de Rogério Ceni é o único que marcou gol em todas as rodadas do campeonato e apresenta o segundo melhor ataque da competição (com 16 gols, empatado com o Atlético-MG, com um a menos que o Palmeiras). Por outro lado, a defesa só não foi vazada na estreia, na goleada de 4 a 0 diante do Athletico.

Talvez os quatro pontos a menos que o Palmeiras, líder do campeonato, possam ser explicados justamente por essa inconsistência defensiva, sobretudo quando se analisa as partidas em que o São Paulo teve volume de jogo e muitas chances criadas, mas mesmo assim entregou o empate. Para decepção geral dos são-paulinos, angustiados com um time que não consegue engatar a quinta marcha, e também de Jonathan Calleri, que lá do outro lado do campo, com metade da montanha já percorrida, precisa voltar ao círculo central para dar a saída de jogo e começar a empurrar a pedra lomba acima novamente.

Calleri lamenta empate com o Coritiba: "Time que cede gol não vai ganhar nunca"

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Fonte: Ge

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