Kansas City busca bicampeonato consecutivo com equipe mais defensiva, mas encontra um San Francisco moldado pela derrota para o rival na decisão de 2020 Foram quatro anos de espera, mas Kansas City Chiefs e San Francisco 49ers vão se reencontrar num Super Bowl neste domingo, a partir de 20h30 (horário de Brasília), no Allegiant Stadium de Las Vegas. Além de decidir o campeão da temporada 2023-24, a partida pode ser um acerto de contas do Super Bowl LIV de 2019-20, quando os Chiefs venceram os 49ers por 31 a 20 para encerrar um jejum de 50 anos sem títulos. As circunstâncias deste domingo são diferentes, mas têm suas raízes naquele encontro de quatro anos atrás em Miami.
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Travis Kelce e Patrick Mahomes lideram o Kansas City Chiefs contra o San Francisco 49ers de Brock Purdy e Christian McCaffrey no Super Bowl LVIII
Info esporte
Conheça a curiosa história do Super Bowl
Aquele jogo foi a coroação de Patrick Mahomes como o grande quarterback da liga e do treinador Andy Reid como uma das grandes mentes ofensivas do esporte. Depois daquela noite, os dois chegaram a mais dois Super Bowls, perdendo um e vencendo outro. Os Chiefs são os atuais campeões, e vencer nos playoffs se tornou um hábito. Neste domingo, buscam o primeiro bicampeonato consecutivo da NFL em 19 anos, desde que o New England Patriots venceu em 2003-04 e 2004-05.
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Melhores Momentos Super Bowl 2019/2020 | Kansas City Chiefs 31 x 20 San Francisco 49er
Cicatrizes de 2020 moldaram 49ers
Os Niners, por sua vez, levaram quatro anos para digerir aquela derrota e reencontrar o caminho à decisão. O time que chega ao Super Bowl LVIII neste domingo tem o mesmo núcleo de 2020 - Deebo Samuel, George Kittle e Kyle Jusczyzk no ataque, Fred Warner, Nick Bosa e Dre Greenlaw na defesa - mas mudou muito, principalmente no ataque. Após Jimmy Garoppolo falhar em segurar a posse de bola com uma vantagem de 20 a 10 naquele jogo - e errar um passe para Emmanuel Sanders que poderia ter virado o jogo de novo nos minutos finais - a franquia investiu tudo para encontrar um novo quarterback.
Brock Purdy assumiu a posição de quarterback titular e liderou os Niners de volta ao Super Bowl
Ezra Shaw/Getty Images
Curiosamente, o encontrou quase por acidente. San Francisco fez uma troca arriscada para escolher Trey Lance na terceira posição do Draft de 2021, mas após lesões tirarem ele e Garoppolo de ação na temporada 2022, o terceiro reserva Brock Purdy ascendeu à posição de titular e não largou mais. Último selecionado no Draft de 2022, Purdy mostrou ter a capacidade de liderança e recuperação que o time precisava, principalmente nos playoffs deste ano, em que comandou viradas contra o Green Bay Packers e o Detroit Lions para levar os Niners ao Super Bowl.
Outra diferença decisiva para aquele time é a presença do running back Christian McCaffrey, obtido em uma troca em 2022 e candidato a Jogador Mais Valioso (MVP) este ano. Na defesa, a franquia californiana reforçou sua linha defensiva com Javon Hargrave e Chase Young e tirou um dos melhores cornerbacks dos Chiefs, Charvarius Ward, tudo de olho em parar Mahomes. Apesar da perda, contudo, Kansas City melhorou sua defesa desde então, o que contribui para um time que também é muito diferente daquele que venceu o Super Bowl em 2020.
Chiefs mais defensivo que ofensivo
Para começo de conversa, os Chiefs já não dependem tanto de Mahomes para vencer. A defesa foi a segunda melhor da NFL em jardas cedidas (289,8 por jogo), graças a uma linha defensiva que obteve 57 sacks (segunda melhor marca na liga) e uma secundária que limitou os adversários a 176,5 jardas aéreas por partida (quarta melhor na liga). Os destaques são o defensive tackle Chris Jones (30 tackels e 10,5 sacks) e o cornerback L'Jarius Sneed (78 tackles, 14 passes defendidos), mas a equipe estará desfalcada do defensive end Cjarlie Omenihu, lesionado.
A dupla Mahomes (de costas) e Kelce (de frente) comanda um Chiefs menos vertical em 2023-24
David Eulitt/Getty Images
O ataque ainda conta com a combinação registrada entre Mahomes e o tight end Travis Kelce, que somou três touchdowns nesta pós-temporada para se tornar a dupla com mais TDs (17) em playoffs, mas ao redor deles, as opções de passe mudaram. Responsável por uma jogada chave no Super Bowl LIV, o wide receiver Tyreek Hill deixou Kansas City há dois anos e deixou o time sem uma ameaça de profundidade. Com muitos recebedores jovens, os Chiefs foram o time que mais deixou passes caírem na temporada e o segundo em penalidades ofensivas. Nos playoffs, porém, a improvisação de Mahomes, a evolução do wide receiver novato Rashee Rice e as corridas do running back Isiah Pacheco foram suficientes para que os campeões chegassem à decisão.
O melhor desempenho na temporada e as lesões do adversário deram aos 49ers um ligeiro favoritismo, por três pontos, na abertura das apostas para o Super Bowl LVIII. Mas os Chiefs foram a "zebra" nos dois últimos jogos dos playoffs, ambos fora de casa, e venceram os dois; Mahomes tem um aproveitamento de 75% em 12 jogos na carreira como azarão.
Usher é atração do intervalo
Sempre uma atração à parte do Super Bowl, o show do intervalo terá uma apresentação do cantor Usher, dono de hits como "Yeah!", "OMG", "My Boo" e "DJ Got Us Fallin' In Love", entre outros. O hino nacional dos EUA será interpretado pela cantora country Reba McEntire, o rapper Post Malone cantará a canção patriótica "America The Beautiful", e a cantora de R&B Andra Day vai performar "Lift Every Voice and Sing", música conhecida como "hino nacional negro" no país.